A oração de Davi está alicerçada não em algo que possa realizar, mas, sim, na graça de Deus. “Sara-me por tua graça”, exclamou ele. A graça é favor imerecido, algo que não conquistamos. O primeiro passo, para a cura, é o reconhecimento da nossa debilidade e incapacidade para mudar nossa vida. Davi buscou a Deus, “ele se reanimou no Senhor, seu Deus”[1]. Não se trata de uma fé na “fé” ou uma crença no pensamento positivo, “eu vou mudar”. È fé na revelação do caráter de Deus. È fé baseada em quem Ele é. Por isso roga: “Volta-Te”. Repete, torna a fazer como antes. Vemos, então, que a intimidade com Deus não nos impede de sofrermos aflições. Esse é o ensino bíblico. Mas, também, só é possível passar pelas aflições e as vencermos se desfrutarmos a intimidade com o Senhor, sabendo que Ele está conosco e que o Seu bordão e o Seu cajado nos consolam. Só assim poderemos dizer: “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a Tua Palavra”[2].
Deus é Senhor imutável. Ele mesmo declarou: “Porque eu, o Senhor não mudo”[3]. Sabia Davi que seus adversários, os que praticavam a iniqüidade, não haveriam de prevalecer no juízo. E com esta certeza futura exclama: “o Senhor ouviu a voz do meu lamento, o Senhor ouviu a minha súplica”. Que possamos ter a mesma fé que Davi, crendo em quem Ele é e no que Ele diz.
[1] 1 Samuel 30.6
[2] Salmo 119.67
[3] Malaquias 3.6