domingo, julho 17, 2011

A EVANGELIZAÇÃO E A ORAÇÃO

Creio que ao Senhor pertence a Salvação (Jn 2.9). A vida eterna é inteiramente gratuita, não depende daquilo que fazemos, mas fundamenta-se na vontade e ação de Deus. Nas Palavras do apóstolo Paulo, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (Rm 9.16). Contudo, é através da proclamação da Palavra de Cristo que Deus nos tem dado a vida, mesmo estando nós mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.4 e 5). Paulo, escrevendo aos Romanos, declarou que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. E salienta a estreita relação entre a salvação e a pregação do evangelho ao acrescentar: Como, porém invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E a conclusão lógica é que a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10.13-15 e17).
Todo homem que é alcançado pela graça tem a responsabilidade de transmiti-la através da proclamação do evangelho de Cristo. E Paulo estava cônscio disto e por isso declara: Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! (1Co 9.16). Sabia também que deveria fazê-lo na dependência de Deus, pois o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). No entanto, para ele, a oração, na evangelização, não consistia em rogar a Deus para que determinada pessoa fosse alcançada pela graça, como é comum fazermos em nossos dias. Consistia, sim, em ser ela um instrumento nas mãos de Deus para que vidas fossem salvas.
Em primeiro lugar, através da oração, buscava uma oportunidade para pregar: Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra (Cl 4.3). A oração é a chave que abre a porta para divulgar o mistério de Cristo.
Em segundo lugar, através da oração buscava intrepidez. “Vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim, para que me seja dado, no abrir da minha boca, a palavra, para com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho”(Ef 6.18,19). Uma vez que Deus nos abre a porta, nos é necessário ousadia, intrepidez, coragem para anunciarmos a Cristo.
Em terceiro lugar, através da oração buscava a palavra. Deus pode nos dar oportunidades, abrindo portas, e intrepidez para falarmos de Jesus, mas se Ele não colocar a palavra em nossa boca a nossa obra será inútil. Devemos aproveitar as oportunidades, como exortou aos colossenses, mas acrescentou: a vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (Cl 4.6). Deveriam fazer uso da palavra com graça, ou seja, numa linguagem atraente, que provoque nos incrédulos uma reação favorável. Assim fez Jesus, maravilhando pessoas com palavras de graça que lhe saíam da boca (Lc 4.22).
Portanto, devemos orar em favor da evangelização do nosso país, rogando ao Senhor que nos dê oportunidades, abrindo portas, intrepidez e, principalmente, a palavra para que o mistério de Cristo se torne conhecido e todos os eleitos de Deus sejam salvos.












*Este texto foi publicado no Brasil Presbiteriano em 2004

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