quinta-feira, dezembro 23, 2010

É NATAL!

Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.

Mateus 2.1,2.

Mateus, o Evangelista, nos informa que quando Jesus nasceu fora visitado pelos magos. Muitas pessoas hoje acham e, até crêem que foram três o número de magos que O visitaram. Contudo, a Palavra de Deus não é específica neste relato, apenas declara: “...eis que vieram uns magos”. Provavelmente por terem sido três presentes que trouxeram é que inferimos serem três magos. Esses só chegaram a Jesus porque, ao partirem da presença de Herodes, a estrela que fora vista no oriente, de novo lhes aparecera, o que lhes causou grande alegria. Diz-nos o texto: E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.Este é o modo que Deus age para conduzir os homens até Jesus. A salvação nos é dada somente pela ação graciosa e soberana de Deus na vida dos pecadores. Somente pela revelação divina somos conduzidos a vida eterna, a Jesus Cristo!Por certo hoje, a estrela que nos conduz a Jesus é a Bíblia, a Palavra de Deus. Examinais as Escrituras, por que julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim, afirmou Jesus. Aqueles magos quando encontraram a Cristo O adoraram e apresentaram suas ofertas a Jesus: ouro, incenso e mirra. Neste natal devemos adorar Aquele que nos dá vida plena e abundante, Aquele que Se revelou a nós, dando-nos a salvação. Graças ao Senhor que nos abriu os olhos para vermos o caminho da estrela que levou-nos a Cristo e a todas as bênçãos que se acham Nele!

sábado, dezembro 11, 2010

BÍBLIA: NOSSA REGRA DE FÉ E PRÁTICA


O Rev. Odair Olivetti conta-nos que, quando seminarista, percorreu uma região extensa ao sul do Paraná, durante as férias de verão. Numa das casas visitadas, o chefe da família lhe disse: “Há poucos anos fui para o norte do Paraná a procura de fortuna. Perdi tudo o que tinha, mas achei o melhor tesouro: a Bíblia”.

Muitas pessoas já receberam exemplares da Escritura, mas nem todas a consideram como o tesouro espiritual que é. Se todos os brasileiros que receberam a Bíblia ou porções dela, tivessem olhos para ver o tesouro que é e tivessem aberto a mente e o coração para receberem sua mensagem gloriosa, Cristo, o Senhor e Salvador, quão maravilhoso seria hoje o panorama religioso, social e político da nossa querida pátria!
Para muitos ela não passa de um mero amuleto para livrá-los dos “maus espíritos”, mas para nós cristãos é a Palavra de Deus, a nossa regra de fé é prática. Paulo declarou a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16,17).
Assim aprendemos que, primeiramente, a Bíblia é nossa regra de fé e prática, porque Ela é Inspirada. Quando afirmamos que a Bíblia é inspirada queremos nos referir que ela é um produto divino. Por inspiração entendemos a ação sobrenatural do Espírito de Deus na vida dos escritores sacros, a fim de que eles escrevessem, em suas próprias palavras, aquilo que Deus quis revelar. Como nos diz J. I. Packer: “A Escritura não é apenas a Palavra do homem, o fruto do pensamento, da premeditação e da arte humanas, mas também e igualmente é a palavra de Deus, proferida por meio de lábios humanos ou escrita com a pena brandida pela mão humana”.
Por outro lado, a inspiração garante a veracidade da Bíblia, ou seja, eu posso crer que aquilo que está escrito é verdade porque ela é a Palavra de um Deus veraz. “Deus não é um homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa...” (Números 23.19). Por isso, a Bíblia é e continuará ser a Palavra de Deus, para todas as gerações sucessivas dos homens somente em virtude de que sua inspiração é divina.
Ela também é nossa regra de fé e prática porque Ela é Útil. A Bíblia não é um livro de teorias vagas, nem de contos da carocinha, pois a “Escritura não provém de particular elucidação” como vimos. Nem mesmo foi escrita para satisfazer a especulação humana, mas para ser aplicada a vida diária do cristão. O Reverendo Hermisten diz que “a Bíblia não foi registrada para o nosso deleite; mas para que cumpramos os seus preceitos” e nisso é que reside a sua utilidade. A Palavra de Deus comunica vários benefícios a quem faz uso dela com humildade e fé. Ela, portanto, é benéfica, vantajosa, proveitosa ao cristão.
Em primeiro lugar, ela é útil para o ensino, ou seja, ela apresenta ao homem o sistema cristão com seus ensinamentos e práticas. Ensina leis civis, morais e sociais; ensina a maneira sábia de viver, incluindo as relações humanas; ensina verdades espirituais, incluindo o plano de salvação. A sua doutrina é o padrão de vida que deve ser seguido por quem Deus escolheu.
Em segundo lugar, ela é útil para a repreensão e correção. A idéia de repreensão, no original, tem o significado de fazer com que o homem fique convicto do seu próprio erro e do juízo de Deus, isto é, prova-lhe a sua culpa como também que está sujeito a condenação. Contudo, a Palavra de Deus, não se limita apenas em mostrar nosso erro, ela também nos restaura, restabelece. Este é o significado do termo “correção”. Por isso podemos afirmar que ela exerce uma função corretiva em relação às ações morais e nos aprimora. Ela refuta o erro, e nos coloca novamente no caminho certo. Sabendo desta utilidade é que o salmista pode dizer: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para os meus caminhos”.
Em terceiro lugar, ela é útil para a educação na justiça. O termo usado aqui para educação jamais aparece sendo usado para referir-se o trato de Deus para com o incrédulo, pois o Pai educa a quem ama. Educação na justiça traz a idéia de ser treinado naquilo que é reto.
William Hendriksen declara: “Todo cristão necessita de disciplina para que possa prosperar na esfera em que a santa vontade de Deus se considera normativa” e este é o caráter se instruir na justiça.
Por último, a Bíblia é nossa regra de fé e prática porque ela tem um propósito. Uma vez que a Bíblia é inspirada e útil, consequentemente, exerce uma função prática na vida do cristão, ou seja, ela tem uma finalidade, um propósito na vida do regenerado.
Em primeiro lugar, a Palavra de Deus tem o propósito de tornar o cristão perfeito. O termo “perfeito” não quer dizer alguém que não peca, mas refere-se ao fato do cristão estar equipado, preparado para uma tarefa delegada, isto é, o cristão é perfeito no sentido que tem o equipamento espiritual necessário e o usa apropriadamente. “A vida dos santos deve corresponder à graça dada, e esta mesma é o padrão ao qual devem aspirar”. Portanto a Bíblia objetiva nos tornar capazes de cumprirmos todas as exigências como cristãos, nossas responsabilidades como filhos de Deus, onde a santidade do cristão, a sua eficiência no conhecimento bíblico fazem parte deste aperfeiçoamento.
Como conseqüência do aprimoramento falado, nos tornamos habilitados para toda boa obra, ou seja, nos tornamos, pela Palavra de Deus, a expressão prática da nossa fé. Vemos que as boas obras são a demonstração de uma fé viva, conforme Tiago salientou, em oposição àqueles que afirmam estar salvos pela fé, mas cuja fé não é acompanhada pelas boas obras. Podemos afrmar que boas obras são frutos do amor, que estão de conformidade com a Palavra de Deus e tem como objetivo a glória de Deus. Se faz mister que o cristão demonstre a atividade divina na sua vida através de suas boas obras, como declarou nosso Senhor Jesus Cristo: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.16).
Vimos que a Bíblia é o livro inspirado e útil, visando um fim propósito final na vida do cristão. Contudo se faz necessário o envolvimento do cristão com a Palavra de Deus, pois o vigor de nossa vida espiritual estará na proporção exata do lugar que a Bíblia ocupar em nossa vida e em nossos pensamentos, conforme disse George Müller. Quanto a isto também declara o Rev. Billy Graham: “A medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito Santo – que inspirou a Bíblia, como sabemos – vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados e nos dirige ao padrão de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não pode haver crescimento espiritual duradouro...” É essencial para a vida cristã nos submetermos à Escritura, porque sem isto a nossa vida será seriamente prejudicada, senão totalmente destruída. Como vimos, A BÍBLIA É A NOSSA REGRA DE FÉ E PRÁTICA.

