Em nossa caminhada com Deus muitas
vezes nós somos surpreendidos com situações que não compreendemos e que nos
causam angústia e dor. Ao longo da história do cristianismo vemos muitos homens
e mulheres que perderam suas vidas por amor a Cristo. Em 15 de fevereiro p.p., foi divulgado um vídeo na internet, cujo
título era "Uma mensagem assinada com sangue para a nação da cruz". Neste vídeo nós vemos reféns (cristãos coptas)
de mãos amarradas nas costas, ajoelhados e cruelmente sendo degolados por
terroristas do estado islâmico. Diante de um quadro destes muitos indagam: onde
está Deus? Se Deus existe, porque há tanto sofrimento no mundo? Deus é
bom e o homem é mau, afirma o Rev. Elben L. César, Deus age de um modo e os homens de outro. Podemos sempre esperar o
melhor da parte de Deus. Podemos sempre esperar o pior da parte dos homens. O Rev. A. W. Pink nos lembra que “devemos estar preparados para os reveses
que a Providência permite”.
O livro de Rute foi escrito no
período dos juízes. Um período, de aproximadamente 350 anos, que começou depois
da morte de Josué e terminou com a coroação do rei Saul. Esse tempo foi marcado
pela instabilidade política, o colapso moral e a
infidelidade espiritual. A BKJ afirma que este período foi “um tempo de apostasia, confusão, degradação moral e muita tristeza”.
O último versículo do livro de Juízes descreve bem este tempo: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava
mais reto”. É neste contexto de confusão e caos político, social e moral
que encontramos a história de Rute. John Piper afirma que “o livro de Rute é uma história que mostra como Deus se move de maneira
misteriosa, e maravilhosa. Essa é uma história para pessoas que se perguntam
onde está Deus quando não há sonhos, visões ou profetas. É para pessoas que
querem saber onde Deus está quando uma tragédia após a outra ataca a sua fé. É
uma história para as pessoas que se perguntam se uma vida de integridade em
tempos difíceis vale a pena”. Assim quero convidá-los a aprender, neste
livro, LIÇÕES SOBRE A PROVIDÊNCIA DE DEUS.
1ª
LIÇÃO: Alguns reveses que enfrentamos
são decorrentes de não crermos na providência de Deus. Um poeta inglês chamado William
Cowper disse: “Não julgue o Senhor com
débil entendimento, mas confie na Sua
graça. Atrás de uma providência carrancuda Ele esconde uma face sorridente”. O apóstolo Paulo nos ensina: “Sabemos que
todas as coisas cooperam para o bem d aqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Podemos não compreender e ficar perplexos diante de circunstâncias
que a vida nos impõe, mas devemos lembrar que Deus compreende e está no
controle de todas as coisas. Diante da crise que assolou a nação (talvez por
causa da sua infidelidade do povo a Deus), a qual trouxe fome e miséria,
Elimeleque decidiu sair da terra prometida, da “casa do pão” (Belém) ir morar
no estrangeiro entre aqueles a quem Deus havia proibido a nação de se misturar.
Tentou “ajudar” a Deus na resolução das suas dificuldades, em vez de confiar em
Deus. O Rev. Hernandes Dias Lopes afirma que “Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom escolheram fugir, em vez de
enfrentar a crise. Eles apostaram que a crise era irremediável e que o caminho
da fuga era a única rota de escape. Contudo, fugir nem sempre é a alternativa
mais segura e sensata. Na hora da crise, devemos olhar para Deus, em vez de
mirarmos apenas as circunstâncias. Quando somos encurralados pelas
circunstâncias adversas, precisamos acreditar que Deus está acima e no controle
delas”. Quais os resultados? Foram a Moabe em busca de sobrevivência e
encontraram a morte, foram em busca do
pão e lhes sobreveio a doença e a tristeza.
