quinta-feira, março 13, 2008

CONTEMPLAÇÃO DA CRUZ

Há um hino de Issac Watts que diz:
Ao contemplar a Tua cruz
E o que sofreste ali, Senhor,
Sei que não há, ó meu Jesus
Um bem maior que o Teu amor
Contemplar a cruz é ver a agonia de Jesus. A coroa de espinhos, a espada que lhe abriu os lados e suas mãos e seus pés cravados na cruz. A agonia experimentada não só no calvário, mas desde o momento em que assume nossa humanidade. Calvino nos diz que "com toda verdade se pode dizer que não somente passou toda sua vida em perpétua cruz e aflição, senão que toda ela foi uma espécie de cruz contínua".
Contemplar a cruz de Cristo é ver o sofrimento do Deus humanado. O segundo Adão, Perfeito, Santo e Imaculado "foi feito sujeito à lei, que se cumpriu perfeitamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos" (CFW, 8.4).
Tenho sede! Bradou o Cordeiro de Deus. Nesta declaração há uma expressão de dor, sofrimento. O qual o Cristo teria de passar para satisfazer o pacto concertado com o Pai na eternidade e era esta a única alternativa para a salvação do Seu povo, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hebreus 9.22).
Contemplar a cruz é ver a liberdade. Jesus nos diz que "todo o que comete pecado é escravo do pecado" (João 8.34) E não há quem não peque! "Todos pecaram", é enfática a declaração bíblica. Mas alhures acrescenta: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). Os cristãos são transportados do reino das trevas para o reino da luz e, assim, são livres do poder do pecado para servirem a Deus.
Contemplar a cruz é, acima de tudo, ver o grande amor de Deus. Eis aqui o ato mais surpreendente de toda história. O mundo criado perfeito é corrompido pelo pecado e agora objeto do amor divino. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16). Ó amor bendito, insondável, puro, santo e inexaurível do eterno Deus por nós pecadores! Mas, ao mesmo tempo, é tangível, palpável e verdadeiro. E como Paulo afirmou: "Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5.8).
Que nesta páscoa, ao contemplarmos a cruz, lembremo-nos que a agonia e o sofrimento de Cristo foi para que nós provássemos de Sua liberdade e de Seu imenso amor. Concluo com as palavras finais do mesmo hino que iniciei:

Tudo o que eu possa consagrar
Ao Teu serviço, ao Teu louvor,
Em nada poderei pagar
Ao que me dás em Teu amor!

segunda-feira, março 10, 2008

AMANDO UNS AOS OUTROS COMO DEUS NOS AMOU

O apóstolo João escreveu em sua primeira epístola que aquele que guarda a Palavra de Deus, nesse verdadeiramente o amor de Deus é perfeito (1 João 2.5). Guardar a Palavra e permanecer em Deus tem o mesmo significado e produz o mesmo resultado: o aperfeiçoamento do amor de Deus em nós.

A Palavra de Deus nos revela o caráter, os desígnios e a vontade de Deus e, assim, necessitamos meditar nela dia e noite a fim de que desfrutemos de uma intimidade tão grande com o nosso Criador que sejamos capazes de expressar os atributos divinos como parte da nossa própria existência. E, com Paulo, possamos afirmar: Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2.20).

Deus é amor, e o convívio com Ele nos leva amar aos outros como Ele nos amou. Nem sempre é fácil vivermos em comunhão com nossos irmãos, muito menos com os nossos inimigos. Creio que esta dificuldade provém do fato de não estarmos em comunhão com Deus.

Agostinho declarou: Ama teus inimigos, desejando que eles se tornem teus irmãos; ama teus inimigos pedindo para que sejam chamados a entrar em comunhão contigo! È dessa forma que amou aquele que – suspenso à cruz – dizia: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem”.

Que verdadeiramente a Palavra do Senhor permaneça em nós e que sejamos capazes de amar a todos, inclusive aqueles que não nos amam.

