quinta-feira, setembro 25, 2014

O CRISTÃO E A CULTURA

A Palavra de Deus é clara ao declarar que cristão é aquele que, por meio do lavar regenerador do Espírito Santo, tornou-se uma nova criação. Através deste novo nascimento passamos a ser cidadãos do reino de Deus, onde os valores deste reino devem reger nossa conduta e ética na sociedade em que estamos inseridos. Jesus, no Sermão do Monte, declarou aos seus discípulos: Vós sois sal da terra.  A comparação do cristão ao sal destaca uma verdade imprescindível.  Do mesmo modo que o sal é essencialmente diferente do material ao qual é aplicado, o cristão é essencialmente diferente do não cristão. O valor do sal consiste justamente nesta diferença.  Jamais devemos esquecer que o pecado afetou toda a ordem criada e não há cultura que não tenha sido maculada pelo pecado. Desta forma, através da ética do reino dos céus, o cristão deve oferecer uma contracultura cristã.  Nesse sentido, o papel do cristão na sociedade consiste em impedir  que a corrupção da sociedade se alastre, levando cativo todo pensamento a Cristo. Há dois aspectos envolvidos neste processo. O primeiro é negativo, o qual implica em impedir a proliferação do pecado na sociedade. A presença do cristão deve inibir a manifestação do pecado. Somos também chamados de "luz do mundo" e a luz inibe as trevas, revelando suas obras infrutíferas.  O segundo é positivo, por meio da proclamação da palavra de Cristo, ganhar novos cidadãos para o Reino de Deus.  Dois extremos nos são necessários evitar: a alienação e o secularismo. A alienação se manifestou de forma intensa na Era das Trevas, no período da Idade Média, com o surgimento dos monastérios. A ideia é de que só é possível viver de forma autentica o cristianismo se nos isolarmos da cultura. Esse não é o ensino bíblico. Nossa ética fundamenta-se na Verdade de Deus, revelada em Sua Palavra. Bastaria-nos o ensino na oração sacerdotal de Jesus, O qual disse: Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal.  Por outro lado, o secularismo consiste em adequar o Reino de Deus nos valores e conceitos deste mundo; e ganha forte expressão em nossos dias com a chamada Teologia da Prosperidade. Paulo, o apóstolo, lembra-nos que não devemos  nos amoldar aos valores deste século, antes, transformar-nos por meio renovação a nossa mente (Romanos 12,1,2). No Breve Catecismo aprendemos que o fim principal do homem é glorificar a Deus. Nós existimos para a glória de Deus. Um dos instrumentos mais efetivo no cumprimento deste papel na sociedade é a evangelização e o discipulado. Evangelizar consiste em proclamar as boas novas de salvação, a fim de que o pecador tenha uma nova vida em Cristo. A fé vem pela proclamação da Palavra de Cristo. Discipulado consiste em instruir o novo convertido nos valores do Reino de Deus,  a  fim de que ele tenha a mente de Cristo e busque as coisas que são lá do alto. Evangelização e discipulado caminham juntos neste processo de salvação, que redime não só o homem mas também a cultura ao inserir cidadãos cujos valores éticos são os valores do reino de Deus. O cristão tem dupla cidadania, somos cidadãos deste mundo e, ao mesmo tempo, cidadãos dos céus. Não podemos viver indiferentes e nem nos acomodarmos à cultura em que estamos inseridos, pelo contrário, contribuímos com nossa sociedade apresentando uma nova ética e nova cultura norteada  pela vontade de Deus, revelada em Sua Palavra. Paulo, o apóstolo, nos lembra que no Senhor nosso trabalho não é vão. Jesus declara que devemos ter bom ânimo ainda que enfrentemos aflições neste mundo, pois Ele O venceu. Deus está nos usando na construção de uma nova sociedade, livre do poder e da influência do pecado. Como cristãos devemos brilhar intensamente neste mundo, refletindo uma ética e cultura fundamentada nos valores divinos, a fim de que os homens glorifiquem a Deus.

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