quarta-feira, dezembro 18, 2013

O QUE É SER CRISTÃO?

O que é ser cristão?Esta é uma questão deveras importante. A Bíblia, que é a Palavra de Deus, nos ensina que cristãos verdadeiros são aqueles que foram salvos “mediante o lavar da regeneração e da renovação realizadas pelo Espírito Santo” (Tito 3:5). São aqueles que, pela graça de Deus, se tornaram um novo homem. Paulo, o apóstolo, nos diz que “se alguém está em Cristo é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas” (2 Coríntios 5:17). Assim, o cristão é um novo ser, com novas posturas e um novo propósito. O Breve Catecismo questiona-nos: Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre. O pecado nos desviou do objetivo pelo qual nós fomos criados. Através da obra redentora de Jesus somos redirecionados ao propósito original. Certa ocasião eu me deparei com uma declaração que me fez refletir e reavaliar minha vida. Não existe um ser humano que seja livre. Somos todos servos. Ou somos escravos do pecado ou somos servos de Deus. O cristão é aquele que foi libertado da servidão do pecado para tornar-se servo de Deus. O apóstolo Pedro nos exorta: “Já que sois livres, não useis a liberdade por pretexto para o mal, mas vivei como servos de Deus” (1 Pedro 2:16).
Somos livres para servir! Como servos de Deus devemos viver não para fazer a nossa vontade, mas, sim, a vontade dAquele que é SENHOR. Jesus afirma: “buscai primeiro o seu reino e a sua justiça” (Mateus 6.33). Ao vivenciarmos o ensino de Jesus, Deus é glorificado. O próprio Jesus glorificou ao Pai, realizando Sua vontade (João 17:4).
Como cristão, o nosso objetivo é viver para a glória de Deus. Jamais devemos esquecer o propósito da nossa redenção. Fomos salvos para servir a Deus! Temos a bíblia e o Espírito Santo para nos direcionar a um viver que honre ao Senhor. Como igreja de Cristo precisamos constantemente nos lembrar que nossa primeira missão “não é proclamar o evangelho, não é se expandir, não é conquistar a mídia e impactar a sociedade. Nem tão pouco alcançar os confins da terra com o evangelho. A primeira missão da igreja é morrer. Perder os valores da carne e ser revestida com os valores de Deus. É se “desglorificar” para glorificar a Deus”1.​ Lembre-se: que cristão é aquele que vive para glória de Deus!

​(1) Ronaldo Lidório - Verdadeiro cristianismo ou falsa 

domingo, novembro 24, 2013

O PEREGRINO

Um dia caminhava errante,
em meio a uma multidão.
Estava só, perdido e distante.
Nesse dia o Criador me viu e veio até mim.
Me pôs no Caminho, pelo qual hoje peregrino.
Não mais errante, nem perdido.
Vou para o lar: a Jerusalém Celestial.
Não mais só, nem desamparado,
porque o Deus Triúno caminha ao meu lado.
Enquanto prossigo em direção a Cristo,o meu alvo,
pelo SENHOR vou sendo moldado.
Sua Palavra me guia, dirige, corrige e repreende,
quando me esqueço quem sou.
Sou um novo homem, escravo não mais do pecado,
mas vivendo para glória Daquele que muito me amou.
Suas promessas são riquezas e bênçãos,
que abrem as portas da incredulidade
e fortalecem minha fé 
em momentos de angústia e dor.
Mesmo quando parece que não vou alcançar
e desfaleço em meu caminhar,
experimento o Seu bordão e  a Sua vara 
a me consolar e sustentar.
Sei que serei como o meu Senhor e Salvador.
E quando este dia chegar, desfrutarei as delícias
da comunhão plena com o meu Deus em nosso lar.

quinta-feira, outubro 31, 2013

REFORMA HOJE!


No último dia do mês de outubro comemoramos 496 anos da Reforma Protestante. Em 31/10/1517 o monge agostiniano, Martinho Lutero, fixou na abadia de Wittenberg suas 95 teses contra as indulgências e outros erros no catolicismo, iniciando o movimento reformador. Seu pensamento a princípio não era iniciar uma nova igreja, mas trazer a igreja aos padrões bíblicos. Contudo, a Reforma não foi possível sem uma ruptura e, assim, surge o protestantismo.
A igreja reformada tem seus princípios fundamentados nas Escrituras Sagradas. A Palavra de Deus é a lente pela qual podemos compreender o mundo, o homem e Deus. Somente a Escritura e toda Escritura é a declaração da Reforma.  Não pretendia trazer inovações à igreja e, sim, fazê-la voltar aos padrões estabelecidos por Deus em Sua Palavra e moldar a prática da igreja, toda prática eclesiástica segundo os valores eternos da Bíblia.
Olhar para o passado e ver que Deus levanta homens para preservar Sua Verdade é encorajador. Deus pode nos usar hoje também! Deus não é indiferente, ma preocupa-se com Sua Igreja e trabalha para santificá-la. Porém a Reforma foi possível porque o próprio Lutero ajustou sua vida e fé aos preceitos firmados por Deus em Sua Palavra. Sua diligência em estudar a Bíblia o fez descobrir que “o justo viverá pela fé”. Compreendeu que a justificação do homem pecador é uma obra divina sem qualquer participação do homem. A salvação é pela graça, daí a declaração Só a graça. O avivamento do século XVI ocorreu primeiro na vida de um homem: Martinho Lutero. Deus o usou para despertar toda Sua igreja a um viver autêntico e transformador.
Hoje, como afirmou o Rev. Ageu Magalhães, pastor presbiteriano, “não precisamos de uma Reforma Teológica. Precisamos de uma reforma na vida dos crentes para que eles voltem a ler a Bíblia, orar e evangelizar”. Temos moldado o nosso caráter à luz da Palavra de Deus? Somos instrumentos de Deus usados para transformar vidas pela pregação de Sua Palavra? Deus pode usá-lo poderosamente hoje, como usou Lutero. Deus ainda nos diz: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jeremias 33.3). Oxalá que Deus permita viver uma reforma hoje! 

sexta-feira, outubro 25, 2013

Como está sua vida de oração?

Qual é o lugar da oração em sua vida? Que proeminência tem ela em nossas vidas? É uma pergunta que eu dirijo a todos. É necessário que ela atinja tanto o homem que é bem versado nas Escrituras e que tem um bom conhecimento de doutrina e teologia, quanto a qualquer outro. Que lugar a oração ocupa em nossas vidas e quão essencial ela é para nós? Será que temos percebido que sem ela desfalecemos?
Nossa condição definitiva como cristãos é testada pelo caráter da nossa vida de oração. Isso é mais importante que o conhecimento e o entendimento. Não pensem que eu estou diminuindo a importância do conhecimento. Tenho passado a maior parte da minha vida tentando mostrar a importância de se ter um bom conhecimento e entendimento da verdade. Isso é de importância vital. Só há uma coisa que é mais importante: a oração. O teste definitivo da minha compreensão do ensino bíblico é a quantidade de tempo que eu gasto em oração. Como a teologia é, no final das contas, conhecimento de Deus, quanto mais teologia eu conheço, mais ela deveria me guiar na busca desse conhecimento. Não se trata de conhecer sobre Ele, mas de conhecê-lO. O objetivo inteiro da salvação é me trazer a um conhecimento de Deus. Eu posso aqui falar de uma maneira acadêmica sobre regeneração, mas o que é, afinal, a vida eterna? É que eles possam conhecer a Ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste. Se todo o meu conhecimento não me conduz à oração, certamente há algo de errado em algum lugar. Espera-se que ele faça exatamente isso. O valor do conhecimento é que ele me dá uma tal compreensão do valor da oração, que eu passo a dedicar tempo a ela e a me deleitar com ela. Se meu conhecimento não produzir esses resultados em minha vida, há algo de errado e espúrio nele, ou então devo estar lidando com este conhecimento de uma maneira completamente equivocada.

