terça-feira, novembro 27, 2012

O ESPÍRITO SANTO E A EVANGELIZAÇÃO NO PROCESSO DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS


O verbo evangelizar no Novo Testamento significa “proclamar boas notícias”, “anunciar boas novas” ou simplesmente “pregar”. A evangelização consiste na pregação do Evangelho, as boas novas. Tanto o Rev. J. Stott como o Rev. J. I. Packer afirmam que a evangelização não pode ser definida em termos de resultado. “Evangelizar, na acepção bíblica do termo, não significa ganhar conversos (como em geral se pensa, quando usamos a palavra), mas simplesmente anunciar as boas novas, independentemente dos resultados” . Contudo, isso “não quer dizer que devamos ser indiferentes quanto a ver ou não os frutos do nosso testemunho em favor de Cristo; se não estiverem aparecendo os frutos devemos buscar a face de Deus para descobrir o motivo” . A evangelização não consiste em somente informar, transmitir as boas novas, mas também a conversão do pecador. O propósito de Paulo na proclamação do Evangelho era salvar pecadores. Em sua primeira carta aos coríntios (9.22) declarou: “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos salvar alguns”. Obviamente que a Bíblia declara peremptoriamente que a conversão é obra do Espírito Santo. Sobre esta questão, o Rev. Wadislau M. Gomes observa que “para uma grande maioria de cristãos frustrada com a tarefa de “ganhar” (ou manipular?) almas, é reconfortante saber que este não é o nosso alvo primário, mas este é, sim, o alvo do Espírito Santo. Quanto a nós, descansamos no fato de que a Palavra e o Espírito suprem nossas necessidades, e de que o nosso alvo é a fidelidade no cumprimento da Grande Comissão, indo sobre a promessa de que o Espírito Santo convencerá o mundo do pecado da descrença, do juízo estabelecido e da justiça satisfeita “ . Mas não podemos “confundir o convencimento do pecado, da justiça e do juízo, com a tarefa de persuadir os homens da verdade bíblica, do amor de Deus e da grandeza de suas obras. Naquele, é o convencimento do Espírito, que as pessoas não entendem porque se discernem espiritualmente, e, no outro caso, é a persuasão que significa a explicação da revelação proposicional verbalizada aos homens de maneira que lhes dê raciocínios certos com que o Espírito os convence” . Curiosamente, como observa J. I. Packer, o termo “conversão” aparece em três passagens bíblicas  com a idéia de converter alguém a Deus, porém o sujeito do verbo não é Deus, como esperaríamos que fosse. Isso indica que a conversão de outras pessoas deve ser o objetivo dos cristãos. “Evangelizar, portanto, não é simplesmente uma questão de ensinar, de instruir, de proporcionar informações às mentes dos homens. É muito mais do que isso. Evangelizar inclui o esforço de obter resposta afirmativa à verdade ensinada. É uma comunicação que tem em vista a conversão. É uma questão não meramente de informar, mas igualmente de convidar. É uma tentativa de ganhar, conquistar ou atrair nossos semelhantes para Cristo” . Devemos nos empenhar nesta tarefa tendo como alvo a conversão e salvação de pecadores. Devemos lhes expor o Evangelho de Cristo de forma clara e levá-los a uma decisão. Jamais devemos esquecer que o homem natural é incapaz de compreender por si mesmo a mensagem cristã. Paulo afirmou que “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Coríntios 2.14). A Bíblia nos diz que os homens estão cegos (2 Coríntios 4.4), surdos (Atos 28.26,27; João 8.43) e mortos (Efésios 2.1). Assim devemos nos lembrar que a conversão de alguém não depende do meu poder de persuasão e, sim, da ação sobrenatural do Espírito de Deus, pois é Ele quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8). Assim devemos suplicar que o Espírito Santo nos use e, Ele mesmo, abra a mente dos que estão sendo evangelizados. O Rev. James Kennedy nos diz: “Devemos familiarizar-nos com essas leis de persuasão e usá-las quando criticamos a nossa apresentação do Evangelho, para ajudar-nos a detectar os lugares da nossa fraqueza. Devemos perguntar a nós mesmos: Falhei em conseguir a atenção deles em manter seu interesse? Se foi assim, por que e como posso fazer para mudar isto? Até que ponto despertei o seu desejo de conhecer a Cristo e fazer parte do Seu Reino? Como isto pode ser aumentado? A pessoa ficou convencida quanto aos seus pecados e sua necessidade de perdão? Se não, por quê? Confrontei a pessoa claramente, com a necessidade que ela tem de fazer uma decisão por Cristo e dedicar sua vida a Ele com arrependimento e fé? Se não, como posso melhorar para a próxima vez?” .
Na conversão de Lídia, em Atos 16, Lucas nos diz que “o Senhor abriu seu coração para responder às palavras ditas por Paulo” (v. 14). Deus operou através da instrumentalidade da pregação do apóstolo, de modo que a salvação é de Deus. O mesmo Paulo nos ensina que pessoas são convertidas “não tão-somente em palavras, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1 Ts 1.6). Mas à igreja, como proclamadora das boas–novas, cabe a responsabilidade de persuadir as pessoas, rogando-lhes que recebam a Palavra (2 Co 5.20; 6.1).