terça-feira, novembro 30, 2010

ENFRENTANDO A DEPRESSÃO

A depressão é um problema comum e antigo na vida humana. Todos os cristãos enfrentam períodos de depressão. Até mesmo os mais bem-sucedidos servos de Deus se depararam com ela: : Jó 3.11; Moisés: Nm 11.15; Davi: Sl 42.5; Jonas: Jn 4.3; Paulo: 2 Co 1.8. Mas o exemplo mais forte é o de Jesus. No Getsêmani, Ele ora: “Minha alma está profundamente triste até a morte” (Mt 26.38). Naquele momento o nosso Mestre passou por sofrimentos, sensações e sentimentos de agonia tão fortes que até desejou a morrer. Com isso as declarações do autor da carta aos Hebreus, em 4.15 e 2.18, se tornam vívidas e significativas hoje. Creio que a depressão, sem dúvida nenhuma, é atualmente a doença que mais afeta a humanidade. A depressão é uma doença e como tal precisa ser tratada. Ela é de difícil diagnóstico, mas o psicólogo cristão, Gary Collins, afirma que “os sinais de depressão incluem tristeza, apatia e inércia, tornando difícil continuar vivendo ou tomar decisões; perda de energia e fadiga. Normalmente acompanhadas de insônia, pessimismo, desesperança, medo, auto-conceito negativo, quase sempre acompanhado de autocrítica e sentimentos de culpa, vergonha, senso de indignidade e desamparo; perde de interesse no trabalho, sexo e atividades usuais, perda de espontaneidade; dificuldade de concentração, incapacidade de apreciar acontecimentos ou atividades agradáveis e freqüentemente perda de apetite”. O profeta Elias experimentou em sua vida a depressão (1 Reis 19.4). C. Swindoll escreveu: “Fico feliz ao ver este capítulo incluído nas Escrituras. Alegra-me saber que, quando Deus pinta o retrato de seus homens e mulheres, Ele o faz com defeitos e tudo. Deus não ignora a fraqueza ou esconde a fragilidade de seus servos”. É bom saber que o profeta era “homem semelhante a nós” ou como nos diz ARC, “era homem sujeito às mesmas paixões[sentimentos] que nós” (Tg 5.17). Nesta manhã o nosso propósito é analisar a depressão na vida de Elias e identificar suas causas e efeitos, bem como, a maneira que Deus a tratou para a cura do profeta.

01. ELIAS: UM HOMEM ZELOSO PELO SENHOR -1 Reis 19.10.

Elias era um homem de Deus. Isto é claramente percebido por sua vida:

  • Ele confrontou bravamente Acabe, anunciando a seca que viria.
  • Ele continuou fiel ao Senhor o longo e solitárioa período de espera na torrente do Querite.
  • Ele arriscou sua própria reputação quando orou para que o filho da viúva fosse ressuscitado.
  • Ele obedeceu à ordem dada por Deus para que ele se encontrasse com Acabe e com os falsos profetas no monte Carmelo.

Tais fatos são inquestionáveis. Ele realmente era um homem zeloso pelo Senhor. Mas este fato não o livrou da depressão. E, deste modo, encontramos um princípio fundamental para nós hoje. Ser um cristão fiel, dedicado e zeloso não significa que estaremos isentos de enfrentar a depressão. Nem devemos pensar que depressão significa que não estamos em comunhão com Deus. É interessante observar que a depressão na vida de Elias aconteceu logo após sua maior vitória espiritual. A pergunta que fazemos, então, o que levou o profeta a enfrentar a depressão?