                                                                                                D.M.Lloyd-Jones

SÊ TU UMA BÊNÇÃO

Sê tu uma bênção! Palavras dirigidas por Deus a Abraão. Promessa cumprida integralmente na vida do grande patriarca da fé. Abraão realmente foi uma bênção! Seu exemplo de fé, de confiança ilimitada no poder e no amor de Deus, tem atravessado os tempos e influído poderosamente em muitas vidas. E esta responsabilidade de ser bênção não é só de Abraão. O apóstolo Paulo afirmou que “Nenhum de nós vive para si”. Como cristãos somos chamados a ser bênção na vida de nossa família, no trabalho, no convívio com aqueles que nos cercam, na igreja. Eis a ordem do Senhor a cada um de nós: Sê tu uma bênção! Como?
Ouvindo a Palavra de Deus. 
Devemos ouvir atentamente a mensagem para ter a orientação de Deus em sua vida e transmiti-la a outros. “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho do pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na Lei do Senhor, e na sua Lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a correntes de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo o quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3)
Sendo fiel a Palavra ouvida
Paulo nos exorta: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado...” Só seremos “bênção” na vida de outros quando encarnamos aquilo que anunciamos, sendo fiel aos princípios bíblicos. “Aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tg 1.25).
Que verdadeiramente sejamos agentes abençoadores em nosso lar, no convívio com nossos amigos, em nosso trabalho e em nossa igreja. Pois este é o desafio que Deus nos dá: Sê tu uma bênção!

quinta-feira, setembro 26, 2013

VIDA EM COMUNIDADE - 1 Tessalonicenses 5.12-28

Chegamos na última mensagem da 1ª carta aos tessalonicenses. Paulo nos dá lições preciosas para a vida cristã nesta epístola. A apresenta-nos as marcas de uma igreja modelo e de um ministério ideal.  Demonstra provas que indicam a genuinidade da nossa fé, exorta-nos uma vida de plenitude e atitudes que o cristão deve ter enquanto aguarda a volta de Cristo. Nesta perícope final o apóstolo trata da vida em comunidade. A Igreja é descrita por Paulo como uma família, a família de Deus. Irmãos que nasceram do alto, de cima e agora vivem juntos, tendo o mesmo Pai e o mesmo Espírito. Aos irmãos de Éfeso Paulo declara que deveriam se esforçar diligentemente para preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Somos membros uns dos outros, fazemos parte da mesma família e devemos nos empenhar para manter um relacionamento saudável entre nós, que produza a glória de Deus e o crescimento do corpo de Cristo. O Rev. Arival nos diz que Tessalônica “era uma igreja que progredia espiritualmente em todos os sentidos. E o segredo para a manutenção daquele progresso era investir nos relacionamentos”. Assim sobre a vida em comunidade Paulo nos diz  coisas muito importantes. E aqui me valho das divisões que W. Wiersbe sugere: Sejam respeitosos com seus líderes; sejam cuidadosos uns com os outros e sejam agradecidos.
1. Sejam respeitosos com seus líderes. É interessante observar os líderes que são dignos de respeito são os que trabalham entre vós, presidem no Senhor e vos aconselham. “Precisamos urgentemente de líderes que amem e trabalhem em benefício do rebanho. Pastores de almas, vocacionados, que encaram o ministério como um sacerdócio sagrado. Os pastores e líderes devem olhar para as ovelhas de Jesus, como os vasos sagrados do Senhor, que precisam ser cuidados”.  Por outro lado, as ovelhas devem respeitar, honrar seus líderes. E a melhor maneira de honra aqueles que nos presidem é submetendo-se à autoridade espiritual que lhes foi dada por Deus e por causa do trabalho que realizam. Paulo ainda acrescenta: Tende paz entre vós. Como cristãos devemos nos empenhar por eliminar conflitos que há entre nós. Lembre-se que a paz é fruto do Espírito e quando há paz entre os irmãos, Deus ordena a Sua bênção. 2. Sejam cuidadosos uns com os outros. Há uma necessidade de haver na igreja uma parceria, com a liderança e com cada um fazendo a sua parte. O apóstolo Pedro nos diz: 1 Pe 4.7-11.  Aqui o apóstolo afirma que cada crente tem de administrar o seu dom espiritual para o bem dos outros e para a glória de Deus. Há cristãos que precisam de ajuda especial. São eles: os indisciplinados, os desanimados e  os fracos na conduta moral e/ou na conduta espiritual. É interessante notar que a responsabilidade de admoestar, consolar e amparar é de toda a igreja. Hb 10.24, 25. Isto exige de cada um a produção do fruto do Espírito, pois nos é necessário longanimidade e muita paciência uns com os outros. Olhe o que Paulo nos diz: v. 15. Somos chamados para ser bênção na vida uns dos outros e nosso papel não é nos vingarmos quando somos feridos. A vingança pertence a Deus. 3. Sejam zelosos com a vida espiritual.  É necessário não negligenciar a nossa vida com Deus. As vezes nos envolvemos com um ativismo na igreja a ponto de nos esquecermos da vida espiritual. Jamais nos esqueçamos que a nossa prioridade é a nossa vida de comunhão com Deus. A intimidade do Senhor é para os que O temem e O buscam! Paulo apresenta-nos atitudes que devemos ter em nosso relacionamento com Deus: Alegrai-vos sempre; Orai sem cessar; Sede gratos por todas as coisas; Não desprezeis as profecias; Não apagueis o Espírito; Evitai tudo o que é mau. A vida na igreja deve ser marcada pelo respeito aos líderes, pelo cuidado fraternal e, acima de tudo, pelo zelo de uma vida com Deus! 