domingo, março 09, 2008

CONFIE E OBEDEÇA

No capítulo 15 do livro de Gênesis Deus promete dar a Abrão um filho. E acrescenta que a sua posteridade seria tão numerosa quanto as estrelas do céu (v.5). Mas observamos que Abrão e Sarai são como nós: impacientes. Primeiro Abrão achou que a promessa se cumpriria através do seu escravo, Eliezer. Segundo, Derek Kidner, estudioso da Bíblia, este era o costume dos horeus, para este povo um homem que não tivesse filho adotava um herdeiro para garantir um enterro apropriado. Depois a esposa de Abrão entregou a seu marido sua escrava, Hagar, para que ela lhe desse um herdeiro.
Como somos tolos! Queremos ajudar Deus a cumprir suas promessas!? Quando agimos assim demonstramos toda nossa incredulidade e sofremos as conseqüências deste ato, como Abrão e sua esposa sofreram.
Conhecer a Deus, conhecê-lo realmente, é confiar nele e em suas promessas. Deus afirmou: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande” (v.1). Ele Se revelou como Seu benfeitor. Portanto, a confiança deve ser posta em Deus; a esperança, na promessa. Somente depois de seis capítulos ou aproximadamente após 25 anos a promessa se cumpriu com o nascimento de Isaque. Abrão aprendeu a lição, pois a Bíblia nos diz que “Ele creu no Senhor e isto lhe foi imputado para justiça” (v.6).
Portanto, aprendamos com o pai da fé a entregar tudo nas mãos daquele que é o nosso Pastor, Aquele que pode nos sustentar e permaneçamos fiéis. Confie e obedeça. “Confia os teus cuidados ao Senhor, e Ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado” (Salmo 55.22).

sábado, março 01, 2008

COMO, POIS, SERIA JUSTO O HOMEM PERANTE DEUS?

A Bíblia, ao descrever a condição natural do homem, fala-nos que “todos estão debaixo do pecado...não há um justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram...pois todos pecaram” (Rom. 3.9-12,23). Todos, independentemente da cor, da raça, do conhecimento e da posição social – todos. Este ensino revela-nos que Deus – que não vê as coisas superficialmente como nós homens vemos – tem esquadrinhado e provado todos os corações, e, como Justo Juiz, tem declarado a terrível sentença, contra a qual não há apelação: Culpado! Portanto, se todos acham-se debaixo do pecado, se todos são culpados diante de Deus, destaca-se a importância da pergunta no livro de Jó: Como, pois, seria justo o homem perante Deus? Encontramos na Palavra de Deus a resposta a esta questão. Deus, em seu infinito amor e sabedoria, resolveu este problema de uma maneira a inspirar ao mais desesperado pecador e, ao mesmo tempo, satisfazer Sua própria justiça, dignificando Sua honra, ofendida pelo pecado. Em primeiro lugar, o homem pecador não pode ser justificado pelas obras da lei (Rom. 3.20). Este é o ensino bíblico e, no entanto, há muitas pessoas que estão tratando de alcançar o céu, a comunhão com Deus, através das boas obras. Acham que se cumprirem a lei, alcançarão o céu! Se amarem a Deus e ao próximo, como nos diz a Lei, terão direito ao paraíso. Este é um ensino falso e fatal! Com razão as Escrituras nos ensinam que “há caminho que parece direito ao homem, mas ao final são caminhos de morte” (Pv 16.25). Não podemos, por nós mesmos mudarmos a nossa natureza pecaminosa com uma reforma exterior, pois “quem da imundícia poderá tirar cousa pura?” (Jó 14.4). Outra razão que encontramos na Bíblia para a impossibilidade de alguém justificar-se a si mesmo é que “pela Lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rom 3.20). O pedreiro ao construir uma parede utiliza-se de um fio de prumo. Esse fio de prumo é um instrumento exato, pois forma uma linha reta, perfeitamente perpendicular. O pedreiro ao colocá-lo em uma parede torta, sem dúvida nenhuma constatará que a parede está torta e mais nada poderá fazer o prumo. Ele não poderá endireitar a parede. A Lei é expressão da perfeita santidade de Deus e, tal qual o prumo, põe em relevo os nossos pecados e nos condena. Deus nos deu a Sua Lei para que através dela reconhecêssemos como de fato somos: pecadores! Em segundo lugar, o homem é justificado pela graça. Após analisarmos a justificação de forma negativa, chegamos a resposta afirmativa, aquela que nos diz a maneira como podemos ser justificados, a saber: “Justificados gratuitamente, por sua graça”. Tendo Deus nos condenado pela Lei, agora oferece tratar-nos sobre a base da sua graça. Somente depois de termos perdido toda a esperança de salvação por nossas boas obras, Deus nos oferece um dom gratuito, algo que jamais poderíamos adquirir, fizessemos o que fizessemos. A salvação é pela graça! Esta é a mensagem simples do Evangelho, as boas novas de salvação. Contudo, por causa do nosso orgulho, muitos têm recusado tal dádiva. Tenazmente se deixam possuir do pensamento de que há algum mérito em sua própria religiosidade, no fato de que freqüentam assiduamente a igreja, ajudam aos outros que são mais carentes ou simplesmente por observar uma boa conduta diante de todos. Não se deixe enganar querido amigo. A Bíblia afirma que “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia, Ele nos salvou...” (Tito 3.5).