quarta-feira, fevereiro 20, 2013

UMA FAMÍLIA ENLUTADA

Dois após o meu 47° aniversário eu recebi uma notícia que me entristeceu e me fez chorar. Um amigo querido, amigo verdadeiro, que não nos abandona nas horas de crise, havia falecido e sido sepultado. A morte é uma dura realidade, invade a nossa história, nossa vida e nossa família. Rompe laços de amizade, trazendo tristeza e dor. Assim foi também na família em Betânia, a morte invadiu o lar de Marta e Maria. Jesus estava em Betânia (do outro lado do Jordão) (João 1:28), cerca de 30 quilômetros de Betânia, cidade de Lázaro, quando recebeu a notícia de que seu amigo adoecera. O mensageiro gastou um dia para chegar a Jesus. E, portanto, ao sair de Betânia Lázaro morreu. Quando deu a notícia a Jesus, Lázaro já estava morto. Jesus demora mais dois dias. E gasta outro dia para chegar. Daí quando chegou Lázaro já estava sepultado há quatro dias. E sobre esta família enlutada, que enfrenta a dor da morte e a tristeza que ela causa que gostaria de meditar com vocês e aprender lições valiosas que Jesus nos traz neste episódio.
1) Uma família enlutada que enfrenta a realidade da dor e da morte. A morte aponta-nos para a transitoriedade da vida. Tiago escreveu: QUE É A VOSSA VIDA? SOIS, APENAS, COMO NEBLINA QUE APARECE POR INSTANTE E LOGO SE DISSIPA (4.14). O irmão de Jesus fala-nos da fragilidade da existência humana comparando-a com um vapor. Moisés também fala-nos disto comparando a vida com a erva, com uma planta que de manhã floresce e a tarde seca e murcha. A nossa existência é transitória, efêmera A morte é dor, tristeza, separação que causa um sofrimento profundo. A família de Betânia experimenta da fragilidade humana diante da morte de Lázaro e do sofrimento que a morte causa.
A declaração de que Jesus amava àquela família leva-nos a indagar: Se Jesus amava tanto o amigo Lázaro, por que permitiu que ficasse enfermo? Por que se demorou em ir a Betânia? E por que não curou Lázaro à distância, como havia feito com o filho do oficial do rei? (lo 4:43-54). W. Wierbse afirma que Não devemos jamais pensar que amor e sofrimento são incompatíveis. Por certo, os dois se unem em Jesus Cristo. Lembre-se que Deus amava Jesus, mas permitiu que experimentasse a cruz em nosso lugar. O Rev. Hernandes nos diz que o amor de Jesus não nos garante imunidade especial contra tragédias, mágoas e dores. Jesus nos diz que no mundo enfrentaríamos aflições. O Evangelho de Jesus não nos isenta de passarmos pela dor e tristeza. O cristão, neste mundo, se depera com a triste realidade da morte e os sofrimentos que ela nos impõe.
2) Uma família enlutada que experimenta a compaixão de Jesus. No relato de João encontramos o versículo mais curto das Escrituras. Este versículo nos declara: Jesus chorou. Esta é uma declaração extraordinária. Nela vemos um Deus eterno que assumiu nossa humanidade. Jesus é Deus e Jesus é homem ao mesmo tempo. Justamente por isso Ele é capaz de se compadecer de nós. “As lágrimas de Jesus revelam a humanidade do Salvador. Passou por todas as experiências de nossa existência e sabe como nos sentimos. Na verdade, por ser o Deus-homem perfeito, Jesus experimentou tudo isso de maneira mais profunda do que nós. Suas lágrimas também nos mostram sua compaixão. Foi, de fato, um "homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53:3). Hoje, é nosso Sumo Sacerdote misericordioso e fiel, e podemos nos aproximar do trono da graça e receber toda a ajuda de que precisamos”. (Hb 4:14-16). Jesus chorou. E o que provocou as lágrimas em Jesus foi a destruição causada pelo pecado no mundo que havia criado. “A morte é um inimigo e, para Satanás, o medo da morte é uma arma poderosa” (Hb 2:14-18).
3) Uma família enlutada, mas fortalecida na fé. Apesar de enfermidades e problemas em geral serem motivos de tristeza e, até mesmo, desespero, e, além disso, aparentemente, não terem outro propósito que não o sofrimento humano, Deus pode ter propósitos específicos e bons quanto a isso. Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela” (v.4), e também: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam. Mas, vamos até ele” (vv.14-15). Como nos lembra o Rev. Hernandes, este milagre tem um papel pedagógico. Jesus queria ensinar aos discípulos, a família de Betânia e aos judeus acerca da fé.

“Quem se vê diante de enfermidades, de decepções, de demoras e até mesmo da morte, o único alento é a Palavra de Deus. Deve-se viver pela fé, não de acordo com as circunstâncias. A situação das irmãs parecia sem saída, mas ainda assim não deixaram de crer que Jesus era o Senhor de todas as situações. O fato de o homem estar morto havia quatro dias conferiu maior autenticidade ao milagre e uma oportunidade maior ainda de muitas pessoas – inclusive os próprios discípulos - crerem (ver J011:15). Cada experiência de sofrimento e de provação deve aumentar nossa fé, mas esse tipo de crescimento espiritual não é automático. É preciso reagir de maneira positiva ao ministério da Palavra e ao Espírito de Deus” (W. Wierbse).
É interessante observar que, neste momento, muitos olhavam para o passado e dizem: Jesus poderia ter evitado a dor e o sofrimento. Marta e Maria olhavam para o futuro, quando no último dia Jesus ressuscitará os mortos. Jesus fez com todos voltassem seus olhos para o presente. Onde quer que Jesus esteja, a ressurreição de Deus está disponível agora!
Jesus capítulos antes havia declarado que Ele é a luz do mundo e, em seguido, ilustrou esta verdade com a cura do cego de nascença. No capítulo 10 afirmou que veio para dar vida completa para os homens e a ressurreição de Lázaro é a ilustração da promessa de Jesus.

Conclusão

O que encontro de Jesus com a família enlutada nos ensina?
1- Jesus que trazer vida para as famílias que sofrem com a realidade da morte. A Bíblia nos diz que a morte, por causa do pecado de Adão, tornou-se uma experiência real, experiência de dor e sofrimento em todos os lares: Romanos 5:12. Jesus declara de modo enfático: “Eu sou a ressurreição e a vida; Quem crer em mim, ainda que morra, viverá”.
2- A presença de Jesus em nosso lar não nos isenta de enfrentarmos lutas, dissabores e tristezas, mas é fonte de toda consolação e fortalecimento de nossa fé.