sexta-feira, outubro 24, 2014

A ALEGRIA DA NOSSA SALVAÇÃO - Lucas 15.1-7

As parábolas contadas por Jesus em Lucas 15 têm o mesmo pano de fundo histórico. Jesus era criticado pelos fariseus e pelos escribas por receber e comer com publicanos e pecadores e em resposta a estas críticas Jesus contou-lhes estas parábolas. Warren Wiersbe afirma que “Jesus usou essas parábolas para refutar as acusações de escribas e fariseus escandalizados com seu comportamento. Já era problemático Jesus receber de braços abertos esses marginalizados e ensiná-los, mas chegava ao cúmulo de comer com eles! Os líderes religiosos judeus não haviam entendido que o "Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc 19:10). Mais do que isso, não conseguiam enxergar que eles próprios estavam entre os perdidos”. Devemos lembrar que no contexto do Oriente Médio há um profundo significado cultural da comunhão à mesa. J. Jeremias nos lembra que “convidar um homem para uma refeição é uma honra. É uma oferta de paz, confiança, fraternidade e perdão, em suma, compartilhar de uma mesa significa compartilhar da vida... Desta forma, as refeições de Jesus com os publicanos e pecadores... são expressões da missão e da mensagem de Jesus”. Nos evangelhos aprendemos que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes”; Jesus veio chamar pecadores e não os justos (Marcos 2.17). Uma das verdades bíblicas mais confortadoras é a Doutrina da Graça. Ela nos ensina que nenhum homem tem o poder de buscar a Deus; Deus tem que buscá-lo primeiro. Foi o próprio Jesus que disse: “Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer” (João 6.44). O homem encontra-se morto em seus delitos e pecados, incapaz de crer na Palavra de Deus. Mas o Espírito Santo o vivifica, regenera, fazendo-o contemplar a graça que provém de Deus, através dos méritos de Cristo, pela justiça que Ele proveu na cruz. E assim o homem pecador pode ser declarado filho de Deus. Sem dúvida nenhuma esta é uma verdade que nos enche de alegria, onde o nosso coração arde de gratidão por esta dádiva divina. A parábola da ovelha perdida é usada por Jesus para nos ensinar esta verdade. Ela fala—nos do criador de ovinos que perdeu uma de suas ovelhas para ilustrar a graça de Deus que é dispensada ao homem pecador e que se afastou de Deus. É interessante Jesus comparar o homem a uma ovelha. Há duas possibilidades de uma ovelha se perder do rebanho. A primeira é que, devido a sua curta visão, ao afastar-se do rebanho, torna-se difícil o agregar novamente. A outra razão é por não se contentar com a pastagem onde o rebanho se encontra e sai a procura de outros pastos. Jesus quer salientar o quão fácil é ao homem afastar-se de Deus! Por qualquer descuido ou distração nos afastamos de Deus. Naturalmente temos a tendência de nos distanciar de Deus. Mas o Evangelho de Jesus é o Evangelho da graça! Nesta história vemos a graça de Deus, de forma clara e objetiva, manifestando o amor de Deus na busca do homem pecador. Jesus nos ensina nesta parábola sobre A ALEGRIA DA NOSSA SALVAÇÃO. Devemos nos alegrar porque a nossa salvação é fruto do amor gracioso de Deus, é evidenciada pelo arrependimento e, por último, tem como resultado a comunhão com Deus e seu povo.