sexta-feira, agosto 17, 2012

OS SERVOS E OS TALENTOS - Dr. Russel Shedd


A parábola dos talentos (Mt 25.14-30) põe em relevo o desperdício de capacidade não investida. Os primeiros escravos receberam seus cinco e dois talentos, respectivamente, e logo os aplicaram. Seus ganhos foram estupendos, já que um talento pesa 30 kg ou 6,000 denários, cada um dos quais valia o salário de um dia de trabalho (cf. Mt 20.10). Tanto dinheiro nas mãos de um escravo (doulos) prova até que ponto o senhor confiava em seus servos. Eles foram galardoados com a doação dos talentos que ganharam, acrescentados aos talentos do senhor. Ficaram riquíssimos.
O terceiro escravo escondeu seu talento em um buraco, no chão. Quando o senhor voltou, o diálogo com o terceiro escravo mostrou seu desprezo pelo senhor e sua própria raiva, provocada pelo desperdício. A desculpa foi rejeitada. “Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei? Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros” (Mt 25.26,27, NVI).
A condenação do servo foi por causa do desperdício. Como escravo, ele não tinha direitos sobre sua própria vida e menos ainda sobre os quilos de prata ou ouro que seu senhor colocara em suas mãos. Ele não tinha nenhum direito de desobedecer à ordem do seu mestre e desperdiçar o valor dos juros que o investimento com os banqueiros poderia ter rendido.
O que Jesus desejava ensinar com isto é que não desenvolver alguma capacidade para o reino é desperdício e desobediência. Nada que temos em nossas mãos realmente nos pertence, uma vez reconhecendo que fomos comprados por preço alto (1Co 6.19). Se nossas vidas não são nossas, a liberdade de escolha que aparentemente temos, é condicional. Se recusarmos utilizar e investir as capacidades que temos, somos servos maus e negligentes. O castigo na parábola foi tirar o talento do terceiro servo e entregá-lo ao primeiro. “Pois a quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado” (v. 29, NVI). A única maneira de segurar o que temos é utilizar, investir, desenvolver e não desperdiçar. O Mestre não convida preguiçosos para o seguirem, a não ser para transformá-los e utilizar os talentos que ele mesmo lhes deu. Em conclusão, devemos notar duas observações a respeito destas duas parábolas de Mateus 25: “As virgens néscias falharam por pensarem que sua responsabilidade era fácil demais, enquanto o servo mau falhou por pensar que sua tarefa era difícil demais”.

Rev. Russel Shedd

quinta-feira, maio 17, 2012

TENHO SEDE!

“Aquele que a isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho”. São palavras de João, o discípulo amado, com respeito a crucificação de Jesus.  Ele é a testemunha  perceptiva, próxima de Jesus, e é capaz de relatar não somente os fatos mas o significado que encontra neles.

Diferentemente dos demais evangelistas, João não descreve nada que não pudesse ser visto em outra crucificação. Mas menciona tudo o que uma testemunha perceptiva é capaz de discernir. O que ele vê é simplesmente o fato de que, naquela cruz, o Verbo de Deus, o Logos Eterno é também verdadeiramente homem: Tenho sede! Há nesta declaração uma expressão de agonia, de sofrimento. Sofrimento este que o Cristo teria de passar para satisfazer o pacto concertado com o Pai na eternidade, pois tinha a certeza de ser esta a única alternativa para a salvação do Seu povo. Agonia experimentada não só no Calvário, mas desde o momento em que assume a nossa humanidade. E como bem disse Calvino: “Com toda verdade se pode dizer que não somente passou toda a sua vida em perpétua cruz e aflição, senão que toda ela não foi senão uma espécie de  cruz contínua”[1].
Obviamente a sua união hipostática foi voluntária tanto quanto a sua entrega para morrer a nossa morte. “Jesus Cristo foi o único homem que não precisava padecer, todavia Ele voluntariamente o fez por nós”[2]. O segundo Adão, perfeito, santo, imaculado “foi feito sujeito à lei, que se cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos”[3] para a redenção de pecadores. E, assim, por amor à sua igreja, Ele aprendeu a ver as coisas do plano da humanidade. Sendo Deus, participou das dificuldades humanas e identificou-se com seus irmãos na carne. As nossas provações, nossos fardos e nossas dores tornarem-se Dele. Tenho sede! Exclamou o nosso Sumo Sacerdote,  o qual é capaz de compadecer-se de nossas fraquezas. Tenho sede! A sua vida tem sido digna do sacrifício de Cristo e do Seu propósito?
 

[1] J. Calvino, Instituición, III.8.1
[2] Hermisten M. P. Costa, Os Sofrimentos de Cristo, p.5
[3] Confissão de Westminster, 8.4

A FÉ SALVADORA


O cristianismo autêntico e verdadeiro é a religião da justificação pela fé – fé somente, sem obras. Paulo, o apóstolo, nos diz: Concluímos, pois que o homem é justificado pela fé independentemente das obras da lei (Romanos, capítulo  3, versículo28). Mas, o que é fé? A ideia popular é de que a fé é sinônimo de força interior. A fé, nesse sentido, se refere a um certo otimismo obstinado, onde em meio aos problemas, as enfermidades e dificuldades que enfrentamos temos a esperança assegurada. Isso, porém, é apenas a forma da fé sem seu conteúdo vital. Uma atitude confiante separada, divorciada de um objeto que corresponda a essa confiança não é fé no sentido bíblico. Na Bíblia a fé envolve confiança. Contudo, a fé não está baseada em uma igreja infalível, pois a igreja, neste mundo, jamais será infalível. Também não está fundamentada em alguma experiência mística ou sobrenatural, ou em alguma revelação particular. A fé origina-se diretamente da Palavra de Deus. “A fé vem pela pregação e a pregação da Palavra de Cristo”, diz-nos as Escrituras. A fé tem início quando o Evangelho de Cristo é ouvido e quando os homens tomam consciência de que se trata da própria verdade de Deus. Portanto, a fé bíblica é uma convicção certa, infundida no coração (humano) pelo Espírito Santo, pela verdade do Evangelho, e uma cordial confiança e segurança nas promessas de Deus. Ter fé é vir a Cristo e deixar-se cair em seus braços abertos. Fé nada mais é que voltar-se para Deus de mãos vazias para que Ele as encha com Sua graça, conforme nos ensina o Reverendo Wadislau Gomes. É deixarmos de confiar em nossa religião, em nossas orações, em nossa piedade, pois nada disso nos salvará. E enquanto não deixarmos de confiar nessas coisas, Cristo também não nos salvará, pois ainda não confiamos nEle verdadeiramente. A fé abandona a esperança nas realizações humanas e vem a Cristo, sozinha e de mãos vazias, atirando-se sobre sua misericórdia. Esta é a fé bíblica, é a fé que salva!