segunda-feira, setembro 16, 2013

MULHERES QUE BUSCAM AS COISAS LÁ DO ALTO - Colossenses 3.1-4

Hoje gostaria de meditar com as irmãs as qualidades que fazem uma mulher cristã, mulheres que buscam as coisas lá do alto.
1.  Mulheres que buscam as coisas lá do alto são que foram ressuscitadas com Cristo.
Há uma profunda ligação entre este texto e o que Paulo escreveu anteriormente. Ele afirmara que aqueles irmãos haviam sido sepultados com Cristo e, pelo poder de Deus, com Ele também foram ressuscitados (2.12). Jesus sofreu, morreu e foi sepultado em lugar de pecadores, para o benefício deles. Ele levou a culpa e o castigo da Lei que eram deles. Jesus tomou sobre Si a maldição que era sobre nós, pecadores (Gl 3.13). E, quando pela graça divina, abraçamos a Cristo como nosso Salvador e Senhor, nossa antiga natureza, condenável e cheia de culpa, foi sepultada com Ele. E não somente isto, com Ele nós ressuscitamos. Tornamo-nos uma nova criação. É isto que a Bíblia chama de novo nascimento. Se nós, cristãos, verdadeiramente, experimentamos esta tão grande mudança, este novo nascimento, então, devemos nos ocupar com as coisas lá do alto. Passamos a ter novas prioridades: o reino de Deus, a vontade de Deus e a glória de Deus. É impossível se ocupar com as coisas do alto sem experimentar esta profunda mudança. É por isso que afirmamos: Mulheres que buscam as coisas lá do alto são as que foram ressuscitadas com Cristo. Você já nasceu de novo? Cristo, Seu Reino são as prioridades em seu viver?
2. Mulheres que buscam as coisas lá do alto são as que vivem e andam no Espírito.
Devemos lembrar que o verbo buscar implica em esforço perseverante. É um presente contínuo: busquem constantemente! E o que devemos buscar? As coisas que são lá do alto, ou seja, “os valores espirituais encrustados no coração do Mediador exaltado em glória” (Hendriksen), os quais são concedidos àqueles que humildemente pedem e diligentemente buscam. Esses valores são o fruto do Espírito mencionado em Gálatas: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Este fruto é produzido na vida daqueles que se colocam sob a direção do Espírito Santo.  É uma questão de deixar-se guiar pelo Espírito, que nos orienta através de Sua Palavra. Se não andamos no Espírito, se não vivemos no Espírito a fim de que estes valores estejam presentes em nosso viver nossa preocupação será qualquer coisa menos as coisas que são lá do alto. Nossos olhos estarão voltados a valores secundários e não para um viver que honre a Deus. Assim, mulheres que buscam as coisas lá do altop são as que vivem e andam no Espírito.
3. Mulheres que buscam as coisas do alto são as que querem ser sal da terra e luz do mundo.
É possível pensar que a vida cristã seja algo alienante. Erroneamente alguém pode conjecturar que buscar as coisas do alto nos faz indiferentes a realidade terrena. Buscar as coisas do alto é estar ajuntando tesouros inestimáveis, sem negligenciar nossas responsabilidades no aqui e agora. Lembre-se que Jesus afirmou que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo. Devemos evidenciar o amor de Deus através de boas obras. Como cristãos somos sal da terra e luz do mundo, chamados para fazer diferença. O nosso cristianismo deve ser prático, não teórico. Não, a Bíblia não nos ensina a salvação pelas obras meritórias. Somos exclusivamente salvos pela graça de Deus. Mas as obras são o resultado prático da transformação que Deus opera no cristão. Paulo escreveu: “Porque pela graça sois salvos,mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para  boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2.8-10).  Mulheres que buscam as coisas do alto são as que querem fazer diferença, querem ser sal da terra e luz do mundo.
Que as mulheres de nossa SAF sejam mulheres que buscam as coisas do alto e vivam para a glória de Deus. 

# Mensagem pregada no encontro da SAF da IP de Bebeouro em 2011
  

segunda-feira, setembro 09, 2013

UMA VIDA PLENA - 1 Tessalonicenses 4.9-18

Irmãos, na semana passada, iniciamos o quarto capítulo desta epístola. Você se lembra do que falamos? Quero ajudá-los a relembrar. Paulo  faz aqui uma série de exortações, ou seja, instruções práticas para que aqueles irmãos, novos na fé, continuem vivendo de modo a agradar a Deus. Portanto, o apóstolo não apresenta nada novo, apenas repete as instruções que deu pessoalmente quando esteve com eles. Era necessário inculcar a Palavra de Deus para que eles se tornassem irrepreensíveis. Vivam de modo a honrar a Deus, aperfeiçoai-vos nisso! Esse é o desejo de Paulo. Que eles tenham uma vida cristã abundante, transbordante, isto é, uma vida plena. A primeira característica desta vida é a santificação. Ele os exorta à uma vida plena de santidade, pois esta é a vontade de Deus. Contudo, há outros aspectos que ele aborda acerca de uma vida plena. E é sobre essas outras características quero falar-lhes nesta noite,
1. Uma vida plena de amor. Embora, deixa claro que o amor fraternal na igreja de Tessalônica era algo que eles aprenderam e estavam praticando, desejava que eles crescessem mais e mais. Francis Schaeffer, um pastor proeminente do século XX, escreveu um livro intitulado O Sinal do Cristão.  Nele procura evidenciar que a marca, o distintivo cristão é o amor fraternal. 1 Pedro 1.22: Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente; 1 João 3.14: Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. Esse é o ensino da Palavra de Deus a todo verdadeiro cristão! Não podemos esquecer que amor no conceito bíblico não é sentimento e, sim, atitude.  Paulo diz que Deus os instruiu acerca do amor fraternal. Esta instrução aqui declarada não é teórica, mas relacional. “É na comunhão com o SENHOR que aprendemos amar”, afirma o Rev. Arival. Você ama a seu irmão? De que maneira você tem evidenciado este amor? Quais as atitudes que apontam que você verdadeiramente o ama? Amar não é fácil, porém, devemos amar aos outros como Deus nos amou e somos capazes amar assim pois o amor de Deus foi derramado em nós.
2. Uma vida plena de dignidade. Em relação aos não-cristãos Paulo os ensina a andar em dignidade, isto é, vidas que tragam crédito ao Evangelho. Essa vida plena de dignidade compreende  três aspectos. O primeiro é “procurando viver em paz”. A ideia é de viver calmamente, tranquilamente. É possível que alguns da igreja, excitados com a doutrina da 2ª vinda de Cristo trouxessem confusão escatológica para a igreja. Depois, exorta-os: “tratando dos vossos assuntos”. Claramente está dizendo que o cristão não deve ser fofoqueiro. Crente que não tem o que fazer e que se intromete na vida alheia. Ainda bem que isto não acontece em nossos dias, não é mesmo irmãos? Por último, havia entre eles aqueles que deixaram de trabalhar, por entenderem mal  a promessa da volta de Jesus e, com isso, tornaram-se parasitas, vivendo as custas de outros. Daí a exortação de Paulo: Trabalhem com as próprias mãos como vos ordenamos! Você tem vivido de modo digno? O seu procedimento entre os não-cristãos tem trazido crédito ao Evangelho de Cristo?
3. Uma vida plena de esperança. Paulo declara no v. 13: Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para que não vos entristecerdes como os demais que não têm esperança. Com isso ele deixa claro que o povo de Deus é a comunidade da esperança. Em contraste com os incrédulos, os cristãos têm esperança. Não nos esqueçamos que no período em que esta carta foi escrita a ideia predominante era que ao morrer só a alma era imortal, o corpo se acabava. A filosofia na verdade afirmava que o corpo era a prisão da alma, e esta só se libertava através da morte. “Aparte do cristianismo não existia base sólida alguma de esperança em relação com a situação do homem depois da morte” (Hendriksen). O cristianismo afirma que a salvação é para o homem todo, corpo e alma. Contudo, alguns de Tessalônica pensavam que não havia salvação para os que morreram antes da vinda de Cristo. Por isso a exortação: não sejais ignorantes  quanto aos que dormem. A ignorância das verdades de Deus leva o cristão a experimentar angústias e medos, sendo facilmente influenciado. Assim Paulo os lembra que (1) Deus ressuscitará os que morreram (14), (2) os vivos serão transformados e, (3) todos estaremos para sempre com o Senhor. Esta certeza nos enche de coragem, ânimo e esperança. Não devemos nos preocupar, pois em Cristo somos mais que vencedores!
Como cristã os somos exortados a um viver abundante, a uma vida de plenitude. Paulo declara: tenham uma vida plena! Devemos ter uma vida plena de amor, amando uns aos outros como Deus nos amou. Devemos ter uma vida plena de dignidade a fim de que o Evangelho seja crido por causa do nosso testemunho. E, por último, devemos ter uma vida plena de esperança, firmes nas promessas do nosso Mestre e, assim, não sejamos levados por toda sorte de doutrina!