1) A ALEGRIA DA NOSSA SALVAÇÃO É FRUTO DO AMOR GRACIOSO DEUS -   De uma maneira muito clara e objetiva Jesus destaca que o amor gracioso de Deus por homens pecadores. Sua parábola começa dizendo: “Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?”.  O amor de Deus não é um sentimento estático e nem mesmo um sentimento abstrato. Jesus mesmo declarou: “O meu mandamento é este: que vos amei uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O amor de Deus é dinâmico, porque Deus é quem procura e providencia a salvação para o homem perdido. Certo pastor acertadamente afirma que “o amor de Deus não é estático, mas dinâmico, no sentido de que Deus é quem procura e providencia a salvação para o homem perdido, considerando-o justificado mediante os méritos graciosos e suficientes de Jesus Cristo”.
2) A ALEGRIA DA NOSSA SALVAÇÃO É EVIDENCIADA PELO ARREPENDIMENTO. Na parábola da ovelha perdida observamos que a ovelha nada fez para ser achada, a não ser o fato de se perder. Simon Kistemaker  lembra-nos que “as ovelhas são animais gregários; vivem juntas em grupo. Quando uma ovelha se separa do rebanho, fica desnorteada. Deita no chão, imóvel, esperando pelo pastor”. Na parábola o pastor encontra a ovelha. E depois, na conclusão, Jesus nos fala sobre a alegria de um pecador que se arrepende.  F.F. Bruce obsersa que “na comparação entre a alegria do pastor e a alegria no céu por um pecador que se arrepende, precisamos observar que o destaque está na alegria, e não no arrependimento, pois a ovelha, evidentemente, não experimentou um arrependimento consciente. Nem a ovelha nem a moeda podem se arrepender; isso talvez sugira que o arrependimento do pecador seja uma dádiva de Deus, resultado de ter sido achado, e não a condição para ser achado”. Com isso podemos afirmar que o arrependimento não é uma condição prévia para se alcançar o favor de Deus. Para os fariseus o arrependimento era uma maneira de entrar no reino de Deus, mas o ensino de Jesus nos mostra que o arrependimento é uma resposta ao reino que chegou. Assim o arrependimento é uma obra pela qual o homem justificado se mostra justo. Arrependimento significa “passar por uma mudança de mente e sentimentos”, “fazer uma mudança de princípios e práticas”. Essa mudança profunda e radical ocorre quando, pela graça de Deus, compreendemos o amor gracioso de Deus por nós pecadores. O fato de termos recebido uma nova vida pelo favor de Deus, leva-nos a demonstrar gratidão a esse Deus que nos ama, adequando nossas vidas ao ensino, a ética e aos valores do Reino de Deus. Nossa salvação é evidenciada pelo arrependimento, por um viver santo que honre e glorifique o Deus que nos salvou.  
3) A ALEGRIA DA NOSSA SALVAÇÃO RESULTA EM COMUNHÃO COM DEUS E SEU POVODeus não só salva o homem pecador, mas também o restaura: “Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo” (v. 5).   A ovelha precisa ser achada e depois precisa ser levada de volta ao aprisco, ao convívio das outras ovelhas. No versículo 6 lemos:  “E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”. Aqui encontramos um convite  para participarmos da alegria com a conversão dos pecadores, uma alegria que se expressa comunitariamente. Certo pastor contemporânea declarou: “Jesus está nos ensinando aqui que a alegria, em primeira instância, deve ser expressa e compartilhada em comunidade, na igreja. Isso implica na recepção do homem pecador no seio da igreja e no cuidado que esta deve prestar a este homem... Os novos discípulos devem ser integrados na vida da igreja”.
Somos salvos e restaurados no Corpo de Cristo, a família de Deus. É na comunhão cristã que encontramos o ambiente propício para desenvolvermos a nossa salvação, crescermos em santidade, servindo a Cristo com os nossos dons.  