02. AS CAUSAS E OS EFEITOS DA DEPRESSÃO EM ELIAS.

a) Primeiramente podemos afirmar que a depressão ocorreu após a exaustão física e emocional do profeta. Deus nos criou para operarmos dentro de certos limites fisiológicos e emocionais. Quando avançamos, indo além dos nossos limites, e permanecemos por um longo período nessa condição, sofremos as conseqüências. Quando olhamos a vida de Elias verificamos que ele viveu sempre no limite. Fora um homem procurado por Acabe e tido como seu inimigo número um. Enfrentou tempos difíceis no deserto, onde quase morreu de fome. Depois o encontramos numa confrontação com o povo de Deus e com os falsos profetas, que exauriu suas forças físicas e emocionais. Não bastasse tudo isso, o profeta correu uma verdadeira maratona de mais de 30 quilômetros! 1 Reis 18.46. G. Getz: “Todos nós temos um “sistema de alarme” físico que é ativado quando estamos sob estresse. É esse sistema que nos dá uma força física incomum para ficarmos sem dormir, fazermos o que pode ser considerado tarefas sobre-humanas e agirmos além de nossas habilidades normais. Mas, uma vez que essas atividades terminam, nosso sistema de alarme “desliga” e tudo volta ao normal. Quando isso ocorre, a depressão passa a ser previsível. Todas essas dinâmicas contribuíram para a repentina mudança de Elias – ainda que sua “explosão” de energia que o capacitou correr 32 km definitivamente tenha sido algo sobrenatural”. O homem é um ser psicossomático e isto implica que, quando sofremos fisicamente, por causa de uma enfermidade, o nosso emocional é afetado. A recíproca é também verdade. Quando sofremos emocionalmente, nosso corpo sofre. É possível afirmar que isso acontece na dimensão espiritual, pois se tivermos problemas espirituais, não deveríamos nos surpreender se também tivermos problemas físicos e psicológicos. Obviamente, tudo isso explica porque o profeta fugiu do problema. E o fato de exaurir-se física e emocionalmente levou-o a ter uma visão distorcida. Primeiro diante da ameaça de Jezabel, que o ameaçou de morte. Quem é Jezabel diante do Deus de Elias? O profeta não considerou isto. Depois, quando questionado por Deus afirma estar só. E Obadias? E os profetas que foram salvos por Obadias? Na verdade Elias demonstra um sintoma normal associado à depressão. As experiências negativas nos impedem de ver as verdades e os fatos positivos. Concentramo-nos nas coisas que nos desanimam.

b) A depressão ocorreu após uma decepção, uma frustração. Elias esperava por um avivamento em Israel. Esperava o arrependimento da nação. E esta esperança se intensifica após a reação do povo no Monte Carmelo (1Reis 18.39). Mas não é isto que acontece. Jezabel ao saber dos fatos ocorridos no monte Carmelo o ameaçou com morte! Ela decidiu permanecer e insistir na idolatria. Ao receber a mensagem da rainha, uma mudança acontece na vida do profeta. Sua alegria transformou-se em tristeza e sua coragem em medo. E ele se foi.

c) A depressão levou o profeta a isolar-se. A narração bíblica nos diz que ele fugiu para Berseba e “ali deixou o seu moço”. C. Swindoll: “Pessoas desencorajadas são pessoas solitárias. Só há espaço para uma pessoa debaixo de um zimbro no deserto. Debaixo dos galhos secos da desmotivação e solidão há somente uma pequena sombra”. Nós somos assim. Temos a tendência de nos isolar e não percebemos o quanto isto é prejudicial. Elias deveria ter ficado com um amigo de confiança, um companheiro que o estimulasse, dando-lhe coragem. Mas a natureza humana não funciona assim. “Quando ficamos desmotivados, a primeira coisa que procuramos fazer é ficar sozinhos. Normalmente esta é a pior decisão”.

03. COMO DEUS LIDOU COM A DEPRESSÃO DE ELIAS?

Deus encontrou o seu servo num momento de desmotivação e desespero. A depressão lhe era tão intensa que desejou a morte. Em sua oração disse: “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”. E nesta condição sentou-se debaixo de uma árvore e dormiu profundamente.

a) Em primeiro lugar Deus permitiu que o seu servo tivesse um momento de descanso. O Senhor, através de Seu anjo, o alimentou e permitiu que repousasse. Não há nenhuma reprimenda. Nenhum sermão ou repreensão. Deus não disse: “Vamos lá! Levante! Ao trabalho! Não sejas ingrato!” Deus providenciou uma refeição de pão quente e água fresca e o deixou descansar. Era preciso recobrar suas forças físicas. C. Swindooll: “O cansaço pode fazer que você mude de rumo. A fadiga pode levá-lo a todo tipo de estranhas alucinações. Ela pode fazer que você acredite numa mentira. Elias estava acreditando numa mentira, em parte por estar exausto. Então Deus lhe dá descanso e refrigério, o que o permitiu que, depois, Elias se levantasse para uma caminhada de quarenta dias e quarenta noites”.

Creio que isto é necessário não só no caso de Elias. É preciso repousar, descansar. Mas quero dizer que podemos prevenir a depressão, proporcionando um período de descanso. Deus nos ensina que é preciso repousar de nossas fadigas, por isso descansou no sétimo dia.

b) Depois ouviu a Elias. Como disse Deus não o condenou por sua atitude. Ao invés disso, pergunta: “Que fazes aqui Elias?” Deus queria entender. Não que Ele não entendesse, mas queria que o profeta expressasse, verbalizasse o seu problema. Certas vezes precisamos colocar para fora os nossos sentimentos, mas devemos fazê-lo de uma maneira responsável.“Independentemente de como estejamos nos sentindo, Deus está sempre disposto a nos ouvir. Ele não está esperando para bater em nossa cabeça e nos condenar quando decidimos compartilhar com Ele os nossos sentimentos – mesmo que eles possam ser negativos” (G. Getz).

c) Deus fez Elias entender e enfrentar a realidade. Para vencer a depressão é preciso entender e enfrentar a realidade. Expor os nossos sentimentos repetidamente não resolve os problemas emocionais. Na verdade, se repetirmos uma idéia errada durante algum tempo, temos a tendência de nos convencer que estamos certos. É preciso para de falar e somente ouvir o que os outros têm a dizer. A nossa ação deve basear-se na realidade.

Elias estava acreditando numa enorme mentira. “Estou sozinho. Sou a única voz de Deus. E ainda estão tentando me matar!” Vejam a resposta de Deus: 1Reis 19.11,12. Vento... terremoto... fogo. Deus não estava em nenhum destes fenômenos poderosos. Sua voz veio de um cicio, uma brisa suave. É como dissesse: Você não está só Elias, Eu estou com você.

E mais uma vez pergunta: “que fazes aqui, Elias? E de novo a expressão de autocomiseração. Mas Deus lhe mostra a realidade (1 Reis 19.15-18):

· Deus mostra ao profeta que ele ainda tinha um trabalho a fazer. Ele ainda era um homem de Deus.

