“Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem, divinamente, os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual adoramos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.”. Heb. 2.2-4 Meus irmãos, Muitas vezes o modo como consideramos o culto varia muito desde nossa capacidade bíblica, teológica, psicológica, mental, volitiva e até mesmo circunstancial. Há momentos que psicológica e circunstancialmente nos ‘sentimos’ sem vontade ou disposição para adorarmos. Por isso não é sem razão que a adoração deve ser espiritual, ou no entendimento bíblico, pela fé. Sem fé é impossível agradar a Deus. Consequentemente, depender de nosso estado é uma perigosa armadilha na adoração, aliás, terrivelmente perigosa. Pois poderá ser que ao invés de adorar o Senhor, estaremos, sem o saber, adorando a nós mesmos, como o fariseu que na oração falava de si para si. Hebreus é uma carta completa neste sentido. Sua base é Levítico. Aliás, estudiosos crêem que o estudo de Hebreus não deve ser feito sem prévio conhecimento de Levítico. Culto, reverência, sangue, expiação, purificação, tudo está lá, explicado aqui. E quando no final destes versículos se diz que (sirvamos, no original: ‘latriomen’, de ‘latria’, adoração, lembram-se de ido-latria?), isto tem tudo a ver com o culto que prestamos a Deus, o qual diz o autor, lhe deve SER AGRADAVEL. ‘Por isso’, partícula conclusiva, liga o texto ao que foi dito anteriormente. Ou seja, não podemos recusar a Palavra, ao que fala, na adoração. Isto com muito cuidado. ‘Tende cuidado’. Esta ordem adorativa vem do ‘céu’, e tem tal poder esta ordem que abala todas as coisas, muda tudo. Enquanto aquelas podiam ser substituídas, removidas, agora o que vem permanece é inabalável. Esta coisa é o Reino. Adoramos um Rei. Como você procede diante de uma autoridade suprema? Muitos de nós, sequer tivemos experiência de enfrentar uma majestade, mesmo terrena. Reverência e temor são palavras que orientam a sabedoria no encontro com uma majestade (Pv. 25.6). Mas Deus diz o autor, não é um simples rei; Ele é fogo que consome! E toda vez que alguém se aproximou dele com atitude indevida, foi consumido com fogo: lembra de Nadabe e Abiu? (Num 10). De Uzá. que irreverentemente, olhou para dentro da arca? Assim, a adoração espiritual se estabelece a partir da Palavra, é prestada em absoluta obediência de coração, de um modo reverente e alegre (Adorai o Senhor com temor, alegrai-vos nele com tremor! Salmo 2.11), santo e temente, pois não é um serviço (uma latria) prestado a homens, a nós, mas a um Deus tremendo. Que ele nos ajude a sintonizar nossa adoração alegre à sua majestade espiritual.
Rev. Cleómines.
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