Warren Wiersbe declarou que “quando um pecador se entrega ao Salvador, sua alegria é quadruplicada. Apesar de a história não dizer coisa alguma a respeito de como a ovelha se sentiu, certamente o coração da pessoa encontrada enche-se de alegria. Tanto as Escrituras (At 3:8; 8:39) quanto nossa experiência pessoal comprovam a alegria da salvação”.

quarta-feira, outubro 22, 2014

ENQUANTO O SENHOR NÃO VEM - 1 Tessalonicenses 5.1-11



Vimos que a doutrina da 2ª vinda de Cristo estava trazendo alguns problemas à igreja de Tessalônica. Alguns estavam confusos, achando que os cristãos que morreram antes da 2ª vinda estavam perdidos. Outros achavam que a vinda era tão próxima que abandonaram o trabalho e viviam ociosos e dependentes de outros. Paulo os lembra que assim como Deus ressuscitou a Cristo também ressuscitará os cristãos que já morreram. Também os exorta a viver de modo digno e não como parasitas dando um mau testemunho. Pois bem, nos versículos iniciais do capítulo 5, o apóstolo fala acerca do cronograma da volta de Cristo. Deixa claro a eles que o dia da volta ninguém sabe, somente Deus o sabe (Mt 24.36). Ela será repentina, como um ladrão que invade uma casa. Assim, Paulo nos apresenta alguns conselhos para aqueles que estão Esperando o Senhor voltar. Quais seriam as atitudes corretas que os cristãos devem apresentar enquanto Jesus não vem? Esta é a questão aqui. 1. Enquanto o SENHOR não vem, vivamos como filhos da luz. “Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz” (Efésios 5.8). O cristão é alguém que foi trazido para a luz. É alguém totalmente diferente do que era sem a graça de Deus. “As trevas pertencem ao velho homem, e a luz, de fato, relaciona-se com o homem novo” (Agostinho). Jesus declara de Si mesmo como a Luz do mundo. “Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida” (Jo. 8.12). Como cristãos, somos ordenados a viver neste mundo como uma luz intensa (Mateus 5.14-16). Viver como filho da luz é viver em santificação, consagração a Deus. E o método bíblico de santificação é o de compreender a verdade e depois aplicá-la. Daí a oração de Jesus: Santifica-os na Verdade; a Tua Palavra é a verdade”. O Rev. James Kennedy nos lembra que o pecado tem um "poder corruptor", o qual age em nós "contaminando nossa personalidade, mente e ações". "Santificação é o processo de retirar essa corrupção" e, "se amamos a Deus, deveríamos estar dispostos e ansiosos para obedecê-lo (...) santificação é um mandamento". A santidade é um processo contínuo e envolve luta, pois, como nos diz Packer, "a santidade é uma experiência de conflito". Paulo nos fala de uma tensão entre a carne e o Espírito: Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis (Gálatas 5.17). Assim devemos ser perseverantes no caminho da santidade. O autor aos Hebreus nos ensina a seguir a santidade (Hb 12.14). E isto envolve nos sujeitarmos ao Espírito de Cristo. A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo opera por meios – os meios de graça, a saber: a Palavra, oração, comunhão, adoração e a ceia do Senhor. Nesse processo é mister o nosso envolvimento através da disciplina e o esforço. "A formação de hábitos é a maneira normal pela qual o Espírito Santo nos leva para a santificação". 2. Enquanto o SENHOR não vem, vivamos sempre alerta. O apóstolo lhes diz que não deveriam dormir, Ignorar aviso mas vigiar. Embora a vinda de Cristo seja repentina e possa pegar os incrédulos despreparados, isto não deverá acontecer com o cristão. Nós sabemos que Cristo virá e devemos estar prontos para encontrá-Lo a qualquer momento. Estar vigilantes é estar desenvolvendo uma intimidade com Deus, em comunhão com Ele por meio da oração. Certa vez ouvi que aqueles que não vivem intimamente com Deus hoje, porque deveriam acreditar que na eternidade desfrutariam? Visto que o céu é estar com Jesus, estar com Jesus é o céu. E podemos estar com Ele agora. Como cristãos, é nosso imenso privilégio comungar com Cristo diariamente, ouvir Sua voz na Bíblia, buscá-lO em oração, partilhar com Ele nossas ansiedades e preocupações, expressar-Lhe o nosso amor e a nossa adoração. Chegamos a Cristo com pedidos por nossas necessidades e pelas dos outros, e pelo progresso do Seu reino. Recebemos dEle direção, fortalecimento e consolo. Não seria isso prelibar o céu?(Rev. Edward Donnelly). 3. Enquanto o SENHOR não vem, vivamos com sobriedade. Aqueles aguardam a vinda de Cristo permanecem acordados e não se embriagam como as pessoas do mundo. Ser "sóbrio" significa ser moderado, temperado, em todas as coisas - no comer, no beber, no falar, no vestir, etc.. Deus, pela pena inspirada de Pedro, exorta-nos a que sejamos sóbrios em tudo, e isto acopla também a sobriedade espiritual, pois o diabo, nosso adversário, anda ao redor de nós, bramando e rugindo como leão, buscando a quem possa tragar. Muito facilmente, mesmo novas criaturas, podemos perder o controle e deixarmos de ser sóbrios. Cuidado, as consequências podem ser graves. Cuidado, porque nós somos débeis e fracos e o inimigo das nossas almas é forte, astuto e mau. "Nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, tendo sempre por capacete a esperança da salvação..." (I Tessalonicenses 5:8). Santidade, vigilância e sobriedade são os requisitos necessários para aqueles que aguardam a segunda vinda de Jesus!

segunda-feira, outubro 20, 2014

O CASAMENTO É UMA ALIANÇA - Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu (Cantares 6.3)