· Deus lhe diz: você não está sozinho. C. Swindoll nos adverte que “nenhuma pessoa é suficientemente forte física, psicológica ou espiritualmente para fazer a obra de Deus”. Elias precisava aprender isto.

d) Deus lhe providenciou um amigo próximo (1 Reis 19.19-21). È interessante observar que Deus não lhe deu apenas um sucessor, mas alguém que o amava e o compreendia suficientemente bem para servi-lo e encorajá-lo. Todos nós precisamos de outros cristãos em nossa vida para nos ajudar e encorajar. É por isso que Deus estabeleceu a igreja, para vivermos em comunhão, em amizade e em encorajamento mútuo.

Gostaria de encerrar usando as palavras do Rev. Gene Getz:

“Os princípios para derrotarmos a depressão que podemos aprender com a maneira como Deus lidou com Elias são básicos para nos ajudar a derrotar qualquer tipo de depressão. Mesmo que as lutas que causam a depressão em nossa vida possam ser bastante distintas dos problemas de Elias, esses princípios são os mesmo quando tratarmos desse tipo de problema. Isso nos fornece uma estratégia básica e um ponto de partida para solucionar nossos problemas. Porém, se você já colocou esses princípios em prática durante algum tempo e não conseguiu curar a sua depressão, você deve consultar um médico – de preferência um psiquiatra cristão que entenda nossos problemas como um todo: física, mental e espiritualmente”.

quinta-feira, novembro 25, 2010

O FARISEU, JESUS E A MULHER (Lucas 7.36-50)


Você ama Jesus? Amar não é um sentimento e nem uma simples declaração que ama alguém. Mas antes de responder minha indagação, quero convidá-lo a meditar, a refletir no episódio registrado por Lucas em seu evangelho, que narra o encontro do fariseu, Jesus e uma mulher, designada como pecadora. No centro do diálogo de Jesus com o fariseu, que é identificado pelo nome de Simão, há uma parábola curta e para entendê-la é preciso avaliar todo o contexto. Lucas nos informa em seu registro que um fariseu convidou Jesus para participar com outros convidados, de uma refeição em sua própria casa. Provavelmente Jesus pregara na sinagoga da cidade e considerando que era uma honra convidar um pregador visitante para o jantar, conforme nos lembra J. Jeremias[1], Simão não titubeia em convidar Jesus. No entanto, Simão não oferece a Jesus a acolhida esperada. No Oriente Médio “quando um hóspede é convidado a ir à casa de alguém, espera que sejam oferecidas as costumeiras gentilezas da hospitalidade. Quando o hóspede é um Rabi o dever de oferecer hospitalidade em sua forma mais refinada é bem reconhecido. Mas Simão convidou Jesus a ir à sua casa, e começou a violar todas as regras de hospitalidade”[2]. Por outro lado, a mulher, a quem Simão denomina pecadora, oferece o que o fariseu não ofereceu. Vês esta mulher?” – perguntou Jesus a Simão – “Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés”. Assim, “em três atos claros, aquela mulher demonstrou a sua superioridade em relação a Simão”, como bem observou Bailey. A parábola usada por Jesus aqui relata—nos a estória de dois devedores. Nenhum deles é capaz de quitar seus débitos. No entanto, o credor os perdoou de suas dívidas, oferecendo graça a ambos. Embora os dois devedores tenham em comum a incapacidade de pagar a dívida e a necessidade do perdão, há um contraste entre eles, que marca o contraste entre Simão e a mulher pecadora. A pergunta de Jesus a Simão o deixa num beco sem saída: “Qual deles amará mais?” J. Jeremias nos ensina que tanto no hebraico como no aramaico não havia uma palavra que corresponda ao nosso “obrigado” e usava-se o verbo amar para expressar a gratidão. Com isso evidencia-se que a gratidão é uma reação de uma graça imerecida. Então, qual o significado do versículo 47: “Aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama”? Jesus está nos ensinando que o fariseu não demonstrou amor porque não se julgava necessitado do perdão. As atitudes da mulher eram demonstrações de amor, isto é, gratidão pelo perdão que alcançara com a mensagem do evangelho de Cristo. Simão a via apenas como pecadora. Jesus a via como uma pecadora que tinha sido perdoada. Jesus sabia que seus pecados eram muitos. E justamente por seus muitos pecados serem perdoados ela muito amou. Quais lições nós podemos aprender neste relato? Primeira, Jesus conhece o nosso coração. Ele é onisciente. Note no versículo 39 que Simão não expressou de modo notório a sua indignação por Jesus aceitar que uma mulher de vida duvidosa lhe tocasse. Jesus conhecia seus pensamentos e os confronta com a verdade do evangelho. Mais uma vez cito K. Bailey: “O grande pecador que não se arrependeu (cuja presença contamina) é Simão, e não a mulher. O profeta não havia lido apenas o coração da mulher: ele havia lido também o coração de Simão. O juiz (Simão) se torna réu. O drama começa estando Jesus sendo examinado minuciosamente. A mesa vira, e Simão é exposto”. Outra lição é: A salvação é pela fé e não por obras. Jesus declarou a mulher: “A tua fé te salvou”. Não é a atitude da mulher que a salvou e, sim, a graça imerecida de Deus. O amor gracioso de Deus é o tema central da parábola. A última lição que destaco é que a nossa salvação é evidenciada pela gratidão, pelo amor traduzido em ações. Os atos de amor são manifestações de gratidão pela graça recebida e não uma tentativa de se alcançar o favor de Deus. J. C. Ryle afirmou que “se não entregamos nosso coração a Cristo; nossas mãos fraquejarão. O trabalhador que ama será sempre o que mais faz na vinha do Senhor”[3]. Assim volto a questão inicial. Você ama a Jesus? Quais as atitudes que evidenciam sua gratidão por Ele?


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[1] Parábolas. Ed. Paulinas.




<!--[if !supportFootnotes]-->[2]<!--[endif]--> Levison, citado por Bailey, K. in “As Parábolas de Lucas”, Ed. Vida Nova.