sábado, maio 12, 2012

O GUARDA DAS FONTES - Peter Marshall


Era uma vez um certo povoado que cresceu no pé de uma cordilheira. A aldeia foi protegida pelas alturas dos montes, de modo que o vento que tremia as portas e arremessava punhados de granizo contra as janelas era um vento cuja fúria já fora gasta. Alto nas colinas, um misterioso e calmo morador da floresta tomou sobre si a incumbência de ser o Guarda das Fontes. Ele patrulhava as colinas e onde quer que achasse uma fonte, ele limpava sua piscina barrenta de lodo, e tirava toda matéria estranha. Desta forma, a água que borbulhava da fonte corria para baixo limpa, fria e pura. A água pulava cintilante sobre pedras e se derramava alegremente em cascatas de cristal até que, fortalecida por outros córregos, tornava-se um rio de vida para o movimentado povoado. As rodas de azenha giravam por sua força. Os jardins eram refrescados por suas águas. As fontes a jogavam como diamantes no ar. Os cisnes navegavam em sua superfície límpida, e crianças riam brincando nos seus bancos na luz do sol.

Mas o Conselho de Cidade era um grupo de homens de negócios, pães duros e práticos. Esquadrinharam o orçamento e acharam o salário do Guarda das Fontes. Disse o Guarda da Bolsa: "Por que nós devemos pagar esse sujeito? Nós nunca o vemos; ele não é necessário à nossa vida de negócios no povoado. Se construirmos um reservatório perto da cidade, nós poderemos dispensar seus serviços e poupar seu salário". Com isso, o Conselho de Cidade votou para dispensar o gasto desnecessário com um Guarda das Fontes, e construir um reservatório de cimento.
Então o Guarda das Fontes deixou de visitar as piscinas barrentas, mas observou das alturas enquanto construíram o reservatório. Quando foi terminado, logo se encheu com água, mas a água não parecia ser a mesma. Não era mais limpa, e uma espuma verde logo contaminou sua superfície estagnada. Havia problemas constantes com a maquinaria delicada dos moinhos, freqüentemente entupido com o lodo, e os cisnes acharam outro lar distante do povoado. Finalmente, uma epidemia se alastrou, e os dedos amarelos da doença alcançaram cada lar em cada rua e alameda.
O Conselho de Cidade se reuniu outra vez. Tristemente, encarou como a cidade estava em apuros, e francamente reconheceu o erro em demitir o Guarda das Fontes. Procuraram-no na sua barraca alta nas colinas, e imploraram-lhe que retornasse a seu abençoado trabalho. Felizmente, ele concordou e começou mais uma vez a fazer suas rondas. Não demorou até que água pura viesse cantarolando felizmente para baixo sob túneis de samambaias e musgos e a cintilar no reservatório limpo. As rodas de azenha rodaram como antigamente. Os odores desapareceram. A doença diminuiu, e crianças em recuperação da suas doenças se alegraram outra vez, porque os cisnes haviam voltado.
Não me considere demasiadamente extravagante em minha linguagem quando digo que penso em mulheres, especificamente em nossas mães, como Guardas das Fontes. A frase, embora poética, é verdadeira e descritiva. Nós sentimos seu calor… sua influência que abranda… e não importa quão esquecidos nos tornemos… o quão presumidos sobre as dádivas preciosas da vida, ficamos cientes de memórias afáveis do passado – as doces, tenras e comoventes fragrâncias do amor. Nada que foi dito, nada que poderia ser dito, nem que jamais será dito, seria suficientemente eloqüente, suficientemente expressivo, nem adequado para fazer loquaz essa emoção peculiar que nós sentimos para com as nossas mães. Então farei meu tributo um apelo para as Guardas das Fontes, que sejam fiéis à sua tarefa.
Nunca houve um tempo de maior necessidade para Guardas das Fontes, nem quando haviam mais fontes poluídas precisando ser limpas. Se o lar fracassar, o país estará perdido. O colapso da vida e influência familiar marcarão o colapso da nação. Se as Guardas das Fontes desertarem seus postos ou forem infiéis às suas responsabilidades, a perspectiva futura deste país é bastante sombria. Esta geração necessita de Guardas das Fontes que sejam corajosas o suficiente para limpar as fontes que forem poluídas. Não é uma tarefa fácil – nem é popular, mas deve ser feito por causa das crianças, e as mulheres jovens de hoje devem fazê-lo.
A emancipação do sexo feminino começou com o cristianismo, e termina com o cristianismo. Teve seu começo há uns mil e novecentos anos atrás quando veio a uma mulher chamada Maria uma visão e uma mensagem do céu. Ela viu as nuvens da glória partidas e as fortalezas escondidas do céu. Ela ouviu um anúncio angelical da notícia quase inacreditável que ela, de todas as mulheres na terra... de todas as Marias da história... seria a única a trajar ao mesmo tempo a rosa vermelha de maternidade e a rosa branca da virgindade. Foi contado a ela – e todas as Guardas das Fontes sabem como tais mensagens vêm – que ela seria a mãe do Salvador do mundo.
Era mil e novecentos anos atrás “quando o próprio Jesus se submeteu a ser um bebê e banhou em lágrimas de bebê a Sua divindade" … e naquela noite, quando aquela Criança pequenina estava deitada na palha de Belém, começou a emancipação de sexo feminino.
Quando Ele cresceu e começou a ensinar o caminho da vida, Ele conduziu a mulher a um novo lugar nas relações humanas. Concedeu-lhe uma nova dignidade e a coroou com uma nova glória, de modo que, onde quer que o evangelho cristão foi durante dezenove séculos, as filhas de Maria foram respeitadas, honradas, lembradas, e amadas, pois os homens reconheceram que a feminilidade é algo sagrado e nobre, que as mulheres são de um barro mais fino... mais ligadas aos anjos de Deus e têm a função mais nobre que a vida possui. Onde quer que o cristianismo se espalhou, por mil e novecentos anos, homens se curvaram e as honraram.