Cântico dos Cânticos é um livro da Bíblia inteiramente dedicado ao romance, ao amor e à intimidade entre o homem e sua mulher. É a celebração do amor como dádiva de Deus. Salomão compreendeu as alegrias e virtudes do amor conjugal e escreveu esta canção tão bela. Como disse certo pregador em nossos dias, “Cântico dos Cânticos é certamente uma canção de amor. Não é só a melhor canção de amor que Salomão compôs, mas, acima de tudo, a canção de amor inspirada por Deus e preservada na Escritura”. Neste livro Deus fala-nos sobre a arte de amar, ensina-nos sobre como deve ser o amor entre um homem e uma mulher. Portanto, bem-aventurados seremos se, atentamente, aprendermos deste livro. Permita-me, ainda que de forma sucinta, lembrar-lhes o enredo deste poema. Sulamita e seus irmãos trabalham para Salomão cuidando de suas vinhas (8:11-14). Disfarçado de pastor, o rei Salomão visita suas vinhas, vê a Sulamita e se apaixona por ela (1:1 - 2:7). Ela descreve o tempo que passam juntos como um rico banquete. Na primavera seguinte, ele a pede em casamento, e ela aceita. Contudo, o amado precisa ausentar-se algum tempo com a promessa de voltar. Na ausência do amado, a Sulamita sonha com ele (3:1-5). Então, ele volta e lhe revela que é o rei Salomão. Eles se casam e consumam a união na noite de núpcias (3:6 - 5:1). A declaração da Sulamita é feita em resposta ao questionamento das mulheres acerca da ausência do amado. As mulheres a indagam: PARA ONDE FOI O TEU AMADO? Ela afirma: EU SOU DO MEU AMADO, E O MEU AMADO É MEU. Assim ela nos “apresenta os padrões determinados por Deus para o casamento, ilustrando os privilégios maravilhosos e as responsabilidades sérias que o marido e a esposa têm para com Deus e um para com o outro”, conforme nos ensina Warren Wiersbe. Portanto, aprendemos aqui que O CASAMENTO É UMA ALIANÇA. O Rev. Van Groningen corretamente nos diz que “o casamento é uma aliança estabelecida por Deus, instituída por Deus, e vivida diante de Deus, para expressar simbolicamente a união de Deus e seu povo por meio de um amor real”. Assim devemos compreender o casamento como um relacionamento pactual estabelecido por Deus e seus votos são feitos a Deus. O Profeta Malaquias nos diz: “o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade (...) sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança (...) Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade”. O propósito do casamento não é fazer o homem feliz, mas, sim, glorificar a Deus e fazer com que a geração seguinte conheça a glória de Deus.  Portanto, o casamento é uma aliança que (1) requer dependência e unidade, pois exige uma entrega total de cada um para o outro; (2) requer fidelidade, pois fundamenta-se nas promessas mútuas; (3) requer a presença de Deus.
1) O CASAMENTO É UMA ALIANÇA QUE REQUER DEPENDÊNCIA E UNIDADE , POIS EXIGE UMA ENTREGA TOTAL DE CADA UM PARA O OUTRO. Na criação da mulher devemos notar a necessidade que o ser humano tem de companheirismo. O homem não foi feito para a solidão, mas para a comunhão, para a comunicação com o outro. “Deus fez a mulher e o homem de modo que a fusão de ambos resulte na verdadeira felicidade”. Eu sou do meu amado e o meu amado é meu. Num casamento nos pertencemos um ao outro. Há também a ideia de complementariedade. O que falta ao homem, a mulher supre, o que falta a mulher, o homem supre. A independência que tiveram até aqui é substituída por uma dependência em amor, amizade e respeito.   