Encontramos nestes versículos iniciais do Evangelho de João uma declaração de incomparável sublimidade a respeito da natureza divina do nosso Senhor Jesus Cristo. Acima de qualquer dúvida, quando João menciona “o Verbo” está se referindo a Cristo. Com toda certeza, há grande profundidade nesta declaração, cuja compreensão está muito além do entendimento do homem. Ainda assim, há claros ensinamentos na passagem, os quais todo crente deveria guardar como tesouro no coração,
Primeiro, aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é eterno. João diz que “no princípio era o Verbo”. Ele não começou a existir quando os céus e a terra foram formados e, muito menos, quando o evangelho foi trazido ao mundo. Ele tinha a glória com o Pai “antes que houvesse mundo” (Jo 17.5). Existia quando a matéria foi criada e antes que começassem os tempos. “Ele é antes de todas as coisas” (Cl 1.17); Jesus existe desde toda a eternidade.
Segundo, aprendemos que o nosso Senhor Jesus Cristo é uma pessoa distinta de Deus, o Pai; e, ainda assim, é um com Ele. João diz que “o Verbo estava com Deus”. O Pai e o Verbo, embora sejam duas pessoas, são ligados por uma união inefável. Desde a eternidade, onde quer que Deus Pai estivesse, ali também estava o Verbo, o Deus Filho — iguais em glória, co-eternos em majestade, mas uma só Divindade. Este é um grande mistério. Feliz aquele que o recebe com a atitude de uma criança, sem tentar explicá-lo!
Terceiro, aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é o próprio Deus. João diz que “o Verbo era Deus”. Ele não é meramente um anjo criado ou um ser inferior a Deus, o Pai, investido de poder, da parte do Pai, para redimir os pecadores. Não é menos que o Deus perfeito; é igual ao Pai, no que concerne à sua divindade; Ele é Deus, possuindo a mesma natureza que o Pai e existindo antes da fundação do mundo.
Quarto, aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é o Criador de todas as coisas. João diz que “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Longe de ser uma criatura de Deus, Ele é o Ser que fez o universo e tudo o que nele há. O apóstolo nos diz que Jesus “é o primogênito de toda a criação; pois nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.15,16).
Por último, aprendemos que o Senhor Jesus Cristo é a fonte de toda luz e vida espirítual. João diz que “a vida estava nele, e a vida era a luz dos homens”. Ele é a fonte eterna, e somente dela os filhos dos homens têm recebido vida. Em todos os tempos, a maior parte da humanidade tem-se recusado a conhecê-Lo, esquecendo-se da Queda e da necessidade de um Salvador pessoal. A luz tem constantemente resplandecido “nas trevas”, e a maioria dos homens não a tem compreendido. Mas, aqueles que já receberam luz e vida espiritual, devem tudo isso a Cristo.
*Texto adaptado do livro de J.C. Ryle - Meditações no Evangelho de João
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