Ficou para o vigésimo século, em nome do progresso, em nome da tolerância, em nome da sofisticação, em nome da liberdade, arrastá-la do seu trono e tentar torná-la como um homem.
Ela quis igualdade. Por mil e novecentos anos ela não havia sido igual – ela havia sido superior. Mas agora, disseram, ela quis igualdade, e para obtê-la, ela teve que se rebaixar. E então é que, em nome da tolerância sofisticada, os vícios do homem agora tornaram-se da mulher.
A tolerância do vigésimo século ganhou para a mulher o direito de ficar embriagada, o direito ter hálito alcoolizado, o direito de fumar, a trabalhar como um homem e agir como um homem – porque não é que ela é igual ao homem? Hoje chamam de “progresso”, mas amanhã, ó Guardas das Fontes, eles terão que reconhecer que isso não é progresso.
Nenhuma nação jamais fez qualquer progresso num rumo para baixo. Nenhum povo jamais tornou-se grande baixando seus padrões. Nenhum povo jamais tornou-se bom adotando uma moralidade mais frouxa. Não é progresso quando o tom moral é abaixado. É nada de progresso quando a pureza não é mais doce. Não é progresso quando o sexo feminino perde sua fragrância. Seja o que for, não é progresso!
Precisamos de Guardas das Fontes que compreendam que o que é politicamente correto pode não ser moralmente certo. Nossa nação necessita hoje de mulheres que nos levem de volta a uma antiga moralidade, a uma antiga decência, a uma antiga forma de pureza e doçura, se para nenhuma outra razão, então para o bem da próxima geração.
Esta geração viu um novo tipo de feminilidade emergir da confusão atordoada dos nossos dias. Temos hoje nos Estados Unidos um padrão de vida mais alto que em qualquer outro país, ou em qualquer outro tempo na história do mundo. Temos mais automóveis, mais cinemas, mais telefones, mais dinheiro, mais bandas, mais rádios, mais televisores, mais boates, mais crime, e mais divórcio que qualquer outra nação no mundo. Mães modernas querem que seus filhos gozem das vantagens desta nova era. Querem que, se possível, eles consigam um diploma de universidade para colocar na parede de seu quarto, e o que muitas delas consideram como igualmente importante – um convite para um clube social. Estão desesperadamente ansiosas para que suas filhas sejam populares, embora o preço desta popularidade talvez não seja calculado até que seja tarde demais. Em resumo, elas querem que seus filhos prosperem, mas a definição comum de sucesso, de acordo com os padrões de nossos dia, é sobretudo materialista.
O resultado de tudo isso é que a criança moderna é criada num lar que é decente, educado, confortável, mas, totalmente sem fé. Ao nosso redor, vivendo na própria sombra das nossas grandes igrejas e belas catedrais, crianças crescem sem um pingo de treinamento ou influência Cristã. Os pais de tais crianças normalmente abandonaram completamente a procura por qualquer âncora espiritual. A princípio, eles provavelmente tiveram algum tipo de idealismo vago quanto àquilo que seus filhos deveriam ser ensinados. Podem lembrar algo da instrução religiosa recebida quando eram crianças, e sentir que algo semelhante deveria ser passado às crianças de hoje. Mas não podem fazer, porque a verdade simples é que não têm nada a dar. Nossa tolerância moderna tirou a educação religiosa das escolas públicas. Nossa vida moderna e nossa irreligião moderna a tirou dos lares.
Então resta só um lugar onde pode ser obtido, e isso está na Escola Dominical, mas não está mais na moda ir à Escola Dominical. O resultado é que há muito pouca educação religiosa, e pais que nem tampouco tiveram, não podem dá-la a seus filhos – portanto, temos o caso dos “cegos conduzindo os cegos”, e tanto filhos como pais quase que certamente acabarão na vala da incerteza e incredulidade.
Quando você pensa na sua própria mãe, lembrando-se dela com amor e gratidão – em tenro amor ou saudade solitária, estou plenamente seguro que as memórias que aquecem e amolecem o seu coração não são em nada parecidas com as memórias que as crianças de hoje terão... Porque você, sem dúvida, está lembrando-se do aroma de goma fresca no avental da sua mãe ou o aroma de uma blusa recentemente passada, o aroma de pão fresco, a fragrância das violetas que ela tinha na blusa. Seria uma pena se tudo que se pudesse lembrar fosse o aroma de tabaco e o odor de cerveja no hálito dela!
O desafio da maternidade do vigésimo-século é tão antigo quanto a própria maternidade. Embora a típica mãe americana tenha vantagens que as mulheres dos pioneiros nunca experimentaram – vantagens materiais: educação, cultura, avanços da ciência e medicina; embora a mãe moderna saiba muito mais sobre esterilização, dietas, saúde, calorias, germes, drogas, remédios e vitaminas, que a mãe dela sabia, há um assunto sobre o qual ela sabe muito menos – e este é Deus.
O desafio moderno à maternidade é o desafio eterno – o de ser uma mulher temente a Deus. Até a frase soa estranho nos nossos ouvidos. Nós não a ouvimos hoje em dia. Ouvimos sobre outro tipo de mulher – mulheres belas, mulheres inteligentes, mulheres sofisticadas, mulheres de carreira, mulheres com talento, mulheres divorciadas, mas tão raramente ouvimos de uma mulher temente a Deus – como nem tampouco de um homem temente a Deus.
Acredito que mulheres chegam mais perto de cumprir seu papel dado por Deus no lar do que em qualquer outro lugar. É uma coisa muito mais nobre ser uma boa esposa, do que ser a Miss América. É uma realização maior estabelecer um lar cristão, do que produzir um romance de segunda categoria cheio de sujeira. No âmbito moral, é uma coisa muito superior ser antiquado, do que ser ultramoderno. O mundo tem mulheres o bastante que sabem como segurar seus coquetéis e que perderam todas suas ilusões e sua fé. O mundo tem mulheres suficientes que sabem ser espertas. O que precisamos são mulheres dispostas a serem simples. O mundo tem mulheres o bastante que sabem como ser brilhantes. O que necessitamos são algumas que sejam corajosas. O mundo tem mulheres suficientes que são populares. Necessitamos mais daquelas que são puras. Necessitamos tanto de mulheres como de homens, que prefiram ser moralmente certos do que politicamente corretos.