<!--[if !supportFootnotes]-->[3]<!--[endif]--> Comentário Expositivo do Evangelho Segundo Lucas. Publicado pela Confederação Evang. Do Brasil.

quinta-feira, novembro 11, 2010

UMA PALAVRA AOS CRENTES: 1 JOÃO 2.12-14

Creio que João, nesta perícope, não está dirigindo-se a várias classes de pessoas na igreja, mas, sim, a todos os crentes. Filhinhos, pais e jovens descrevem a igreja. C. H. Dodd afirmou: “Todos os crentes são (pela graça de Deus, não por natureza) filhinhos na inocência e na dependência do Pai celeste, jovens na força, e pais na experiência”.  Assim, João fala-nos a nós irmãos, a toda Igreja do Senhor Jesus Cristo.  Como Igreja, eu e você, todos nós, somos a chamados a ser sal da terra, luz do mundo. Devemos evidenciar em nossa sociedade que amamos a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo nosso entendimento.  Há um episódio na Bíblia, dentre muitos, que quero destacar. Pedro e João foram recolhidos ao cárcere por pregarem a Cristo e sofreram ameaças para que não mais falassem a respeito de Jesus. A resposta é enfática: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos”. Este testemunho salienta o fato de que aquele que entregou a Deus o seu coração tem uma única preocupação: ser-Lhe fiel, demonstrar fidelidade Àquele que tão grande amor demonstrou por nós. Mesmo que isto custe a nossa própria vida. Assim como Jesus perguntou a Pedro, questiona-nos hoje: “Tu me amas?”
Não há dúvidas que evidenciar uma postura engajada e comprometida com os valores bíblicos em meio a uma sociedade corrupta, materialista e individualista, é difícil.  Mas quem disse que ser cristão é fácil? Porém como cristãos somos desafiados a expressar uma vida cristã autêntica, transformada pelo poder de Deus para que muitos creiam em nossa mensagem. Para isso é necessário personificar as qualidades descritas em nosso texto.
1. SEJAM FORTES.
As palavras de Davi a Salomão lembram as palavras de Deus a Josué: “Sê forte” (1 Cr 28.20). Ser forte é uma questão de confiança nas promessas de Deus, que é a essência da fé. Desta forma nosso lema deve ser: Influenciar sem ser influenciado. Temos de expor nossa identidade, deixando claro os ideais e valores que adotamos e arcar o custo deste compromisso. É preciso assumir que somos de Cristo!
2. VIVAM A PALAVRA.
É triste constatar que em muitos casos a Igreja tem perdido seu poder de influenciar porque suas palavras não são acompanhadas de seus atos. Devemos, como cristãos, convidar outros a serem nossos imitadores assim como nós somos de Cristo! É por isso que necessitamos viver o que pregamos. Proclamação dissociada de vida é como bronze que soa, ecoa, mas não transforma. Faça da Palavra de Deus sua regra de fé e prática. Habite em vós ricamente a Palavra de Cristo.  Isto é vida em sua plenitude. Esta é a vontade de Deus para as nossas vidas.
3. VENÇAM O MALIGNO.
Que enorme responsabilidade colocada em nossos ombros! Deus deseja fazer uso de cada um de nós como soldado fiel, responsável e trabalhador. Nossa missão é destruir os focos de influência das potestades malignas.  Assim, devemos nos revestir “de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo (...) tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis”. Deus nos dá força, poder e armas, porém somos nós que temos de pelejar.
Que estas verdades estejam presentes em nossas vidas. Sejamos fortes, vivamos a Palavra e vençamos o maligno, para a glória de Deus!

quarta-feira, agosto 18, 2010

O AMOR GRACIOSO DO PAI



Dissoluto eu vivi,


Esbanjando a riqueza do pai


E, assim, tudo eu perdi.


Das alfarrobas desejei me fartar.


Miserável, faminto e sem amigos me vi.


Mas, nada, era tudo o que podiam me dar.


Nem assim me arrependi


E nem meu pecado eu quis confessar.


Somente como um assalariado quis trabalhar.


Mas o amor gracioso de meu pai,


O qual não me condenou nem me julgou,


Fez-me, então, enxergar


Como realmente sou,


E mesmo tão vil e pecador,


A misericórdia divina me transformou,


Fazendo-me compreender o eterno amor.


Eis que estava morto e revivi.


Agora inteiramente te dou,


Meu coração, ó Pai!


Quero, portanto, viver


Para sempre te alegrar!




Baseado em Lucas 15. 11-32

segunda-feira, julho 05, 2010

VALENTINE BURKE

Lendo a biografia de um grande servo de Deus no século 19, D. L. Moody, me deparei com uma história curiosa e interessante. Valentine Burke, um homem que em 40 anos de vida, passara  20 anos cumprindo sentenças, nos mais variados lugares, pelos mais variados crimes, e que nutria um profundo ódio pelo carcereiro de uma aldeola de Illinois, chamada Filipos.
Certa manhã, lendo o jornal, encontrou a seguinte manchete: COMO O CARCEREIRO DE FILIPOS FOI APANHADO. Valentine pensou consigo: Ah! Então aquele bandido pegou o dele também! E pôs-se a ler todo o artigo. Contudo, esta manchete era o título que o jornalista havia dado ao sermão de Moody, transcrito no jornal. Furioso por não ser uma notícia policial e, sim, um sermão e que o carcereiro ainda permanecia desfrutando da liberdade, amarfanhou, amassou o jornal e atirando-o ao assoalho passou a pisoteá-lo com raiva. Porém, uma frase, que se repetia por nove vezes no sermão, lhe martelava a alma: CRÊ NO SENHOR JESUS E SERÁS SALVO, TU E TUA CASA.  Era quase meia noite quando, na cela de sua prisão, Valentine  caiu de joelhos e se entregou à misericórdia de Cristo. Crera no Senhor Jesus. Estava Salvo. O Xerife duvidou de sua conversão com ironia, quando informado. Mas depois de alguns dias teve de soltá-lo por falta de provas. Então, colocou um detetive no encalço de Burke na tentativa de colher provas para prendê-lo novamente. Valentine saiu pelo mundo à procura de um emprego e não encontrou. Quem haveria de confiar num gatuno tão conhecido. E mesmo quem não o conhecia , bastasse ver o seu rosto para recuar e dizer não, pois era um sujeito extremamente mal encarado. E ele mesmo desconfiado que não conseguiria nada, caiu de joelhos, em desespero de causa, e pediu a Deus que disfarçasse aquela feiúra. E assim partiu para Nova Iorque a procura de um emprego. Meses depois regressou e, ao desembarcar na estação em St. Louis, um agente policial colocando a mão sobre seu ombro pediu que o acompanhasse ao posto policial. Lá o Xerife perguntou por onde ele havia andado. Pelo que respondeu que havia estado em Nova Iorque em busca de emprego e havia trabalhado por uns tempos e agora sem serviço resolveu voltar. O xerife falou: Pois saiba que mandei vigiá-lo e o que você falou é verdade; mandei chamá-lo porque quero que você trabalhe aqui na polícia, como meu auxiliar. Em 1887 um sujeito recebeu duas fotografias bem diversas: uma a de um gatuno mal encarado, e a de um homem de fisionomia franca e boa, apesar da irregularidade dos traços. E um bilhete: Note a diferença nas fotografias que remeto. Veja quanto a nossa religião pode fazer pelo maior pecador.
A comunhão com Cristo dera ao ex-bandido uma nova personalidade, e até mesmo a expressão fisionômica fora transformada pelo poder dessa nova vida interior. Certamente esta história confirma aquilo que a Bíblia nos ensina: Se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas antigas já passaram e eis que se fizeram novas.  

