terça-feira, outubro 24, 2006

Pondo nossa confiança em Deus

As bem-aventuranças são dádivas que a graça de Cristo nos concede e não o resultado de nossos esforços ou manifestações de nosso temperamento. Por isso “qualquer pessoa que se diga filho de Deus, ou que diz conhecê-Lo, ou pertencer ao seu reino, ou ser membro de seu corpo, a Igreja; em suma, todos aqueles em que seja notória a ausência destas qualidades, é mentiroso e não conhece a verdade”[1].
“Bem-aventurados os hulmides de espírito, porque deles é o reino dos céus”, declarou Jesus. Creio que a compreensão da primeira bem-aventurança apenas confirma aquilo que Cristo apresenta em todo o contexto. Nela “Jesus contradiz todos os critérios humanos de julgamento e todas as expectativas nacionalistas do reino de Deus. O reino é dado aos pobres, não aos ricos; aos fracos, não aos fortes; as criancinhas que são suficientemente humildes para aceitá-lo, não a soldados que gabam de poder obtê-lo por suas próprias proezas”
[2]. Isto nos leva a concluir que a compreensão desta primeira declaração de Jesus serve de chave para entendermos tudo o que vem depois. Há nas bem-aventuranças uma seqüência lógica e espiritual.
Mas, qual o significado da palavra “pobre” ou “humilde” que aparece no texto?A princípio a Bíblia a palavra “pobre” significava, literalmente, passar necessidades materiais. Porém, gradualmente, esta palavra ganhou nuances espirituais e passou a ser identificada como humilde dependência de Deus. No salmo 34.6, o salmista se declara “aflito” (lit., “homem pobre”), ou seja, ele descreve a si mesmo como “aquele que está sofrendo e não tem capacidade de salvar-se por si mesmo e que, por isso, busca a salvação de Deus, reconhecendo que não tem direito a mesma”

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