Não nos enganemos – sem o cristianismo, sem educação cristã, sem os princípios de Cristo ensinados aos jovens, estamos simplesmente criando pagãos. Fisicamente, estarão perfeitos. Intelectualmente, serão brilhantes. Mas espiritualmente, serão pagãos. Que não nos enganemos. A escola não faz nenhum esforço para tentar ensinar os princípios de Cristo. A Igreja só não o pode fazer. Eles nunca podem ser ensinados o suficiente a uma criança, a menos que a mãe os conheça e os pratique todos os dias.
Se você mesmo não tem nenhuma vida de oração, é um gesto inútil obrigar seu filhos a fazer suas orações toda noite. Se você não entra numa igreja, é bastante vão enviar seu filho à Escola Dominical. Se você tiver o hábito de contar “mentirinhas”, será difícil ensinar seu filho a dizer a verdade. Se você contar coisas maliciosas sobre seus vizinhos e sobre outros membros da igreja, será difícil seu filho aprender o significado de bondade.
O desafio à maternidade do vigésimo-século – no final das contas – é para que as mães tenham uma experiência de Deus... uma realidade que elas possam passar adiante para seus filhos. Porque a mais nova das ciências começa a compreender, depois de um estudo dos ensinos de Cristo do ponto de vista da psicologia, que somente na medida em que o ser humano descobre e segue as eternas leis espirituais, é que irá encontrar a felicidade e contentamento que todos procuram.
Um pastor conta sobre sua ida a um hospital para visitar uma mãe cujo primeiro filho havia nascido. Era uma jovem totalmente moderna. O lar dela era bastante típico para jovens casados. "Quando entrei no quarto, ela estava sentada e escrevendo. 'Entra,' ela disse, sorrindo. 'Estou no meio da faxina, e eu quero sua ajuda'. Eu nunca tinha ouvido falar de uma mulher fazendo faxina enquanto estava numa cama de hospital. O sorriso dela era contagiante – parecia que ela havia descoberto uma nova e genial idéia. "'Tive uma oportunidade maravilhosa de pensar aqui,' ela começou, 'e me ajudaria a entender algumas coisas se pudesse conversar com o senhor.’ Ela baixou seu lápis e caderno, e dobrou as mãos. Então respirou fundo e começou: 'Desde que era menininha, eu odiava qualquer tipo de restrição. Eu sempre quis ser livre. Quando eu terminei o segundo grau, eu fiz um curso de administração e consegui um emprego – não porque necessitava de dinheiro – mas porque quis viver por conta própria. Antes que José e eu nos casássemos, dizíamos que nós não seriamos escravos um do outro. E depois que casamos, nosso apartamento tornou-se um quartel general para uma turma igual a nós. Nós não éramos realmente maus – apenas fizemos tudo aquilo que nos agradava'. Ela parou por um minuto e sorriu pesarosamente. 'Deus não significava muito para nós – Ignoramos Ele. Nenhum de nós queria filhos – ou pelo menos pensávamos que não queríamos. E quando soube que eu ia ter um bebê, eu tive medo'. Ela parou outra vez com olhar pensativo. 'Não é engraçado, as coisas que a gente pensava antes?’ Ela quase havia esquecido que eu estava lá – ela falava à menina que antigamente ela era antes de sua grande aventura. De repente, ela lembrou de mim 'Onde é que eu estava? Sim! Bem, as coisas estão diferentes agora. Eu não sou livre mais e eu não quero ser. E a primeira coisa que eu devo fazer é limpar a casa'. Aí ela levantou a folha de papel do caderno. 'Essa é minha lista de faxina. Veja, quando eu levar Bete da maternidade para casa comigo –nosso apartamento será o lar dela – não mais apenas o de José e eu. E não está pronto para ela agora. Certas coisas terão que ir – por causa de Bete. E tenho que fazer também uma faxina no meu coração e na minha mente. Não sou mais apenas eu, agora sou mãe da Bete. E isso significa que eu preciso de Deus. Eu não posso fazer meu trabalho sem Ele. Você poderia orar por Bete, José e eu, e pelo nosso novo lar'? Eu via nela todas as mães de hoje – mães em apartamentos minúsculos e em sítios solitários... em grandes edifícios e em casinhas de periferia, que estão enfrentando o desafio de todos os tempos - o de criar seus filhos no amor e conhecimento de Deus'. E parecia que estava vendo nosso Salvador – com os Seus braços repletos de crianças da Judéia distante – dizendo àquela mãe e a todas as mães – o velho convite tão necessário nestes dias: 'Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas'."
Acredito que esta geração de jovens tem coragem o suficiente para encarar o futuro desafiador. Acredito que seu idealismo não está morto. Acredito que elas têm a mesma coragem e a mesma devoção às coisas valiosas que suas avós tiveram. Tenho plena confiança que elas estão ansiosas para conservarem o melhor da nossa herança, e Deus sabe que, se perdemo-lo aqui neste país, será perdido para sempre. Acredito que as mulheres de hoje não descuidarão de suas responsabilidades. Eis a razão pela qual eu ousei falar tão francamente. Guardas das Fontes, nós queremos cumprimentá-las!
Pai, retire de nós a sofisticação de nossa idade e o ceticismo que veio, como geada, para congelar e enfraquecer a nossa fé. Oramos para um retorno daquela fé simples, aquela antiga confiança em Deus, que fortaleceu e engrandeceu os lares de nossos antepassados, que construíram esta terra boa e que, ao edificá-la, nos deixaram nossa herança. No nome forte de Jesus, nosso Senhor, nós fazemos esta oração, Amém.
[Traduzido por Dennis Downing para o site www.hermeneutica.com]