"ACASO SOU EU TUTOR DO MEU IRMÃO?"

“Acaso sou eu tutor do meu irmão?” Esta é a resposta dada por Caim a Deus quando interrogado acerca de seu irmão Abel. Caim se mostrou sarcástico e irresponsável diante de Deus.
O mandamento divino nos ensina que se alguém é meu irmão, então eu sou seu tutor. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, declara-nos Jesus. E isto inclui que devo cuidar dele com amor e preocupar-me com o seu bem-estar.
Creio que a primeira evidência de um cristão cheio do Espírito Santo não é uma experiência mística particular, mas o nosso relacionamento prático de amor com as outras pessoas. Falar do amor em termos abstratos e generalizados é fácil, o que nos torna hipócritas por não vivermos aquilo que cremos. O que se requer do verdadeiro cristão é um agir concreto em situações que realmente demonstremos amor. Por isso Paulo nos exorta: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura (...) levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a Lei de Cristo (Gálatas 6.1,2).
O relacionamento entre cristãos deve ser marcado pelo serviço. Se meu irmão tiver um fardo pesado, devo ajudá-lo a carregar esse fardo. Se ele cair em pecado, devo restaurá-lo, fazendo-o com mansidão. Isto é amar! O Rev. Ray Stedman declara: “Levar os fardos um do outro significa pelo menos apoiar um ao outro em oração. Significa também estar disposto a gastar tempo, tentando compreender profundamente o problema da outra pessoa e se comprometer num certo esforço de aliviar tensões ou desânimo, ou de achar algum modo de ajudar financeiramente ou com um conselho sábio”. É através desta atitude que cumprimos a Lei de Cristo. A “lei de Cristo” é amar uns aos outros como Ele nos ama. Cristo deseja ver em nós qualidades do Seu caráter. Espera de nós ações que são de acordo com a Lei de Deus e com a mente do Espírito Santo de Deus.