quinta-feira, setembro 05, 2013

UMA VIDA PLENA DE SANTIDADE - 1 Tessalonicenes 4,1-8

Chegamos a uma nova seção da carta e há uma mudança abrupta de assunto. O apóstolo passa agora a dar instruções práticas para os novos crentes em Cristo. Sua preocupação é insistir aos tessalonicenses que vivam de maneira a agradar a Deus. Andem em dignidade, andem de modo a agradar a Deus, se aperfeiçoem nisso! Esta é a exortação de Paulo à igreja. Não nos esqueçamos irmãos que o Evangelho não é algo para ser ouvido, mas para ser visto. Contudo, lamentavelmente, o Rev. J. Stott está certo quando diz que “somos mais conhecidos como pessoas que pregam o Evangelho do que pessoas que o vivem”. Viver de maneira a agradar a Deus é “um conceito radical. Ele atinge as raízes do nosso discipulado e desafia a realidade da nossa profissão de fé. Como podemos afirmar que conhecer e amar a Deus se não procuramos agradá-lo?” (Stott).
Alguns dos tessalonicenses estavam compreendendo de modo erroneo o ensino acerca da 2ª vinda de Cristo, afetando a ética cristã. Estavam deixando de trabalhar, aguardando a volta de Jesus. Assim o objetivo de Paulo é fazê-los ter uma compreensão saudável da vida, de modo que ao meditar nos eventos futuros não se esquecessem dos deveres presentes. Nestes primeiros oito versículos do capítulo 4 o desejo de Paulo é que eles se aperfeiçoassem mais e mais em santidade, em consagração a Deus, daí exorta-os a experimentarem uma vida plena de santidade.
Wiersbe bem observou que “nessa passagem, Paulo lida com o casamento e a família. Esses novos cristão corriam o risco de ter imoralidade em sua vida, porque, nessas cidades pagãs, o voto matrimonial não prescrevia nada em relação à pureza. O clima geral nessas cidades-estado (antes da chegada do Evangelho) era de lascívia e egoísmo, embora, sem dúvida, em muitas famílias pagã prevalecesse o amor e a pureza. Paulo inicia pela responsabilidade que todo cristão tem de edificar uma família cristã que glorifique a Deus. Assim exorta-os a pureza sexual”.  Ele deixa claro que a vontade de Deus revelada aqui é que nós, os cristãos, pratiquemos a santificação, abstendo-nos dos    pecados sexuais. Aos coríntios o apóstolo declara: “Fugi da imoralidade” (1 Co 6.18). Assim aprendemos que:
1. Uma vida plena de santidade é a vontade de Deus para a nossa vida. Isto é claramente percebido no versículo 7.  Em Cristo somos declarados santos, mas devemos crescer em santificação. A impureza sexual impede o nosso crescimento em santificação.
2. Uma vida plena de santidade é possível para o cristão. Como posso alcançar esta vida plena de santidade? Paulo nos dá orientações preciosas:
·         “Cada um de vós saiba manter o próprio corpo” - A palavra corpo que aparece no versículo 4 pode se referir tanto ao corpo do crente ou da esposa. Em ambos os casos, o corpo foi comprado com o sangue de Cristo e santificado pelo Espírito ( 1 Coríntios 6.9-11). Assim, como declara o Rev. Arival: “Controle o seu corpo em vez de ser controlado por ele. Não permita que seus impulsos sexuais mandem em você … o sexo não é apenas uma necessidade fisiológica, mas tem implicações espirituais”.
·         Aprofunde o seu conhecimento em Deus.
·         Lembre-se que o Espírito Santo nos capacita a obedecer ao mandamento de Deus.  Paulo declara-nos que “Deus vos dá o seu Espírito Santo” (versículo 8). E esta dádiva é quem nos ajuda a fugir da imoralidade e vencer as tentações sexuais.

Portanto irmãos, glorificai a Deus em vosso corpo, vivam uma vida plena de santidade!


terça-feira, agosto 27, 2013

Uma fé genuína - 1 tessalonicenses 3


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Tanto no capítulo 2 como no capítulo 3 desta epístola temos “a visão do coração pastoral de Paulo”, como afirmou Stott. É possível perceber as inquietações que pairam no coração de um verdadeiro pastor. Como já estudamos a igreja foi estabelecida num período curto de tempo, Paulo pregou por 3 sábados na sinagoga de Tessalônica e a conversão de judeus e muitos homens tementes a Deus ocasionou uma forte perseguição, de maneira que Paulo e seus companheiros fugiram para Bereia. Quando souberam onde Paulo estava os judeus revoltosos o seguiram até Bereia e de lá também o expulsaram. Com isto Paulo chega em Atenas. Ali seu coração pastoral pulsou mais forte. Como estariam os seus filhos na fé em Tessalônica diante de tamanha perseguição? Permaneceriam firmes? Paulo bem que tentou voltar para ampará-los em meio as tribulações, contudo Satanás o impediu. Isto o fez enviar Timóteo, irmão deles, servo de Cristo e companheiro de Paulo, a fim de que os fortalecessem. As notícias trazidas por Timóteo acerca dos tessalonicenses eram boas. Apesar do pouco tempo entre eles a mensagem das boas novas da salvação frutificou, produzindo uma fé genuína. Deus operara grandiosamente entre os tessalonicenses, de modo a transformar vidas e firmá-las na fé. A confiança que demonstraram na obra salvífica de Cristo e nas promessas gloriosas do nosso Deus era autêntica, real. Assim com esses irmãos aprendemos que:
(1) Uma fé genuína é confirmada pelas provações. A mensagem do Evangelho trouxe-lhes a bênção de uma nova vida e também as provações que a fé nos impõe. Isto fica claro na própria declaração de Paulo no versículo 3: “porque bem sabemos que fomos destinados para isso”. Em todo NT a ideia de aflição para o cristão é normal. O próprio Senhor Jesus nos diz: “No mundo passais por aflições”. Na verdade as tribulações são “uma evidência da genuinidade da fé, e penhor da sua herança na glória vindoura” (F. F. Bruce). Pedro, o apóstolo, nos ensina que enfrentamos por breve tempo aflições a fim de que nossa fé seja comprovada e produza a glória e honra a Deus. Contudo, Deus não nos abandona em nossas lutas e sempre provê a nós alento em meio as lutas. Timóteo é incumbido de fortalecê-los, animá-los na fé.
(2) Uma fé genuína é firmada na Palavra. No pouco tempo em que Paulo permaneceu entre eles, ele examinou as Escrituras, explicando e demonstrando acerca de Cristo e Sua obra. Ele anunciou-lhes o Evangelho, explicando-lhes o seu sentido e deu-lhes evidências e provas das verdades bíblicas. Talvez tenham esquecido que Paulo já lhes havia ensinado que passariam por tribulações, por isso envia-lhes Timóteo, para recordar-lhes tudo o que havia ensinado para que ninguém fraquejasse e se mantivesse firme. Quando vemos uma criança desejamos que ela cresça, se desenvolva, isto é natural. Queremos ensiná-la muitas coisas e entre elas desejamos ensiná-la a andar. Porém, antes de dar os primeiros passos precisamos ensiná-la a firmar as pernas e ficar de pé. É necessário que as pernas estejam firmes para que a criança caminhe. A preocupação de Paulo não era fazê-los andar, mas que eles estivessem firmes, sem vacilar. E esta firmeza quem dá é a Palavra de Deus. W. Wiersbe acertadamente nos diz que “o cristão que não conhece a Bíblia é vítima de toda onda de doutrina e nunca se confirma no Senhor”. ( Leia: 2 Ts 2.15-17).
(3) Uma fé genuína é sustentada pela oração. Outro fato importante aqui é que Paulo lutou com eles em meio as dificuldades por meio da oração. Diz que rogou continuamente a Deus por eles, pedindo que os fortalecesse e os fizesse crescer. Wiersbe faz uma importante declaração, ele nos diz que “o que confirma a igreja é o ministério duplo da Palavra de Deus e da oração. Se houver ensino e pregação, mas não oração, as pessoas terão luz mas não poder. Se houver oração sem o ensino da Palavra, talvez você tenha um grupo de entusiasta com mais calor do que luz! O pastor, o professor de Escola Dominical, o missionário e o trabalhador cristão que falam com Deus sobre seu povo e, depois, com seu povo a respeito do Senhor têm um ministério equilibrado e confirmado”.
Paulo é bastante claro ao nos ensinar que as provações confirmam a fé autêntica, a qual é firmada na Palavra de Deus e sustentada pela oração. Não devemos estranhar o fogo ardente em nosso meio, destinado para nos provar e aprovar, mas, em meio as lutas devemos nos dedicar ao estudo das Escrituras e à prática da oração que nos dão todo o suporte para permanecermos firmes na fé.