quarta-feira, abril 04, 2012

ESTER: UMA MULHER NAS MÃOS DE DEUS


O livro de Ester descreve a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo. Ele relata o grande livramento dado por Deus ao povo judeu na Pérsia. Embora o nome de Deus não seja mencionado no livro, cada página está cheia dEle. Mattew Henry, um dos grandes comentaristas da Bíblia, diz: Se o nome de Deus não está aqui, Seu dedo está. Deus sempre tem a pessoa certa, na hora certa, para realizar os seus propósitos. Ele nunca é pego de surpresa. Por isso, diante do perigo do extermínio do povo judeu, Ele já havia preparado alguém para que, no momento certo, pudesse agir. Ester foi escolhida por Deus para este fim. Com ela aprendemos que:
1. Uma mulher nas mãos de Deus se revela submissa.  Submissão é uma palavra que tem sido riscada do vocabulário do mundo. Conseqüentemente, a sociedade atual tem sofrido todos os males decorrentes deste esquecimento. A palavra submissão denota a ideia de “estar sob”, “debaixo de” uma missão, o que subentende que alguém submisso é alguém que está sob ordens, está sob a autoridade de alguém. Quando não se aceita e nem se submete a uma autoridade há o caos. Hoje vivemos dias caóticos, não há submissão no relacionamento dos filhos com os pais, do povo com o governo, da mulher para com o marido e, na raiz de tudo, dos homens com Deus. Submissão é um dos requisitos necessários para aquele que deseja ser usado por Deus. Ester foi submissa a seu pai adotivo e, posteriormente, a seu esposo Assuero (Et 2.10,20). Mas, acima de tudo mostrou-se submissa a Deus.
2. Uma mulher nas mãos de Deus se revela piedosa e sábia. Ester foi submissa a Deus, revelando-nos toda a sua piedade e sabedoria. A sua posição de rainha não afetou a sua vida de devoção a Deus. Quando ela soube do decreto assinado pelo rei e, diante do pedido de Mordecai, não ousou tomar nenhuma decisão sem antes consultar a Deus. Ela e todo o povo jejuaram por três dias na busca da direção e orientação do Senhor. Há no coração da rainha o temor do Senhor. E a bíblia nos ensina que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
3. Uma mulher nas mãos de Deus se revela humilde. Quando lemos a história de Ester, ela é descrita como uma mulher bela: 2.7. Não bastasse sua beleza natural, passou um ano no salão de beleza: 2.12. Nem por isso se mostrou arrogante. Mesmo ascendendo à tão elevada honra, Ester não se esqueceu do seu povo e de sua origem (Et 7.4a). Mesmo sendo rainha, ela se coloca em par de igualdade com o povo judeu. Isto é uma demonstração de humildade.
Submissão, piedade, sabedoria e humildade são marcas do caráter daqueles a quem Deus usa. Ester as tinha e foi usada poderosamente por Deus. Precisamos urgentemente de mulheres como Ester. Não só mulheres, mas homens que temam a Deus para que o nosso povo, nossa cidade, nosso país sejam impactos com tal testemunho. Que o Senhor nos ajude a termos o temor do Senhor.