2ª
LIÇÃO: Deus é misericordioso e,
providencialmente, transforma o mal em bem. Viver a vida cristã não é viver por
meio de suas próprias forças, recursos e realizações. Viver a vida cristã é
viver mediante Cristo e mediante os recursos que Ele nos coloca a disposição.
Quando vivemos por meio de nossas próprias forças e capacidade (e isto é
religiosidade) a tendência é nos exaurirmos e cairmos extenuados, desanimados e
frustrados. Foi isso que ocorreu com família de Noemi. Por não crerem na
revelação de um Deus providente e buscarem nas próprias realizações a superação
da crise, falharam. Por isso Noemi declara: Não
me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o
Todo-Poderoso. Ditosa eu parti, porém o SENHOR me fez voltar pobre; por que,
pois, me chamareis Noemi, visto que o SENHOR se manifestou contra mim e o
Todo-Poderoso me tem afligido? Quando chegamos neste ponto
pensamos: não tem mais jeito. Deus não
voltará a ser misericordioso comigo. É assim que o inimigo quer que pensemos. Isaías
descreve o ministério de Jesus assim: Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega. As vezes os
reveses da vida (que muitas vezes são frutos da nossa insensatez) nos fazem
sentir como um bagaço, inútil e sem valor. E a Palavra nos diz que Deus não
esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega. Deus não se livra daqueles que se viram
queimados pela vida. Deus nos restaura. Mais uma vez John Piper nos diz: Não só Deus reina em todos os assuntos dos
homens, e não só a sua providência, por vezes, é difícil, mas em todos as suas
obras são feitas para o bem e a felicidade de seu povo. Quem teria imaginado
que no pior de todos os tempos, o período de juízes, Deus estava se movendo em
silêncio nos dramas de uma única família para preparar o caminho para o maior
rei de Israel? Mas não só isso, ele estava trabalhando para preencher Noemi,
Rute, Boaz e seus amigos com grandes alegrias. Se alguma coisa aconteceu na sua
vida que fez o seu futuro parecer perdido, aprenda com Rute que Deus está
trabalhando nesse momento para dar-lhe um futuro de esperança. Confie nele,
espere pacientemente. As sinistras nuvens estão cheias de grande misericórdia e
vão liberar com as bênçãos sobre sua cabeça
“Nem
o Antigo Testamento nem no Novo Testamento prometem que os crentes vão escapar
das aflições da vida. Mas, suponha que a calamidade de Noemi foi devido à sua
desobediência. Isso faz com que a história seja duplamente encorajadora, porque
mostra que Deus deseja e é capaz até mesmo para transformar os seus juízos em
alegrias. Se Rute foi trazida para a família por causa do pecado, é duplamente
surpreendente que ela é feita a avó de Davi um antepassado de Jesus Cristo.
Nunca pense que o pecado de seu passado significa que não há esperança para o
futuro”. O Rev. Hernandes em seu comentário
deste livro nós trás algumas aplicações interessantes. Destacamos duas das suas
ênfases:
Em primeiro lugar, a
providência do Altíssimo é maior do que a tragédia humana. Deus
transforma vales em mananciais, nossas tragédias em cenários de esperança. Ele
enxuga nossas lágrimas, acalma a nossa dor e coloca os nossos pés na estrada da
mais esplêndida vitória ... Quando a
nossa causa parece perdida, com Deus ela não está perdida. Quando julgamos que
as circunstâncias suplantaram nossa esperança, o Deus que chama à existência as
coisas que não existem nos faz triunfar no deserto das nossas crises.
Em segundo lugar, as
tragédias humanas jamais podem anular os soberanos propósitos de Deus.
O livro de Rute é essencialmente um livro sobre a soberania de Deus. A
implicação por toda a obra é que Deus está vigiando Seu povo, fazendo acontecer
a eles o que é bom. O livro é a respeito de Deus. Ele governa sobre todas as
coisas e abençoa os que confiam nEle.
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