segunda-feira, agosto 12, 2013

UM MINISTÉRIO IDEAL - 1 TESSALONICENSES 2

       
Domingo passado analisamos o capítulo 1 desta carta. Vimos que a pregação do Evangelho fez nascer a igreja de Tessalônica, em meio a grandes dificuldades e perseguições e em pouquíssimo tempo. Contudo, a Palavra de Cristo chegou até eles “em poder, no Espírito Santo e em plena convicção”. E, assim, o Evangelho se espalhou “não só na Macedônia e Acaia, mas por toda parte”. De modo que a igreja se tornou modelo, por meio de uma fé atuante, de um amor prestativo e de uma firme esperança em Cristo. Aprendemos sobre as características de uma igreja ideal, uma igreja segundo o coração de Deus.
         Ao analisarmos esta nova perícope, uma nova seção da carta podemos perceber que além das perseguições externas promovidas pelos judeus, Paulo teve que lidar com aqueles que, dentro da igreja, se opunham ao seu ministério e o difamavam. O rev. John Stott afirma: “Os adversários de Paulo em Tessalônica, para minar a sua autoridade e seu evangelho, decidiram desacreditá-lo com uma campanha maliciosa. Esse ataque pessoal deve ter sido extremamente doloroso para o apóstolo. Sua determinação em responder às acusações que foram levantadas contra ele veio, não da vaidade ou de orgulho ferido, mas porque a verdade do Evangelho e o futuro da igreja estavam sendo ameaçados”. As respostas dadas pelo apóstolo nos dá a ideia das acusações levantadas. Eles o acusavam  de querer tirar vantagem, isto é, pregava o evangelho para ganhar alguma coisa como dinheiro, prestígio e poder. Por isso, quando veio a perseguição e se viu em perigo, Paulo fugiu. Diziam que Paulo não estava preocupado com os tessalonicenses, ele os havia abandonado! O objetivo era levar Paulo e seus companheiros ao descrédito e, assim, a mensagem de Cristo proclamada por eles não frutificaria.  Em defesa do Evangelho e de seu ministério o apóstolo nos apresenta nestes versículos as marcas de um ministério ideal. Paulo assinala as características ministeriais daqueles que foram  aprovados por Deus a ponto de Deus lhes confiar o Evangelho. Interessante notar que o apóstolo usa termos que se referem a u ma família. Assim percebemos que o ministério ideal requer:
(1) A fidelidade de um mordomo.  Paulo tem consciência do seu chamado e ministério. Ele havia sido testado e aprovado por Deus e Deus mesmo lhe confiou o Evangelho, a mensagem de boas novas de salvação. Assim o apóstolo via a si mesmo, bem como seus companheiros, como despenseiro, mordomo de Deus. Importante observar que a expressão que aparece no versículo 1, “não foi em vão que vos visitamos”, pode ter uma outra tradução possível. Hendriksen, um estudioso do NT, sugere a seguinte tradução: “nossa entrada entre vós, não foi de mãos vazias”. Esta tradução é a melhor por causa de todo o contexto. Ele estava sendo acusado de tirar algo dos tessalonicenses, contudo ele não se apresentou de mãos vazias, ele esteve entre eles para dar. Entregou-lhes a Verdade de Deus. Como mordomo do SENHOR distribuiu-lhes a mensagem de salvação. Sabemos que o que ser requer dos despenseiros é que sejam achados fiéis, como o próprio apóstolo declarou aos coríntios.  Por isso assevera que seu objetivo era agradar a Deus e não aos homens, pois Deus é Aquele de quem nada se oculta, Seus olhos sonda os motivos internos, sejam eles bons ou maus. Em Jeremias 17.10 lemos: “Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto de suas ações”.  O Rev. J. Stott declara: “Os mordomos do evangelho devem responder primeiramente não a igreja nem aos líderes, mas a Deus. Prestar contas a Deus é ser liberto da tirania da crítica humana”. O ministéro de Paulo em Tessalônica foi um trabalho de mordomo, e o próprio Deus era testemunha de sua fidelidade.
(2) O cuidado amoroso de uma mãe. Longe de querer os benefícios dos tessalonicenses, o apóstolo dedicou-se a servi-los. E compara o seu serviço ministerial ao trabalho de uma mãe.  A mãe geralmente é aquela que se doa, que sacrifica a si mesma para o bem dos seus filhos. É abnegada, dedicada, cuidadosa no cuidado com as crianças. O amor de Paulo por eles alcança seu clímax na declaração do versículo 8: “Assim, devido ao grande afeto por vós, estávamos preparados a dar-vos de boa vontade não somente o evangelho de Deus, mas também a própria vida, visto que vos tornastes muito amados para nós”. Warren Wierbse nos lembra que “o como a mãe nutre os filhos é tão importante quanto a maneira como os nutre”. O apóstolo cuidava, como uma mãe, afetuosamente do rebanho de Deus naquela cidade. 
(3) A orientação e ensino de um pai. O ministério de Paulo entre aqueles irmãos era comparado não só ao trabalho de um mordomo, de uma mãe, mas também ao papel de um pai. O pai tem como uma das funções principais na família o papel educacional. Cabe a ele ser referência aos filhos, servindo-lhes de modelo. Modelo de integridade, de caráter, de responsabilidade, de espiritualidade, de modo que os filhos desejem ser como ele é. Contudo, o papel educacional não se limita a isto. Cabe também ao pai encorajar, confortar e exortar. O pai deve zelar pela família e sacrificar-se pelo seu bem-estar.  tudo, o papel educacional não se limita a isto. Cabe também ao pai encorajar, confortar e exortar. O pai deve zelar pela família e sacrificar-se pelo seu bem-estar.  Vejam irmãos a afirmação de Paulo nos versículos  11-13: “E sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós, exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória. Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes”. Ele e seus companheiros labutaram entre eles orientado-os, ensinando-os e encorajando-os a fim de que eles vivessem de modo digno de Deus.
(4) O amor e amizade de um irmão. Por último, Paulo nos diz que seu ministério foi como de um irmão, de quem se espera amor e amizade.  É importante observar que a palavra “irmãos” aparece 23 vezes nas duas cartas aos tessalonicenses. Assim, ele se vê como um deles, como membro da família. Warren Wierbse, em seu comentário desta epístola, afurma: “No versículo 17, ele (Paulo) diz que está “orfanado” deles por um breve espaço de tempo, como uma criança longe de casa. Ele ama-os, ora por eles e deseja muito vê-los de novo. Afinal, o que testa a nossa vida espiritual não é o que fazemos quando estamos com a “família” na igreja, mas como nos comportamos fora da igreja. Paulo não era o tipo de membro da igreja que “tira férias” da    
casa do Senhor”.
         Paulo descreve neste capítulo o seu ministério entre os tessalonicenses e assim apresenta-nos as marcas de um ministério ideal. Porém, alguém pode questionar: Eu não sou pastor, portanto, este texto não tem nada a me ensinar. Quero dizer que os princípios apresentados por Paulo aqui se aplicam na vida de todo verdadeiro cristão. Nem todos são pastores na igreja, pois os dons e ministérios são variados, mas todos os cristãos foram vocacionados por Deus para exercer um ministério específico. Ninguém foi chamado para não fazer nada, ou para “esquentar bancos”. E na realização do nosso ministério necessitamos das qualidades mencionadas pelo apóstolo. Devemos realizar nosso ministério com a fidelidade de um mordomo, o cuidado amoroso de uma mãe, a autoridade e ensino de um pai e o amor amizade de um irmão. Que Deus nos ajude a realizarmos nossa missão com a mesma dedicação de Paulo, e nos use para sermos bênçãos na vida de toda igreja!