terça-feira, março 20, 2012

20 anos de ministério pastoral - Rev. Walter B. Czinczel


Em 1965 nascia o primogênito do casal Walter Czinczel e Nair Bronzeli. Ele católico e ela vindo de um berço protestante, mas uma cristã nominal. Anos mais tarde nasciam Claudia B. Czinczel e Ana Paula B. Czinczel, minhas irmãs. Somente em 1977, quando a família mudou-se para o bairro de Vila Prudente, eu e minhas irmãs tivemos a oportunidade de nos envolvermos com a verdade do Evangelho. Nesta ocasião, pela iniciativa dos meus tios, Rev. Paulo Bronzeli e Agelina dos Santos Bronzeli, começamos a frequentar a escola dominical da Igreja Presbiteriana da Mooca. Nesta época o Senhor começava a preparar o solo do meu coração para uma conversão que viria anos mais tarde.
Em 1982 mudamos para uma residência própria em Itaquera, num novo conjunto habitacional e, assim, deixamos de frequentar a igreja Presbiteriana da Mooca e em nossa juventude trilhamos caminhos que desagradavam a Deus. Muitas más influências neste período, mas Deus tinha outros planos e nos preservou. No mesmo ano da nossa mudança recebíamos em casa a visita do Rev. Mário de Oliveira, pastor da Igreja Presbiteriana de Sapopemba, que iniciava uma congregação presbiteriana em nosso bairro. Minha mãe e minhas irmãs começaram a participar das atividades da igreja nascente. E o Evangelho começava a transformar minha família.
Somente em 1984 fui visitar a Congregação Presbiteriana de Itaquera II, após muitos convites e a insistência da minha mãe. Foi numa quarta-feira, dia de estudo bíblico, o mês não me lembro, que visitei a igreja, apenas para satisfazer a vontade de minha mãe. Contudo, o Senhor tinha outros planos. E pelo convite do jovem Israel passei a participar dos jogos de futebol aos sábados e as demais atividades da igreja. Pouco tempo depois o Senhor haveria de transformar minha vida.
Na páscoa de 1984 a UMP da congregação realizaria o primeiro retiro espiritual. Fomos à praia, litoral sul de São Paulo, na cidade de Mongaguá.  Éramos doze jovens e fomos desafiados pelo seminarista Moisés A. Ferreira a termos um encontro com Deus neste retiro. Meu encontro com Deus foi marcante. Deus me livrou de um afogamento e, nesta experiência, tive minha vida transformada, dedicando-me inteiramente ao Senhor. No dia 27 de outubro de 1984 professei a fé e fui batizado na Congregação Presbiteriana de Itaquera II. Em 1985 fui eleito presidente da UMP e diante da responsabilidade e, cônscio das minhas limitações por ser novo na fé, matriculei-me no Instituto Bíblico de São Paulo, o IBB, desejoso de conhecer mais a Palavra de Deus e de ser um instrumento valioso nas mãos do Senhor.  
Em 1986, por questões profissionais, fui morar em Mairinque. E o envolvimento com a Igreja Presbiteriana de Mairinque, principalmente com os jovens da igreja, que eram muito dinâmicos e comprometidos com a evangelização, contribuiu para minha vocação ministerial. Durante a semana a UMP da igreja de Mairinque era responsável pelo ponto de pregação no bairro do Marmeleiro e também participávamos dos estudos bíblicos na semana e dos cultos no domingo a noite. Foi um ano abençoado e muitos irmãos daquela igreja marcaram minha vida. Aos sábados e escolas dominicais frequentava a igreja em Itaquera, onde era membro.
Eu, Laércio e Simonton no apto do JMC
No início de 1987, convicto do meu chamado ministerial e aprovado pelo conselho da Igreja Presbiteriana de Sapopemba e pelo Presbitério Paulistano (PLIS), deixei meu emprego em Mairinque e fui para o Seminário Presbiteriano Rev. José M. da Conceição. Era o primeiro seminarista do PLIS que não receberia ajuda financeira e nem recebi nenhuma ajuda financeira da minha igreja. Mas o Senhor, que é um Deus providente, me sustentou.  No primeiro ano do seminário tive ajuda da irmã Celina Cisoto Neves, da igreja Presbiteriana de Mairinque e, através do Rev. Humberto Lima de Aragão Filho, obtive recursos financeiros de uma irmã coreana e, com isso, passei a ajudar na Congregação da Igreja Presbiteriana de Vila Prudente, no Jardim Colonial por dois domingos. Também, por convite do Rev. Ramon Peres, passei a ajuda-lo na Igreja Presbiteriana de Piedade. A partir de 1988 até março de 1992 meu sustento veio do Instituto Mackenzie, onde trabalhei e convivi com o Presbítero Ivan Pereira, o qual foi usado por Deus para nos abençoar.
Durante todo o curso do seminário me envolvi no trabalho da Congregação Presbiteriana do Jardim Colonial, hoje Igreja Presbiteriana de São Mateus. Nos dois primeiros anos (1987 e 1988) dividi a responsabilidade da congregação com o seminarista José Roberto da Silveira e sua esposa Izabel Orestes da Silveira. Com a ordenação do Rev. José Roberto assumi a responsabilidade do trabalho até 1991. 
Comissão de Ordenação do PLIS
Conclui os meus estudos teológicos em 1990. 1991 foi um ano dedicado a elaboração da tese, trabalho para a ordenação que deveria ser apresentado ao Presbitério Paulistano. Em 02 de fevereiro de 1992, na Igreja Presbiteriana da Mooca, fui ordenado pastor presbiteriano e designado para a Igreja Presbiteriana de Vila Ema, onde permaneci até 1994. 


Estava solteiro, me faltava uma auxiliadora e isto trouxe alguns desconfortos no ministério. Mas o Senhor mais uma vez proveu o que era necessário. O Rev. Wilson Santana me convidou para ser um dos palestrantes no retiro de páscoa da UMP da Igreja Presbiteriana do Jardim Eldorado, retiro realizado no acampamento da APEC em Mairiporã. Ali conheci aquela que viria ser minha esposa e fiel auxiliadora. Em julho de 1995, eu e Damiana, assumíamos os votos nupciais na Igreja Presbiteriana de Vila Formosa.
No ano de 1995 fui pastor auxiliar do Rev. Abel José de Paula na Igreja Presbiteriana de Vila Formosa. Convidado para pastorear os jovens da igreja e também a Congregação Presbiteriana do Jardim Helian.
Damiana, Jonathan, Jomes e Eu - Barra Bonita 
Deixei a capital paulistana em 1996 e a convite do Rev. Nelson Bordini, então Secretário Executivo do Presbitério de São Carlos (PSCL), assumi o pastorado da Igreja Presbiteriana em Barra Bonita. Creio foram anos marcantes na minha vida e no meu ministério. Ali fomos abençoados com a chegada do Jonathan (1997) e com o Jones (1998). Deus nos deu o privilégio de ter a amizade e o carinho do Rev. Miguel Orlando de Freitas, pastor jubilado da IPB, que muito contribuiu para o nosso aperfeiçoamento. O coração do homem faz planos, mas é o Senhor quem nos conduz. Em dezembro 2002 deixamos o pastorado em Barra Bonita e assumíamos em 2003 o campo missionário de Dourado. Cidade tranquila, com sete mil habitantes. E Deus nos abençoou muito ali, ainda que tenha sido só um ano que ali permanecemos.
Em 2004 um novo desafio. Assumimos o pastorado da Igreja Presbiteriana de Bariri. É a partir daqui que nossas lutas com a saúde do Jonathan se intensificaram e, por isso, após um bom 2004 enfrentamos muitos problemas, que permanecem até hoje, ora mais intensos ora menos. Permanecemos em Bariri até 2007 e após 11 anos deixávamos o Presbitério de São Carlos (PSCL).
Em 2008 um novo desafio, num novo presbitério, o de Araraquara (PARQ). Convidados pelo Rev. Everton Matheus, por indicação do Rev. Naor Garcia, assumimos a Congregação Presbiteriana de Ibitinga, sendo pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Matão. Foi um ano difícil. Os problemas com Jonathan se intensificaram, de um modo que jamais pensamos. Isto trouxe problemas no ministério e incertezas quanto ao futuro. Mas o Senhor jamais nos desampara e, quando menos esperávamos, uma nova porta se abriu. Em 2009 assumíamos o trabalho em Bebedouro, congregação presbiterial do concílio de Araraquara. Uma cidade boa que juntamente com os irmãos nos acolheram. Vieram anos mais tranquilos. Houve um equilíbrio na saúde de toda família e, assim, pudemos desenvolver melhor nosso ministério. Até aqui nos ajudou o Senhor!  