UMA IGREJA RELEVANTE - Atos 2.42-47

Dias atrás escrevi sobre “O que é igreja?” Destacamos o fato de que a “igreja deve ser definida como a assembléia ou ajuntamento daqueles que foram chamados e separados, dentre todas as nações, pela livre e graciosa vontade de Deus, para se constituírem no povo de Sua propriedade pela fé em Jesus Cristo”. A igreja não é um prédio, mas “o povo de propriedade exclusiva de Deus”. E este povo deve ser sal da terra. E como sal deve impedir a deteriorização do mundo e, ao mesmo tempo, dar sabor. O Rev. Martin Lloyd-Jones acertadamente declarou: “A vida neste mundo tornar-se-ia insípida sem o cristianismo bíblico”. A igreja é extremamente indispensável ou necessária para a sobrevivência da sociedade. O que a torna relevante. Mas quais são as marcas de uma igreja relevante?
Para responder a esta questão quero convidá-lo a observar em nosso texto, as marcas que evidenciaram a relevância da igreja primitiva em sua sociedade. Não pretendo ter uma visão romântica, apaixonada da igreja primitiva. Era ela uma igreja com problemas e defeitos tanto quanto hoje. Contudo, havia nela sinais que a tornaram relevante em sua época. Marcas que devem estar presentes em nossa igreja para que sejamos relevantes em nossos dias também.
Em primeiro lugar, para ser uma igreja relevante precisamos ser uma igreja bíblica. Em Atos 2.42 lemos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Esta é a primeira declaração que Lucas faz da igreja. Como afirmou J. Stott, em pentecostes o Espírito Santo abriu uma escola com três mil alunos e os apóstolos eram os mestres. Eles não estavam dispostos a desfrutar de uma experiência mística que os fizesse esquecer ou refletir sobre o que criam. Pelo contrário, eles se mostravam ávidos, desejosos de aprender tudo o que fosse possível. “Tinham fome da verdade e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos... Aqueles crentes primitivos não pensaram que bastava para eles a presença do Espírito Santo em seu interior para conhecer a verdade. Não deram por certo que, por haver recebido a plenitude do Espírito Santo, este era o mestre que precisavam, e que poderiam prescindir dos mestres humanos. Não foi assim na igreja primitiva. Os novos crentes sabiam que Jesus havia nomeado aos apóstolos para que fossem mestres da igreja, e procuravam aprender todo o possível e perseveravam na sua doutrina”.
Mas, o que significa isso para nós hoje? O que é permanecer na doutrina dos apóstolos? Hoje não há apóstolos na igreja. Paulo, Pedro e outros tiveram uma autoridade única e singular ao ensinar a igreja e ninguém hoje tem essa autoridade. Quando Paulo escreveu aos Efésios declarou que a igreja está fundamentada no ensino dos apóstolos. Este ensino está registrado no NT. Ser uma igreja que persevera na doutrina dos apóstolos é ser uma igreja bíblica. A nossa relevância está proporcionalmente relacionada ao conhecimento bíblico que possuímos. Para ser relevantes é preciso estar fundamentada na Verdade das Escrituras. Só assim seremos sal da terra e faremos toda diferença em nossa sociedade.
Em segundo lugar, para ser uma igreja relevante precisamos ser uma igreja amorosa. Atos 2.44,45. Creio que estes versículos são perturbadores e desafiadores a nós hoje. Eles evidenciam o amor e o cuidado mútuo que deve existir entre os crentes. Será que Jesus quer que sigamos literalmente o ensino destes versículos? Creio que há cristãos que são vocacionados por Deus a uma pobreza voluntária. Esse foi o chamado do jovem rico. Ele foi convocado a vender tudo o que possuía e dar aos pobres. Vimos que há aqueles que recebem o dom da doação em nossa ED. Contudo se observarmos o texto, nem todos na igreja primitiva venderam suas propriedades, pois a igreja se reunia de casa em casa. O que é preciso destacar é a generosidade da igreja, a evidência do amor de uns para com outros no cuidado para que ninguém sofra privações e necessidades. E esse princípio é permanente e deve ser real em nossos dias.   O Rev. J. Sott afirma:     
“O primeiro fruto do Espírito Santo é o amor. Em particular, a igreja primitiva cuidava dos pobres, e compartilhava com eles parte de suas possessões. Esta atitude deve caracterizar a igreja em todos os tempos. A comunhão, a disposição de compartilhar, generosa e voluntariamente, é um princípio permanente. A igreja deveria ser a primeira entidade no mundo na qual se abolisse a pobreza. Conhecemos as estatísticas. O número de gente que vive na miséria, sem cobrir as necessidades básicas para sobreviver, é aproximadamente de um bilhão. A média dos que morrem de fome cada dia é de dez milpessoas. Como podemos viver com estas estatísticas? Nós cristãos que vivemos em países mais ricos devemos ajustar nosso estilo de vida e viver com mais simplicidade. Não porque cremos que isto vai solucionar os problemas macroeconômicos do mundo, senão por solidariedade com os pobres”.
Em terceiro lugar, para ser uma igreja relevante precisamos ser uma igreja evangelizadora.  Lemos que o Senhor acrescentava dia a dia os que iam sendo salvos. E o método que Deus usa para salvar as pessoas sou eu e você. Paulo indaga: “Como crerão se não há quem pregue?”
“O ensinamento, o testemunho diário dos membros da igreja e sua vida de amor aos demais, são os meios que Deus usa para fazer chegar Sua mensagem ao mundo. Porém quem salva e incorpora novos membros a Sua igreja é Jesus Cristo”.
Este é um ministério que todos nós devemos estar envolvidos. Se a cada ano nós nos envolvermos na evangelização de uma única pessoa, orarmos por ela, com ela e, em cada oportunidade aberta, falamos do amor de Cristo em favor de pecadores, Deus pode nos usar para convertê-la e no próximo ano teríamos o dobro de membros. Você tem testemunhado da salvação que há em Cristo Jesus? Não precisamos ser especialistas na Bíblia, mas testemunharmos da mudança que Deus operou em nós e da nova vida que Dele recebemos. Se não nos envolvermos nesta obra, neste trabalho não iremos crescer. A nossa responsabilidade é pregar, testemunhar, falar e o Senhor acrescentará os que serão salvos.
Ao olharmos para a igreja em Atos vemos uma igreja relevante em sua época. E se queremos ser relevantes precisamos ser uma igreja bíblica, amorosa e evangelizadora. Que Deus nos ajude e nos use.


*Este texto é uma adaptação do capítulo 1 do livro "Sinais de uma Igreja Viva" do Rev. John Stott

sexta-feira, junho 25, 2010

MARAVILHOSA GRAÇA

Uma das verdades bíblicas mais confortadoras é a Doutrina da Graça. Ela nos ensina que nenhum homem tem o poder de buscar a Deus; Deus tem que buscá-lo primeiro. Foi o próprio Jesus que disse: “Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer” (João 6.44). O homem encontra-se morto em seus delitos e pecados, incapaz de crer na Palavra de Deus. Mas o Espírito Santo o vivifica, regenera, fazendo-o contemplar a graça que provém de Deus, através dos méritos de Cristo, pela justiça que Ele proveu na cruz. E assim o homem pecador pode ser declarado filho de Deus. Sem dúvida nenhuma esta é uma verdade que nos enche de alegria, onde o nosso coração arde de gratidão por esta dádiva divina. Só nos resta, então, nos juntarmos ao poeta sacro e declararmos:

                                Hosana ao nosso Rei!
                                Cristo é a nossa vida,
                                O motivo de louvor em nosso novo coração;
                                Pois morreu a nossa morte,
                                Pra vivermos sua vida,
                                Nos trouxe grande salvação.

Que esta graça nos impulsione a cumprirmos o fim principal pelo qual fomos criados, que é o de glorificar a Deus.