sexta-feira, agosto 09, 2013

TESSALÔNICA: UMA IGREJA MODELO -1 TESSALONICENSES 1

       
O que Deus espera da Igreja? Quais as características de uma igreja segundo o coração de Deus? Para cumprir nosso papel no mundo hoje é necessário responder a tais questões.  A compreensão de quem somos e para onde vamos é fundamental para cumprir nossa missão onde estamos. Creio que estudar a carta aos Tessalonicenses nos ajuda a responder estas questões.
      A carta aos Tessalonicenses é provavelmente o primeiro escrito do Novo Testamento. Paulo escreveu entre 49 e 50 d.C., não muitos meses depois de ter estado ali, pregando-lhes a mensagem de Cristo. Lucas é quem nos dá o relato do estabelecimento da igreja em Tessalônica em Atos 17, onde podemos observar:
  • A evangelização ocorreu em período curto de tempo, apenas 3 sábados Paulo pregou na sinagoga local;
  • Alguns judeus foram convertidos, entre eles destaca-se Jasom. Mas era uma igreja em sua maioria gentílica, pois houve um número grande gregos tementes a Deus e mulheres gregas de posição que foram transformados pelo poder do Evangelho de Cristo;
  • Intensa oposição dos judeus não convertidos, gerando tumultos e perseguição. Isto fez com que Paulo e seus companheiros fugissem para Beréia. Isto trouxe inquietação ao coração de Paulo: 1 Ts 3.5.

        Contudo o Evangelho chegou ali não só em palavras, mas sobretudo em poder. E as notícias trazidas por Timóteo alegraram o coração de Paulo. Não só pode reconhecer que os irmãos de Tessalônica eram de fato eleitos de Deus, como eram instrumentos divinos na propagação do Evangelho não só na Macedônia, Acaia, bem como em toda a região. Tessalônica, uma igreja modelo (1 Ts 1.7).
MODELO DE FÉ ATUANTE – O Rev. Stott declara que “os tessalonicenses eram exemplos de uma fé que envolvia a totalidade da pessoa, levando-a a um novo modo de viver”. Eles testemunhavam acerca de uma fé operosa, que produziu uma mudança radical. Abandonaram aos ídolos e serviam ao Deus vivo e verdadeiro. Tiago, irmão de Jesus, nos diz “a fé sem obras é morta”. O cristianismo ali vivido não era intelectual ou um religiosismo aparente e farisaico. Mas a evidência de uma transformação profunda, marcante na vida dos convertidos.
MODELO DE AMOR PRESTATIVO – Eles não só demonstravam uma fé atuante, mas também um amor abnegado, evidenciado por feitos de gentileza e misericórdia. Eles haviam compreendido, pela graça de Deus e pela ação do Espírito Santo, compreendido o amor gracioso de Deus por eles. Amor que os resgatou de uma vida fútil, sem significado dedicada aos ídolos, para uma vida abundante em Cristo Jesus. Agora demonstravam o mesmo amor para com os perdidos, proclamando-lhes a mensagem de salvação, o Evangelho da graça de Deus. O amor de Deus os impulsionou ao amor em favor de pecadores que caminhavam neste mundo perdidos.
MODELO DE ESPERANÇA EM CRISTO - A palavra 'esperança' é uma palavra escatológica, a qual refere-se a uma expectação confiante na volta de Cristo, produzindo constância, perseverança mesmo diante de tão intesas tribulações.   Esperança produziu firmeza e determinação. As dificuldades e perseguições não os impediu de realizarem a obra de Deus.
         A igreja de Tessalônica nos ensina que a igreja segundo o coração de Deus é aquela que foi transformada pelo poder do Seu Evangelho e que assume um compromisso com a evangelização. Fé atuante, amor prestativo e esperança em Cristo são as marcas que o SENHOR espera da Sua igreja. 

sexta-feira, julho 12, 2013

UM HOMEM E UMA MULHER



DUAS VIDAS GERADAS, AMADAS E ENSINADAS,

FRUTO DO AMOR SINCERO, DE UM HOMEM E UMA MULHER.



DUAS VIDAS SE CRUZAM, SE ENCONTRAM,

FRUTO DA PROVIDÊNCIA DIVINA, QUE UNE UM HOME E UMA MULHER.



DUAS VIDAS SE APAIXONAM SE ENAMORAM,

FRUTO DO AMOR DE DEUS, DERRAMADO NO CORAÇÃO DE UM HOMEM E UMA MULHER.



DUAS VIDAS SE JUNTAM, SE TORNAM UMA SÓ,

FRUTO DA CUMPLICIDADE DE UM HOMEM E UMA MULHER.



