A evangelização pode assumir diferentes formas. Desde que Jesus ofereceu a água da vida à mulher samaritana no poço de Jacó, e desde que Filipe assentou-se ao lado do etíope em sua carruagem para anunciar-lhe as boas novas de Jesus, o evangelismo pessoal tem tido impecáveis precedentes bíblicos. Ainda é nosso dever, sempre que surge uma oportunidade e em espírito de humildade, compartilhar Cristo com aqueles parentes, amigos, vizinhos e colegas que ainda não o conhecem. Não obstante, pode-se dizer que a evangelização através da igreja local é o método mais normal, natural e produtivo de se divulgar o evangelho hoje. Há duas razões principais para recomendá-lo. A primeira delas encontra-se na Escritura. Segundo o apóstolo Pedro, a igreja é, ao mesmo tempo, "um sacerdócio real", destinado a oferecer sacrifícios a Deus (ou seja, a adoração), e "uma nação santa", que divulga os louvores de Deus (ou seja, o testemunho). Além disso, estas responsabilidades da igreja universal se desenvolvem em cada igreja local. Toda congregação cristã é chamada por Deus para ser uma comunidade que adora e testifica. Com efeito, cada um desses dois deveres envolve necessariamente o outro. Se nós adoramos verdadeiramente a Deus, reconhecendo e adorando o seu infinito valor, somos igualmente impelidos a torná-lo conhecido de outros, a fim de que eles também possam adorá-lo. Assim, a adoração conduz ao testemunho, e o testemunho, por sua vez, produz adoração, em um círculo vicioso. Os tessalonicenses deram um belo exemplo de evangelização através da igreja local. Bem no comecinho de sua primeira carta para eles Paulo aponta para esta notável sequência: "... o nosso evangelho ... chegou até vós ... Tendo recebido a palavra ... de vós repercutiu a palavra do Senhor". É como se a igreja local fosse um eco que reflete e amplifica as vibrações que recebe, ou como um satélite de comunicação, que primeiro recebe e depois transmite uma mensagem. Toda igreja que já ouviu o evangelho deve passá-lo adiante. Este continua sendo o principal método evangelístico de Deus. Se todas as igrejas tivessem sido fiéis, o mundo já teria sido evangelizado há muito tempo. O segundo argumento parte da estratégia. Cada igreja local está situada em um contexto específico. Sua primeira responsabilidade missionária, portanto, deve ser para com as pessoas que vivem ali. A congregação é situada estrategicamente a fim de atingir aquele bairro. Assim, teologia bíblica e estratégia prática combinam-se para fazer da igreja local o agente primordial da evangelização.
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