Esta é uma questão deveras importante. Vivemos em uma época em que muitos
afirmam ser possível ser cristão autêntico sem a igreja, ou seja, não preciso
de uma instituição para ser o que sou. É
preciso que se diga, antes de qualquer outra coisa, que tornar-se cristão é uma
experiência individual e pessoal. Ser cristão trata-se de um relacionamento
íntimo e pessoal com Deus. Não consiste em nascer num lar cristão ou fazer
parte de uma família cristã. Mas, sim, de uma experiência pessoal com Cristo, a
qual a Bíblia denomina de novo nascimento. Jesus mesmo declarou que “quem não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5).
Francis Schaeffer acertadamente nos diz que “não há nenhum meio de começar a vida
cristã excet através da porta do nascimento espiritual, do mesmo modo como não
há como alguém de começar a vida física exceto através da porta do nascimento
físico”.
Embora o cristianismo seja uma experiência individual não é
individualista. O nascimento espiritual nos introduz no corpo de Cristo e,
assim, somos membros uns dos outros. Esta metáfora, que descreve a igreja de
Cristo, é fundamental para compreendermos a importância da igreja local e a
comunhão que deve existir entre os cristãos. Um dos grandes perigos que
enfrentamos como cristãos é o da apostasia. Apostatar é não permanecer em
Cristo e no Seu Evangelho até o fim. Paulo, o apóstolo, nos exorta: “Aquele que
pensa estar em pé, cuidado para que não caia” (1 Coríntios 10:12). Na carta aos
Hebreus lemos: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós
perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada
dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido
pelo engano do pecado” (Hebreus 3.12,13). Comentando esta passagem Stuart
Olyott afirma: “Todos nós que professamos seguir a Cristo temos de reconhecer
que não estamos isentos de apostatar. O uso do apóstolo das palavras ‘qualquer’
e ‘nenhum’ ressalta justamente isso. Cada um de nós deve temer (Hebreus 4.1).
Podemos crer que estamos a caminho do céu, mas é possível que não cheguemos
lá”. A marca de um verdadeiro cristão é
a perseverança. Jesus afirmou: “Aquele, porém, que perseverar
até o fim, esse será salvo” (Mateus 24.13). Por isso somos estimulados à
comunhão, devemos exortar, encorajar “uns aos outros todos os dias, durante o
tempo que se chama Hoje, para que nenhum
de vós seja endurecido pelo engano do pecado”
(Hebreus 3.13). Paul David Tripp nos ensina que “discernimento pessoal é
produto da comunidade”, pois “preciso de você para realmente me ver e me
conhecer. Caso contrário, eu escutarei meus próprios argumentos, acreditarei em
minhas próprias mentiras, e aceitarei meus próprios enganos. A percepção que
tenho de mim mesmo é tão exata quanto aquele espelho que distorce em um parque
de diversões. Se eu vou me enxergar de maneira clara preciso que você segure o
espelho da Palavra de Deus à minha frente”. Portanto para eu perseverar na fé é
essencial participar da comunhão daqueles que se acham em Cristo. Devemos nos
aproximar uns dos outros e permitir que outros se aproximem de mim. Devemos nos
estimular e encorajar mutuamente para seguirmos adiante em direção ao alvo que
é Cristo. Lembre-se: precisamos uns dos outros. Salomão nos diz que “melhor é
serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem,
um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não
haverá quem o levante” (Eclesiastes 4.9,10).
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