O eu, o meu, saem para dar lugar ao nosso. Não são mais dois, mas uma só carne.  No romance de Shakespeare, depois que o leitor sonha com o encontro, Romeu e Julieta morrem. Eu creio que não pode ser outra coisa que deva acontecer no altar senão isto. Ambos se tornam uma só carne. É Deus quem os juntou. E esta união deve ser a mais completa possível. Deve haver união de corpos, de propósitos, mas acima de tudo, uma união de alma. E esta união espiritual é a mais importante de todas, pois é a união da fé, da esperança e do amor que vem de Deus. O casal deve ter a mesma fé em Deus. Eu e minha casa serviremos ao Senhor e, assim, esta união se projetará para a eternidade e os frutos dessa união, os filhos, terão um ambiente harmonioso para crescerem.
2) O CASAMENTO É UMA ALIANÇA QUE REQUER FIDELIDADE, POIS FUNDAMENTA-SE NAS PROMESSAS MÚTUAS. Na declaração apaixonada da Sulamita fica claro o senso de dependência mútua, que é refletido em FIDELIDADE. “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. Somente a fidelidade conjugal em todos os momentos da vida pode trazer segurança. É um muro protetor com cerca eletrificada e portões fechados com cadeados de segredo que somente o casal conhece. Deus estabeleceu a intimidade sexual, a qual deve ocorrer dentro do contexto do casamento. “Um lar cristão consagrado é a coisa mais parecida com o céu que se pode experimentar na Terra, e começa com um casamento cristão”. “O significado mais elevado e o propósito mais sublime do casamento é o de manifestar a relação pactual entre Cristo e Sua igreja. Viver esta verdade, e mostrar essa verdade, é o que significa, mais profundamente, ser casado. Essa é a razão mais elevada para o casamento existir. Há outras razões, mas essa é a principal” (John Piper). Deus fez o casamento indissolúvel. “O que Deus ajuntou não o separe o homem”. O casamento, diante de Deus e de todas as testemunhas na cerimônia, é um pacto, onde o marido e a mulher prometem compromisso e fidelidade. A aliança que carregam no dedo anelar é um sinal destas promessas.  A Palavra de Deus afirma que “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hebreus 13:4).
3) O CASAMENTO É UMA ALIANÇA QUE REQUER  A PRESENÇA DE DEUS.
Cada um dos aspectos que formam o casamento é importante, mas não é a base do mesmo. É importante a casa, o amor, a amizade, o dinheiro, mas a base mesmo é o SENHOR. Todo casamento deve ter suas amarras em Deus que uniu o homem e a mulher. Se assim não for o relacionamento não permanecerá. Bruno e Thalita, você precisam ver além das emoções, viver além das emoções. Vivam na certeza da graça e da presença de que Deus os uniu. A Bíblia nos relata que o primeiro milagre de Jesus ocorreu numa festa de casamento em Caná da Galileia. A presença de Jesus naquela festa foi a solução de um problema circunstancial, mas que foi resolvido porque Jesus estava ali. Assim, Bruno e Thalita, a base desse enlace é a presença de Jesus. A busca contínua da comunhão com Cristo e a obediência aos seus ensinos são indispensáveis para um matrimônio feliz. Sem Deus corremos o risco de construirmos um relacionamento de frustração, tristeza e dor. A chave de uma vida conjugal, familiar plena de alegria e felicidade está na presença de Jesus em nosso relacionamento.

