Jamais devemos esquecer que o homem natural é incapaz de compreender por si mesmo a mensagem cristã. Paulo afirmou que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1coríntios 2.14). A Bíblia nos diz que os homens estão cegos (2Coríntios 4.4), surdos (Atos 28.26,27; João 8.43) e mortos (Efésios 2.1). Assim devemos nos lembrar que a conversão de alguém não depende do meu poder de persuasão e, sim, da ação sobrenatural do Espírito de Deus, pois é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8). Assim devemos suplicar que o Espírito Santo nos use e, Ele mesmo, abra a mente dos que estão sendo evangelizados.
O apóstolo Pedro escreveu que o Senhor nos guia por seu exemplo (1Pedro 2.21). Devemos seguir os seus passos em todos os aspectos da vida, inclusive na maneira de testemunhar. Jesus em sua conversa com a samaritana junto ao poço de Jacó apresenta-nos alguns princípios que devemos seguir. Em sua oração sacerdotal, Jesus não rogou para que o Pai nos tire do mundo, mas que nos livrasse do mal. Assim, o primeiro passo no testemunho consiste em ter contatos sociais com os não crentes. Muitas vezes limitamos o nosso círculo de amizades aos irmãos da fé. Como poderemos levar pessoas a Jesus se não conhecemos os descrentes? Com isso, volto a dizer, que a igreja precisa ir em busca dos perdidos e a evangelização não pode ser limitada entre quatro paredes.. Jesus mesmo foi censurado por andar e comer com pecadores e em resposta afirmou que “os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores” (Marcos 2.17). O segundo passo consiste em obter a atenção. O Mestre começou onde ela estava e iniciou sua conversa dizendo: dá-me de beber. Ele começou com algo que ela estava interessada. A partir daí, pouco a pouco, Ele desviou a conversa até chegar a uma realidade espiritual que ela nada sabia. O terceiro passo consiste em despertar interesse. A samaritana perguntou-Lhe: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim que sou mulher samaritana?” (João 4.9). O simples fato de Jesus conversar com aquela mulher põem abaixo barreiras sociais, religiosas, políticas e raciais. Assim, Ele a surpreendeu. E por não fazer discriminação, mas, antes, aceitá-la, conseguiu seu interesse. E mais ainda: “Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4.10). Imediatamente ela respondeu: “...Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde pois, tens a água viva?” (João 4.11). Em quarto lugar, devemos levar as pessoas a desejar o que lhe oferecemos. João 4.14,15. Obviamente que sendo uma mulher de má reputação, tendo que ir ao poço ao meio dia, quando ninguém estava por perto, ela estava interessada em não ter que vir ao poço tirar água, do que não ter sede novamente. Depois Ele trouxe à luz, a evidência do seu pecado. Eis aí o quinto ponto: convicção de pecado (joão 4.16-18). Por último, devemos levá-la a tomar uma decisão. João 4.26. Ela deveria aceitá-lo ou rejeitá-lo.
O Rev. James Kennedy nos diz: “Devemos familiarizar-nos com essas leis de persuasão e usá-las quando criticamos a nossa apresentação do Evangelho, para ajudar-nos a detectar os lugares da nossa fraqueza. Devemos perguntar a nós mesmos:
Falhei em conseguir a atenção deles em manter seu interesse? Se foi assim, por que e como posso fazer para mudar isto?
Até que ponto despertei o seu desejo de conhecer a Cristo e fazer parte do Seu Reino? Como isto pode ser aumentado?
A pessoa ficou convencida quanto aos seus pecados e sua necessidade de perdão? Se não, por quê?
Confrontei a pessoa claramente, com a necessidade que ela tem de fazer uma decisão por Cristo e dedicar sua vida a Ele com arrependimento e fé? Se não, como posso melhorar para a próxima vez?”[1].
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