Amados, hoje gostaria de dirigir-lhes algumas palavras de estímulo e instrução para a vida cristã. Para isso, tomo emprestado as palavras do apóstolo Paulo, dirigidas à igreja de Corinto. Por certo podemos afirmar que Paulo, entre todos, é o mais proeminente evangelista que a igreja de Cristo conheceu. Gastou toda sua vida na implantação de igrejas cristãs em todo mundo antigo. E além de plantador de igreja, também se mostrou um verdadeiro pastor. Este caráter pastoral é facilmente percebido em suas epístolas. Todas elas foram escritas com o objetivo de orientar irmãos na fé, bem como, corrigi-los de erros doutrinários e morais. Eis os imperativos dirigidos aos coríntios em sua carta (2 Coríntios 13.11):
1) Aperfeiçoai-vos. A orientação dada é para que eles sejam perfeitos, busquem a perfeição. A idéia de perfeição, longe de expressar impecabilidade, pois neste sentido somente Jesus se mostrou sem pecado, significa que eles deveriam ser completos. Isto é, aquilo que criam deveriam se expressar em seus atos. O cristão perfeito é aquele que usa adequadamente todos os recursos que Deus lhe deu para desenvolver a vida cristã. A Bíblia é muito clara em nos ensinar que aqueles que estão em Cristo, foram feitos nova criatura. Trata-se de um novo homem, gerado por um novo nascimento. Contudo, Deus não somente nos dá uma nova vida como também tudo que nos é necessário para vivenciarmos esta nova vida. Temos em nossas mãos a Palavra de Deus. Ela é “lâmpada para os meus pés” e “luz para os meus caminhos”. Ela é nossa bússola, que nos orienta num viver que agrade a Deus. O salmista nos diz: “Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições e o buscam de todo o coração; não praticam iniqüidade e andam em seus caminhos. Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os cumpramos à risca. Tomara sejam firmes os meus passos para que eu observe os teus preceitos. Então, não terei de que me envergonhar, quando considerar em todos os teus mandamentos” (Salmo 119.2-6). Além da Palavra temos o Espírito Santo. Ele é o que se coloca ao nosso lado e nos sustenta. É o que nos guia em toda verdade. Paulo afirma que nós não sabemos orar como convém e que o Espírito Santo é quem intercede por nós, com gemidos inexprimíveis.
2) Consolai-vos. O autor aos Hebreus escreveu: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e as boas obras”. A nova vida não será uma vida fácil, pelo contrário, enfrentaremos adversidades, lutas, provações. E para que não desfaleçamos em meio aos reveses da vida, temos a comunhão cristã para nos estimular, encorajar. O sábio nos ensina: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois caindo não haverá quem o levante. Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade” (Pv 4.9-12). Por isso devemos preservar a comunhão. E a exortação bíblica é para que não deixemos de congregar, como é costume de alguns. Porém, esta exortação tem muito mais peso sobre a liderança, pastores, presbíteros, diáconos e outros que lideram. Temos que nos tornar exemplos da vida em comunhão, participando, nos envolvendo, lutando juntos para que ninguém se desfaleça.
3) Sede do mesmo parecer. Aos filipenses, onde irmãos não pensavam concordemente, Paulo exortou: “Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” (Fp 2.2,3). Como cristãos temos a mente de Cristo. Isto implica que temos o mesmo objetivo. Todos nós vivemos para glorificar a Deus. Por isso, “quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.
4) Vivei em paz. Aos Efésios Paulo escreveu: “Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4.3). Quando observamos esta passagem fica evidente que entre cristãos pode haver atritos. Paulo não recomendaria que os crentes mantivessem a unidade do Espírito, se não existissem dissensões entre eles e recomenda que eles procurem manter a unidade. Sob todas as diferenças entre os primeiros cristãos, está também o fato de uma unidade básica. Paulo não recomenda que eles se esforcem em produzir unidade, mas em conservar aquilo que já existe. “Os homens são incapazes de produzir a unidade, que é essencial para a vida da igreja. Ela só pode ser produzida pelo Espirito de Deus; mas uma vez produzida, é responsabilidade dos cristãos preservá-la”, afirmou Ray Stedman. É extremamente importante que os cristãos parem com as contendas, brigas, os ciúmes, ressentimentos e ódio. Se estas coisas existirem em nosso meio, nos tornaremos totalmente ineficazes em nossa sociedade.