Jamais devemos esquecer que o casamento é uma aliança que (1) requer dependência e unidade, pois exige uma entrega total de cada um para o outro; (2) requer fidelidade, pois se fundamenta nas promessas mútuas; (3) requer a presença de Deus. E assim vivamos esse amor intensa e maravilhosamente sob a bênção do SENHOR. 

quarta-feira, outubro 08, 2014

APRENDENDO COM O PROFETA ISAÍAS

Isaías nos informa que é um profeta e que a sua mensagem não foi inventada por ele, mas, sim, é a Palavra que o Senhor lhe falou (Isaías 1:1). Surge, então, a questão: O que o Senhor falou? Qual a mensagem proclamada da parte do Senhor? Creio que a mensagem é uma só em todo o livro. Apesar de ser um livro extenso com 66 capítulos há uma única mensagem permeando todo livro e o Rev. Martin Lloyd-Jones resumiu bem: “Isaías escreveu para explicar a causa dos problemas e o único caminho de saída”. Nos capítulos iniciais do livro de Isaías vemos que o povo de Deus achava-se em dificuldades por não ouvir a voz do Senhor, por ser indiferente à proclamação profética. A queixa de Deus é a de um pai que criou seus filhos com todo empenho e eles se rebelaram contra Ele. “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim" (Isaías 1:2). Warren Wiersbe declara: “O mais revoltante é que esse povo rebelde também era religioso (Isaías 1:10-15). Os judeus adoravam no templo e ofereciam uma grande variedade de sacrifícios ao Senhor, mas seu coração estava longe de Deus e sua adoração era hipócrita. Os sacrifícios, por si sós, não eram suficientes para agradar ao Senhor, uma vez que, juntamente com a observação exterior, Deus requer obediência interior (1 Samuel 15:22), um coração contrito (SaImo 51:17) e uma vida piedosa (Miquéias 6:6-8). A adoração de Judá ao Senhor era iniquidade e não piedade, e Deus estava cansado dela! Em vez de levantar "mãos santas" em oração (1 Timóteo 2:8), as mãos do povo estavam manchadas de sangue por causa de seus muitos pecados (Isaías 59:3; Ezequiel 7:23)”. A consequência desta rebeldia é o cativeiro babilônico. Deus afirma que as coisas piorariam e eles seriam levados cativos. Deus levava a sério o pecado de seu povo. Se não se arrependessem nem aceitassem sua oferta de perdão (Isaías 1:18), então só restaria ao Senhor enviar seu juízo. No capítulo 6 encontramos um profeta que reconhece o pecado do povo de Deus e o juízo de Deus. Ainda nos informa que Uzias, o rei havia morrido. Ele foi um dos maiores líderes de Judá, mesmo que em seus últimos anos tivesse sido disciplinado por sua desobediência a Deus (2 Crônicas 26:16-21). A palavra que descreve o reinado de Uzias é prosperidade. No livro das Crônicas lemos a respeito de Uzias: “nos dias em que buscou ao SENHOR, Deus o fez prosperar” (2 Crônicas 26.5). Com a morte do rei, o pecado da nação e o iminente juízo de Deus, não há esperança e neste momento o profeta vai ao templo. Com isso nos ensina algo importante: Nos momentos difíceis e conturbados da nossa vida devemos nos voltar a Deus. Muitos, ao enfrentarem problemas, abandonam o culto, deixam de congregar. Isaías nos ensina que nestes momentos devemos ir ao culto, buscar a orientação do SENHOR para nossas vidas. É no ajuntar do povo de Deus que Ele fala conosco! A mensagem que o profeta recebe do SENHOR é que ELE REINA. Ainda que um grande rei tivesse deixado seu trono na terra, o maior dos Reis continuava assentado em seu trono celestial. Esta é a visão de Isaías. Ele viu um Deus que é Senhor, Soberano e Rei. Para o jovem Isaías, as perspectivas eram sombrias. Seu rei (Uzias) tão estimado havia falecido, sua nação estava em perigo e não lhe restava muito o que fazer sobre isso. As perspectivas podiam ser desanimadoras, mas o que via ao olhar para o alto era glorioso! Deus ainda estava assentado em seu trono reinando como Soberano do universo! "Toda a terra" estava "cheia da sua glória" (Isaías 6:3). Quando seu mundo começa a desmoronar é bom ver as coisas do ponto de vista de Deus. Isaías olhou para o alto, pois o nosso socorro vem do SENHOR (Salmo 122.1). Deus nos diz: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jeremias 33.3). Caro leitor  quero concluir nossa reflexão com as palavras de Isaías: “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55:6).



quinta-feira, outubro 02, 2014

CRISTÃOS MUTANTES

O rev. John MacArthur me chamou a atenção para um fato notório em nossos dias. O surgimento de outro “evangelho” que produz um “cristão mutante”. Ele declarou: “O poder do Evangelho está em sua verdade imutável; uma semente mutante só produzirá uma colheita mutante”. Lamentavelmente vivemos dias em que aqueles que se dizem cristãos não demonstram convicções e nem apresentam firmeza no que creem. São inconstantes e se curvam as tendências teológicas que prevalecem em nossa época, rejeitando os padrões absolutos da Palavra de Deus. Somos conclamados, pelas Escrituras, a permanecer fiéis à Verdade de Deus: “Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardais as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por palavra nossa” (2 Ts 2.15). A Bíblia é o livro de Deus. Ela é a Palavra de Deus.  Deus é o autor primário das Escrituras Sagradas. E o propósito de Deus se ter revelado através da Bíblia é de nos despertar à fé em Jesus Cristo e nos dar a salvação que há nEle! Calvino, o reformador do século XVI, afirma que a Escritura contém o guia perfeito de uma vida boa e feliz. Isto porque a verdadeira felicidade está na reconciliação do homem com Deus, o Criador. Uma vez que a Bíblia é o livro de Deus e tem um propósito tão especial, ela se reveste de tremenda importância para nossas vidas. Como cristãos somos exortados pelo apóstolo Paulo a chegarmos “à perfeita varonilidade”, isto é, sermos pessoas maduras, “pessoas que alcançaram à altura espiritual de Cristo” (Efésios 4.13,14). O objetivo desta exortação é “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro, e levados ao redor por toda sorte de doutrina”. Isto só é possível se edificarmos nossas vidas na imutável Palavra de Deus.