DUAS VIDAS INSEPARÁVEIS, ETERNAS,

FRUTO DA PRESENÇA DIVINAL, ABENÇOANDO UM HOMEM E UMA MULHER.



sexta-feira, maio 24, 2013

TUDO TEM UMA OCASIÃO CERTA

O sábio nos diz que “tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec. 3.1). É fácil perder o tempo determinado para executar certa missão. Israel teve um tempo determinado para tomar posse da terra prometida; mas por causa da incredulidade, a oportunidade passou. Eles tentaram criar o seu próprio tempo, porém ficaram feridos e derrotados. Assim, aprendemos que a nossa vontade tem de submeter-se ao tempo determinado por Deus. Os espias que subiram para ver a terra que Deus haveria de dar aos israelitas, não confiaram na promessa de Deus e seduziram a todo o povo a não subir (Leia Nm 13 e 14). Como resultado desta incredulidade aquela geração fora impedida de entrar na nova terra, morreriam no deserto. Mas depois do castigo dado por Deus, sem buscar a vontade de Deus nesta nova situação, o povo se levantou pela manhã e subiu ao cume do monte dizendo: “Eis-nos aqui e subiremos ao lugar que o Senhor tem prometido, porquanto havemos pecado” (Nm 14.40). Moisés, então, os advertiu: Por que transgredis o mandado do Senhor? Pois isso não prosperará (Nm 14.41). E pelo desprezo desta advertência, o povo multiplicou seus pecados contra o Senhor. Pelo uso da própria vontade, o povo se tornou rebelde contra Deus e presunçoso nas suas próprias capacidades. Porém, nada prospera sem a aprovação de Deus. Deste modo o povo foi ferido e derrotado cruelmente pelos amalequitas. Há neste episódio duas lições a aprender. Primeira, sem o devido preparo e a direção de Deus, boas intenções não têm nenhum valor e o fim é sempre desastroso. Segunda, um erro não pode corrigir outros erros.

Permita o Senhor que estejamos atentos ao Seu querer e prontos a obedecê-Lo, crendo em suas promessas. Lembre-se que episódios como este, são narrados para nos ensinar a não repetir os mesmos erros. Que sejamos sábios e cumpramos a vontade de Deus em nossa vida.

sábado, abril 13, 2013

CONHEÇAMOS E PROSSIGAMOS EM CONHECER AO SENHOR

Quem é Deus? Esse é um questionamento feito pelas mais diversas pessoas, nas mais diferentes épocas. Há quem diga que a divindade é uma concepção ou construção de cada indivíduo, ou seja, Deus pode ser diferente para cada pessoa, ou cada um pode ter o “seu deus”, adorando-o como lhe for conveniente. Contudo a idéia pluralista não é bíblica e todas as tentativas não-bíblicas de descrever a divindade são equivocadas. Apesar de todo o esforço das autoridades, persiste em todo o mundo a atividade de criminosos especializados em imprimir e distribuir dinheiro falso. Uma cédula de R$ 50,00 falsificada é muito parecida com uma original. Para reconhecer uma nota falsa, é fundamental que se conheça bem as cédulas verdadeiras. Diferenças são perce­bidas na textura do papel, fios de segurança e outros pequenos detalhes. Para discernir os falsos deuses, é preciso conhecer ao Deus verdadeiro. O Deus revelado nas Escri­turas é singular. Nenhuma outra divindade imagi­nada pelos homens ou sugerida por Satanás pode ser comparado a Ele. No Antigo Testamento, ele revela-se como o Deus eterno, “aquele que é”. Por meio de seus profetas, ele se manifesta majestoso, único, e em diversos pormenores incompreensí­vel ao raciocínio humano. Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (Êx 3.13-14).
Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele? (Is 40.18).
Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento (Is 40.28).
Duas coisas são fundamentais na vida cristã: abandonar os falsos deuses e conhecer, mais e mais, ao Deus verdadeiro.
Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio, purificai-vos e mudai as vossas vestes (Gn 35.2).
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra (Os 6.3).
Por que precisamos conhecer a Deus? A prática do discipulado exige o entendimento da revelação bíblica sobre o ser de Deus, pelas se­guintes três razões:

1. O conhecimento de Deus produz autoconhecimento
Todo conhecimento que podemos ter acerca de nossa identidade, nossas capacidades e nosso lu­gar no universo é iluminado e redimensionado pelo conhecimento de nosso Criador. Se nos afas­tamos desse conhecimento, precipitamo-nos no engano, tornamo-nos distorcidos em nosso cará­ter e erramos o alvo da existência feliz.
Quase toda a soma de nosso conhecimento, que de fato se deva julgar como verdadeiro e sólido conhecimento, consta de duas partes: o conhecimento de Deus e o conhecimento de nós mesmos. (...) Por outro lado, é notório que o homem jamais chega ao puro conhecimento de si mesmo até que haja antes contemplado a face de Deus, e da visão dele desça a examinar-se a si próprio (CALVINO, 2006, 1.1,2, p. 41, 42).

2. O conhecimento de Deus produz uma fé amorosa e inteligente
Envolver-se com a religião sem conhecer ao Deus verdadeiro produz apenas fanatismo ou ativismo oco. O verdadeiro conhecimento de Deus nos ca­pacita para respondermos a ele amorosa, voluntá­ria e inteligentemente.
Eu te amo, ó SENHOR, força minha (Sl 18.1).
Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei (Sl 40.8).
Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome (Sl 91.14).
A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lc 10.27).

3. O conhecimento de Deus nos ajuda a servir melhor

O ser divino é a fonte, bem como o modelo do perfeito serviço. Nele encontramos pessoalida­de que possibilita relacionamentos, diversidade que valoriza a distinção, unicidade que destaca como singular e unidade que consolida perfeita harmonia. O Cristianismo se diferencia de todas as ou­tras religiões e confirma sua origem divina, aco­lhendo a revelação bíblica do Deus tripessoal (pes­soalidade e diversidade), único (unicidade) e uno (indivisibilidade). Tais características são aspectos fundamentais do Deus verdadeiro. As descrições da divindade oferecidas pelas outras religiões não contemplam, conjuntamente, todas essas características. Por isso são inadequa­das para fornecer uma base para a comunhão com Deus e o serviço humano. 

A FACE AJUDADORA DE DEUS (uma reflexão do Salmo 46)

Nunca presenciei um terremoto. Entretanto, as imagens da destruição causadas por terremotos me impressionam e assustam. Pontes destruídas e edifícios desmoronados apresentam uma visão do poder incontrolável deste fenômeno da natureza. Creio que as pessoas que passam por esta experiência jamais se esquecerão daquela situação.
Davi, no salmo 46, fala do terror de uma tragédia que veio sobre sua vida. Ele descreve sua tribulação como um terremoto. No entanto, no meio da natureza convulsionada, os montes abalados lançando-se sobre os mares, a terra em transtorno, o salmista vê A FACE AJUDADORA DE DEUS. É a face daquele que está sempre pronto a socorrer – “O Deus Todo-poderoso está do nosso lado; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Deus não vira as costas a nós por um minuto sequer. É Aquele que está no meio da calamidade da nossa vida, na incerteza, no abatimento, na dor, na sensação de abandono. Ele intervém com palavras de conforto e ânimo. Quando experimentamos momentos difíceis, quando nossos problemas parecem um furação e as crises um terremoto, podemos ter a certeza de que:
Em primeiro lugar, Deus é maior que os nossos problemas. Deus nos diz: “A quem, pois, me comparareis para que Eu lhe seja igual?” (Isaías 40.25).  Não há nada que seja maior do que Deus e não há ninguém que se compare a Ele. Diante da grandeza de Deus tudo se torna pequeno, inclusive as nossas crises, os terremotos que enfrentamos.
Em segundo lugar, Deus é o nosso único refúgio e segurança. Quando as ondas do mar agitado rugem na sua fúria incontrolável, o pequeno marisco se agarra a rocha e dela não se desprende por nada. Ele sabe que somente ali está em segurança. Deus é a nossa rocha em quem devemos confiar e nos firmar para vencermos as tempestades da vida. Lembre-se que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46.1).
Em terceiro lugar, Deus pode transformar situações ruins em bênçãos. Assim devemos fixar nosso olhar não nas circunstâncias difíceis, mas no Deus Todo Poderoso. Esta foi a experiência de José, filho de Jacó, quando Deus transformou o mal que seus irmãos lhe fizeram em bem. Paulo nos lembra que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28).