segunda-feira, janeiro 30, 2012

A PRÁTICA DA MEDITAÇÃO

Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo nos diz que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16,17).  É por meio das Escrituras Sagradas que conhecemos a Deus, Sua vontade e propósitos para cada um de nós. Assim, o que se requer de nós cristãos é uma            disposição em ouvir o que Deus nos tem a nos ensinar. O Rev. Billy Graham afirma que “à medida que lemos e meditamos na Bíblia, o Espírito Santo – que inspirou a Bíblia, como sabemos – vai nos convencendo de pecados que precisam ser erradicados e nos dirige ao padrão de vida que Deus quer para nós. Sem a Palavra de Deus não pode haver crescimento espiritual duradouro”. A meditação era uma prática dos grandes servos de Deus. Isaque, Davi, Daniel, entre muitos outros, praticavam a arte de meditar (Gn 24.63; Sl 63.6; Dn 9.2). Contudo, observamos que a prática da meditação é uma arte esquecida em nossos dias. Devemos hoje nos juntar à tradição bíblica e uma vez mais aprender a arte da meditação.

O que é meditação? 
Meditação “é o ato de trazer à mente as várias coisas que se conhece sobre as atividades, os modos, os propósitos e as promessas de Deus; pensar em tudo isso, refletir sobre essas coisas e aplicá-las à própria vida” (J. I. Packer).  Em outras palavras, meditação é o processo que transfere a Palavra de Deus da mente para o coração. Esta é uma prática que objetiva nos conformar, no poder do Espírito, ao caráter de Cristo: 2 Co 3.18. Na meditação enchemos nossas mentes com as palavras, os atributos e os feitos do Senhor. Fp 4.8; Cl 3.1-4.

Passos práticos para a meditação
Aprendemos a meditar, meditando.
  • Separe um momento diário para estar a sós na presença de Deus: Sl 119.97
  • Valorize a qualidade e não a quantidade. “Você não precisa ler a Bíblia durante o ano, mas precisa ler a Bíblia com proveito o ano inteiro”.
  •  Sublinhe o que achar mais interessante. Faça anotações num diário, destacando a mensagem de Deus e sua aplicação em sua vida.
  • Ore pedindo que Deus fale ao seu coração. Devemos nos aproximar da Bíblia como palavra pessoal de Deus para nós.

terça-feira, janeiro 17, 2012

Salmo 7 - Sondas a mente e o coração

O Deus das Escrituras é onisciente. É Aquele que vê o que ninguém pode ver. “O Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”[1]. Nada pode ficar oculto aos olhos de Deus. Ele conhece todas as coisas. Isto é maravilhoso, pois podemos ter a certeza que o Senhor conhece e sabe de cada uma das nossas necessidades e não descuidará daqueles a quem ama. “Deus, o vosso Pai, sabe de que tendes necessidade, antes que lho peçais”[2], afirmou Jesus. Todavia, para os ímpios isto é terrível, “porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”[3].
Neste salmo Davi pede que Deus julgue sua integridade, bem como, as ações de seu inimigo[4]. Ele Sabe que o Seu juízo é justo e retribuirá conforme as obras de cada um. Estava sendo acusado de ter usurpado o trono de Saul e seu acusador proferia-lhe maldições. Mas esta acusação era injusta; Davi havia poupado aquele que sem razão o oprimia, pois não ousou pôr a mão no ungido do Senhor.
O conhecimento da onisciência divina deve nos levar a sondar os nossos corações e nossos sentimentos mais íntimos, submetendo-nos a correção e a orientação do Senhor (ver Salmo 139.23,24). “Porque”, conforme nos diz Paulo, “se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”[5].
[1] Samuel 16.7[2] Mateus 6.8[3] Eclesiastes 12.14[4] Provavelmente este inimigo seja Simei, descendente de Saul cf. 2 Sm 16.5-14.[5] 1 Coríntios 11.31,32

quarta-feira, janeiro 11, 2012

A PRÁTICA DA CONFISSÃO 1 João 1:5-9

Uma vez que somos feitos novas criaturas em Cristo Jesus, somos exortados a crescer na graça e no conhecimento de Jesus. Portanto, devemos desenvolver a nova vida. Assim quero falar-lhes sobre “A Prática da Confissão”. O Rev. J. MacArthur nos lembra que “a confissão é sempre o modelo da vida do cristão e constitui uma das chaves essenciais para o crescimento espiritual”.

1. O Cristão e o Pecado.

a) O Cristão é alguém que foi liberto do domínio do pecado pela obra de Cristo. João no versículo 7 de nosso texto é enfático: “... e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. A Bíblia nos ensina que Jesus é Salvador (Mateus 1.21). Ele veio para salvar os homens do pecado, não somente das conseqüências do pecado – o inferno e o juízo – mas do próprio pecado. Não há salvação sem Jesus e Sua obra (1 Pedro 1.9; Apocalipse 1.5).

b) O Cristão é alguém que não vive na prática do pecado. Em 1 João 2.1, 2 o apóstolo fala-nos não de uma ação habitual, mas, sim, de atos individuais. “O cristão não vive continuamente no pecado, mas atos individuais de pecado ocorrem e estes precisam ser confessados”. Quais as consequências do pecado na vida do cristão:

ü Quebramos a comunhão com Deus: Is 59.2

ü Há falta de prosperidade: Provérbios 28.13

ü Sofremos enfermidades: Salmo 32.3,4

“Aquele que encobre o seu pecado nesta vida o terá descoberto na próxima, e aquele que confessa a Deus nesta vida jamais o verá exposto no provir” – Lucas 12.2,3. Assim, o caminho para a restauração da comunhão com Deus é o caminho da confissão, do arrependimento. O cristão é alguém que reconhece a graça de Deus em sua vida e agradecido vive para O honrar. Ou nas palavras do rev. J. MacArthur “afastamo-nos do pecado para não pisotearmos a Sua graça”.