quinta-feira, dezembro 11, 2014

POR QUE EU PRECISO DA IGREJA?

Esta é uma questão deveras importante. Vivemos em uma época em que muitos afirmam ser possível ser cristão autêntico sem a igreja, ou seja, não preciso de uma instituição para ser o que sou.  É preciso que se diga, antes de qualquer outra coisa, que tornar-se cristão é uma experiência individual e pessoal. Ser cristão trata-se de um relacionamento íntimo e pessoal com Deus. Não consiste em nascer num lar cristão ou fazer parte de uma família cristã. Mas, sim, de uma experiência pessoal com Cristo, a qual a Bíblia denomina de novo nascimento. Jesus mesmo declarou que “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5). Francis Schaeffer acertadamente nos diz que “não há nenhum meio de começar a vida cristã excet através da porta do nascimento espiritual, do mesmo modo como não há como alguém de começar a vida física exceto através da porta do nascimento físico”.
Embora o cristianismo seja uma experiência individual não é individualista. O nascimento espiritual nos introduz no corpo de Cristo e, assim, somos membros uns dos outros. Esta metáfora, que descreve a igreja de Cristo, é fundamental para compreendermos a importância da igreja local e a comunhão que deve existir entre os cristãos. Um dos grandes perigos que enfrentamos como cristãos é o da apostasia. Apostatar é não permanecer em Cristo e no Seu Evangelho até o fim. Paulo, o apóstolo, nos exorta: “Aquele que pensa estar em pé, cuidado para que não caia” (1 Coríntios 10:12). Na carta aos Hebreus lemos: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo;  pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.12,13). Comentando esta passagem Stuart Olyott afirma: “Todos nós que professamos seguir a Cristo temos de reconhecer que não estamos isentos de apostatar. O uso do apóstolo das palavras ‘qualquer’ e ‘nenhum’ ressalta justamente isso. Cada um de nós deve temer (Hebreus 4.1). Podemos crer que estamos a caminho do céu, mas é possível que não cheguemos lá”.   A marca de um verdadeiro cristão é a perseverança.  Jesus afirmou: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mateus 24.13). Por isso somos estimulados à comunhão, devemos exortar, encorajar “uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje,  para que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”  (Hebreus 3.13). Paul David Tripp nos ensina que “discernimento pessoal é produto da comunidade”, pois “preciso de você para realmente me ver e me conhecer. Caso contrário, eu escutarei meus próprios argumentos, acreditarei em minhas próprias mentiras, e aceitarei meus próprios enganos. A percepção que tenho de mim mesmo é tão exata quanto aquele espelho que distorce em um parque de diversões. Se eu vou me enxergar de maneira clara preciso que você segure o espelho da Palavra de Deus à minha frente”. Portanto para eu perseverar na fé é essencial participar da comunhão daqueles que se acham em Cristo. Devemos nos aproximar uns dos outros e permitir que outros se aproximem de mim. Devemos nos estimular e encorajar mutuamente para seguirmos adiante em direção ao alvo que é Cristo. Lembre-se: precisamos uns dos outros. Salomão nos diz que “melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante” (Eclesiastes 4.9,10).



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