Tempos de dificuldades são muito comuns na vida de todos nós. Devemos entregar toda a nossa inquietação, toda a nossa aflição nas mãos do Senhor. Assim, quero lhe dizer: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará...Descansa no Senhor e espera Nele” (Salmo 37.5,7)

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

UMA FAMÍLIA ENLUTADA

Dois após o meu 47° aniversário eu recebi uma notícia que me entristeceu e me fez chorar. Um amigo querido, amigo verdadeiro, que não nos abandona nas horas de crise, havia falecido e sido sepultado. A morte é uma dura realidade, invade a nossa história, nossa vida e nossa família. Rompe laços de amizade, trazendo tristeza e dor. Assim foi também na família em Betânia, a morte invadiu o lar de Marta e Maria. Jesus estava em Betânia (do outro lado do Jordão) (João 1:28), cerca de 30 quilômetros de Betânia, cidade de Lázaro, quando recebeu a notícia de que seu amigo adoecera. O mensageiro gastou um dia para chegar a Jesus. E, portanto, ao sair de Betânia Lázaro morreu. Quando deu a notícia a Jesus, Lázaro já estava morto. Jesus demora mais dois dias. E gasta outro dia para chegar. Daí quando chegou Lázaro já estava sepultado há quatro dias. E sobre esta família enlutada, que enfrenta a dor da morte e a tristeza que ela causa que gostaria de meditar com vocês e aprender lições valiosas que Jesus nos traz neste episódio.
1) Uma família enlutada que enfrenta a realidade da dor e da morte. A morte aponta-nos para a transitoriedade da vida. Tiago escreveu: QUE É A VOSSA VIDA? SOIS, APENAS, COMO NEBLINA QUE APARECE POR INSTANTE E LOGO SE DISSIPA (4.14). O irmão de Jesus fala-nos da fragilidade da existência humana comparando-a com um vapor. Moisés também fala-nos disto comparando a vida com a erva, com uma planta que de manhã floresce e a tarde seca e murcha. A nossa existência é transitória, efêmera A morte é dor, tristeza, separação que causa um sofrimento profundo. A família de Betânia experimenta da fragilidade humana diante da morte de Lázaro e do sofrimento que a morte causa.
A declaração de que Jesus amava àquela família leva-nos a indagar: Se Jesus amava tanto o amigo Lázaro, por que permitiu que ficasse enfermo? Por que se demorou em ir a Betânia? E por que não curou Lázaro à distância, como havia feito com o filho do oficial do rei? (lo 4:43-54). W. Wierbse afirma que Não devemos jamais pensar que amor e sofrimento são incompatíveis. Por certo, os dois se unem em Jesus Cristo. Lembre-se que Deus amava Jesus, mas permitiu que experimentasse a cruz em nosso lugar. O Rev. Hernandes nos diz que o amor de Jesus não nos garante imunidade especial contra tragédias, mágoas e dores. Jesus nos diz que no mundo enfrentaríamos aflições. O Evangelho de Jesus não nos isenta de passarmos pela dor e tristeza. O cristão, neste mundo, se depera com a triste realidade da morte e os sofrimentos que ela nos impõe.
2) Uma família enlutada que experimenta a compaixão de Jesus. No relato de João encontramos o versículo mais curto das Escrituras. Este versículo nos declara: Jesus chorou. Esta é uma declaração extraordinária. Nela vemos um Deus eterno que assumiu nossa humanidade. Jesus é Deus e Jesus é homem ao mesmo tempo. Justamente por isso Ele é capaz de se compadecer de nós. “As lágrimas de Jesus revelam a humanidade do Salvador. Passou por todas as experiências de nossa existência e sabe como nos sentimos. Na verdade, por ser o Deus-homem perfeito, Jesus experimentou tudo isso de maneira mais profunda do que nós. Suas lágrimas também nos mostram sua compaixão. Foi, de fato, um "homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53:3). Hoje, é nosso Sumo Sacerdote misericordioso e fiel, e podemos nos aproximar do trono da graça e receber toda a ajuda de que precisamos”. (Hb 4:14-16). Jesus chorou. E o que provocou as lágrimas em Jesus foi a destruição causada pelo pecado no mundo que havia criado. “A morte é um inimigo e, para Satanás, o medo da morte é uma arma poderosa” (Hb 2:14-18).
3) Uma família enlutada, mas fortalecida na fé. Apesar de enfermidades e problemas em geral serem motivos de tristeza e, até mesmo, desespero, e, além disso, aparentemente, não terem outro propósito que não o sofrimento humano, Deus pode ter propósitos específicos e bons quanto a isso. Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela” (v.4), e também: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam. Mas, vamos até ele” (vv.14-15). Como nos lembra o Rev. Hernandes, este milagre tem um papel pedagógico. Jesus queria ensinar aos discípulos, a família de Betânia e aos judeus acerca da fé.

“Quem se vê diante de enfermidades, de decepções, de demoras e até mesmo da morte, o único alento é a Palavra de Deus. Deve-se viver pela fé, não de acordo com as circunstâncias. A situação das irmãs parecia sem saída, mas ainda assim não deixaram de crer que Jesus era o Senhor de todas as situações. O fato de o homem estar morto havia quatro dias conferiu maior autenticidade ao milagre e uma oportunidade maior ainda de muitas pessoas – inclusive os próprios discípulos - crerem (ver J011:15). Cada experiência de sofrimento e de provação deve aumentar nossa fé, mas esse tipo de crescimento espiritual não é automático. É preciso reagir de maneira positiva ao ministério da Palavra e ao Espírito de Deus” (W. Wierbse).
É interessante observar que, neste momento, muitos olhavam para o passado e dizem: Jesus poderia ter evitado a dor e o sofrimento. Marta e Maria olhavam para o futuro, quando no último dia Jesus ressuscitará os mortos. Jesus fez com todos voltassem seus olhos para o presente. Onde quer que Jesus esteja, a ressurreição de Deus está disponível agora!
Jesus capítulos antes havia declarado que Ele é a luz do mundo e, em seguido, ilustrou esta verdade com a cura do cego de nascença. No capítulo 10 afirmou que veio para dar vida completa para os homens e a ressurreição de Lázaro é a ilustração da promessa de Jesus.

Conclusão

O que encontro de Jesus com a família enlutada nos ensina?
1- Jesus que trazer vida para as famílias que sofrem com a realidade da morte. A Bíblia nos diz que a morte, por causa do pecado de Adão, tornou-se uma experiência real, experiência de dor e sofrimento em todos os lares: Romanos 5:12. Jesus declara de modo enfático: “Eu sou a ressurreição e a vida; Quem crer em mim, ainda que morra, viverá”.
2- A presença de Jesus em nosso lar não nos isenta de enfrentarmos lutas, dissabores e tristezas, mas é fonte de toda consolação e fortalecimento de nossa fé.