terça-feira, junho 22, 2010

CARNE X ESPÍRITO: EM BUSCA DE UMA ESPIRITUALIDADE AUTÊNTICA

"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si". Esse é o dilema enfrentado por aquele que se dispõe a fazer a vontade de Deus. Um conflito de ordem espiritual é travado: a carne contra o Espírito, Espírito contra a carne. A carne não é propriamente o corpo, mas a herança pecaminosa e corrompida, que afeta o homem (tanto no aspecto moral, emocional como volitivo), tornando-o propenso a fazer exatamente o que se opõe a vontade de Deus. O Espírito refre-se ao próprio Espírito Santo, que nos regenera e renova, primeiro dando-nos uma nova natureza e, então, permanecendo em nós. "A carne" representa o que somos por nascimento natural, e "o Espírito" o que nos tornamos pelo novo nascimento. E estes dois, carne e Espírito, vivem em oposição, pois o pecado não reina mais, mas ainda luta. Como cristãos somos uma nova criatura, mas por causa da nossa natureza corruptível, podemos agir de maneira antiga, ter ações que correspondam ao velho homem. Há na realidade uma luta em nosso viver diário para anular estas características da carne e produzir uma vida que agrade a Deus, que O honre e O glorifique. Não podemos nos esquecer que a nossa luta é constante e devemos estar preparados para nos engajar nesta batalha, colaborando com o Espírito Santo a fim de que saiamos vitoriosos e cada vez mais fortalecidos no Senhor. Em primeiro lugar é preciso despojar-se do velho homem (leia Efésios 4.22-24). Se faz necessário que o nosso "velho homem" seja crucificado, a fim de que não vivamos para nós mesmos, mas para Cristo. Para isso a primeira medida a ser tomada é a de privá-lo de tudo que o sustenta. Paulo nos diz: "...nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscência" (Romanos 13.14). Assim o apóstolo nos ensina que que não devemos nos preocupar com o velho homem e nem continuar fazendo o que ele costumava fazer, porque ele está morto! Lloyd-Jones afirma que "em vista do que ocorreu dentro de nós e aconteceu conosco, devemos agora seguir avante e renunciar e dar fim uma vez para sempre ao velho homem em todos os seus modos, hábitos e práticas". Por outro lado, é preciso andar no Espírito. Viver, andar e ser guiado pelo Espírito nada mais é do que estar debaixo da direção do Espírito de Deus e isto envolve a plenitude do Espírito. J. MacArthur afirma que "se é possível entristecer e apagar o Espírito, é igualmente possível tartar o Espírito com respeito, entregar-se a Ele e permirtir que Ela aja em nossas vidas. Fazendo isto, entregando nossa vontade, nossa mente, nosso corpo, nosso tempo, nossos talentos, nossos tesouros - cada área - ao controle do Espírito Santo". Diante desta realidade somos desafiados, como verdadeiros cristãos, a vivermos uma autêntica espiritualidade maarcada pelo fruto do Espírito! 

segunda-feira, junho 21, 2010

FRUTOS DA OBEDIÊNCIA

A história registra entre muitos outros mártires cristãos, o testemunho de Filipe, Bispo de Heracléia, o qual, no princípio do quarto século, foi arrastado pelos pés, através das ruas e cruelmente açoitado, por ter sido acusado pelo governador de obstinada temeridade em persistir na desobediência ao decreto imperial. Diante do governador respondeu: “Meu procedimento não é o efeito de temeridade, porém procede do amor e respeito que tenho para com Deus, que fez o mundo e há de julgar os vivos e os mortos e cujos mandamentos não ouso transgredir. Tenho até aqui cumprido o meu dever para com os imperadores e estou sempre disposto a cumprir ordens justas que deles provenham em harmonia com a doutrina de nosso Senhor, que nos manda dar tanto aos Césares como a Deus, aquilo que lhes pertence. Sou, porém, obrigado a preferir o céu à terra e a obedecer a Deus de preferência aos homens”. Deus tem prazer na obediência, na sujeição dos Seus servos à Sua vontade. Filipe compreendeu que “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Sm 15.22), ou seja, o culto não tem valor quando não é acompanhado por um espírito sincero e submisso. Como podemos  agradar a Deus? Será passando muitas horas de oração? Será dedicando todo o meu tempo, minha capacidade e meus bens para servir a outros? Todas estas atitudes têm um lugar importante na vida cristã, mas somente temos a capacidade de fazermos o que é certo quando assumimos uma atitude de obediência a Deus. É através de uma vida de obediência que sabemos se uma pessoa cristã é genuína, autêntica. As pessoas têm direito de suspeitar de alguém que diz crer em Jesus, mas não revela nenhuma transformação em sua vida.
A obediência tem suas raízes em ouvir o que Deus nos diz em Sua Palavra e colocar tais ensinamentos em prática. “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”(Tg 1.22). Obedecer implica em ouvir e agir de acordo com o que Deus diz. Mesmo quando não temos certeza acerca dos resultados de um ato de obediência, o melhor caminho a tomar é obedecer: Hebreus 11.7,8.
Quando somos obedientes a Deus colhemos alguns frutos desta obediência:

1)     Podemos ter certeza de que nossas orações serão atendidas.
“E aquilo que pedimos dEle recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dEle o que Lhe é agradável” (1João 3.22).
“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (João 15.7).

2)     Desfrutamos de um relacionamento íntimo com Deus.
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o meu Pai o amará, e viremos para  ele e faremos nele morada”( João 14.23).
“A intimidade do Senhor é para os que o temem...” ( Salmo 25.14).
                                                                      
3)     Seremos abençoados.
“Se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus, te abençoará...” (Deuteronômio 30.16)

Não nos esqueçamos que o verdadeiro crente demonstra que conhece a Deus por um profundo desejo em seu  coração de ser obediente a Ele e a Sua Palavra.

REFLEXÕES SOBRE A VIDA

Diariamente deparamo-nos diante de uma triste realidade: a morte. A morte é dor, tristeza, separação e nessas ocasiões nem sempre sabemos o que dizer. Necessitamos de palavras, mas elas não aparecem. Alguns nos dizem que é melhor calar. Creio que, diante da  perda, do sofrimento profundo que a morte nos causa, é momento para a reflexão. É tempo de refletirmos acerca da vida.  Tiago escreveu: Que é a  vossa vida? sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa (4.14). O irmão de Jesus fala-nos da fragilidade da existência humana comparando-a com um vapor. Moisés também fala-nos disto comparando a vida com a erva, com uma planta que de manhã floresce e  a tarde seca e murcha. A nossa existência é transitória, efêmera. Assim, precisamos encontrar o sentido para qual existimos ou a nossa vida não terá o brilho e vigor que uma vida humana deve ter. A vida faz sentido para quem encontra o sentido da vida. Paulo, o apóstolo, estando preso, impedido de viver como queria, e, em outras ocasiões enfrentando necessidades e privações, ainda assim conseguia transmitir uma qualidade de vida capaz de consolar de dentro da prisão aos que estavam livres Tudo porque tinha um objetivo claro, definido: viver para realizar a vontade de Deus em sua vida e para testemunhar do Evangelho da graça de Deus. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro, escreveu ele. Sua vida era de Cristo e para Cristo.
Jesus declarou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. A vida é Cristo e aqueles que não O receberam não têm a vida. Só vive quem já se encontrou com Cristo e passou da morte para a vida.  Só encontrou um motivo de existir aquele que tomou uma decisão de estar com e em Cristo. Não sabemos quando a morte nos virá, mas é certo, ela virá.  Diante da realidade da morte, é tempo de decidirmos pela vida. É momento de decidirmos por Cristo, pois Ele promete: Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá.