No fundamento do pecado original encontra-se o orgulho. Ele nos faz ter uma falsa idéia de quem realmente somos. “Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal”[1], esta é a oferta do diabo aos nossos pais no paraíso. Foram seduzidos a serem como Deus e, consequentemente, pecaram.
Em sua oração Davi revela-se humilde, o que o faz ter uma real visão de si mesmo. Embora fosse rei dirige-se a Deus dizendo: “Rei meu e Deus meu”. Esta é uma declaração de intimidade e, como Derek Kidner observou, “o emprego da palavra rei coloca a realeza no contexto certo. Aceita a verdade de ser ele um homem sujeito a autoridade, e não alguém que deve lutar em prol dos seus próprios interesses através dos seus próprios meios”[2].
Em sua dependência ele brada ao Senhor e refugia-se em Sua Soberania. Se Deus julgar o seu caráter está arruinado. Davi mesmo declarou em outro salmo: “Não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de Ti”[3]. Por isso adentra a casa de Deus pela riqueza da misericórdia divina (ver vs.6,7). Diante de Deus clama por Sua justiça contra os adversários e suplica que o Senhor o guie, pois “ele não necessita apenas de conhecer o que é reto. Necessita de ver removidos todos aqueles obstáculos que poderiam impedi-lo de andar no caminho de Deus”[4].Davi ensina-nos que, nos momentos de nossas aflições, quando enfrentamos as adversidades e lutamos por viver de forma a agradar a Deus, devemos humildemente clamar por Seu auxílio, deixando em suas mãos os nossos inimigos. Diante das provações refugiamo-nos em Deus, “pois tu, SENHOR, abençoas o justo; o teu favor o protege como um escudo” (v. 12).
[1] Gênesis 3.5.
[2] Comentário do Livro de Salmos, p.73.
[3] Salmo 143.2.
[4] M`Caw, L.S., op. Cit., p.503.
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